Luanda  – A revelação de que uma enfermeira e militante do MPLA, Maria Celeste Moreira, "Celestinha", foi afastada do cargo de diretora de um hospital no Zango 8000 por se fazer passar por médica está a trazer à tona mais casos semelhantes. De acordo com apurações, alguns jornalistas da TPA informaram ao Club-K que na Clínica "Pegos Clinics", onde os mesmos são assistidos, existem enfermeiros cubanos na mesma condição.

Fonte: Club-k.net

Detida pelo empresário angolano Pedro Filipe de Chaves Gomes, a "Pegos Clinics" está localizada nos arredores do antigo Futungo de Belas, em Luanda. A sua diretora-geral, a médica cubana Mayte Santsz, é conhecida por empregar profissionais que preferencialmente partilham a sua nacionalidade.


Terá sido ela a responsável pelo recrutamento de uma enfermeira cubana, Marcy Guerra, que faz trabalhos de médica. Em Cuba, Marcy trabalhou numa creche e em outros centros, onde aprendeu a medir a pressão arterial e a tirar sangue. Chegada em Angola, Marcy aperfeiçoou algumas técnicas e "ficou" enfermeira. O seu esposo, Tony Esses, também cubano, trabalha há vários anos em Angola como verdadeiro profissional de enfermagem, e as suas qualificações nunca foram questionadas.

Uma outra funcionária cubana que se apresenta como médica da mesma clínica é Marley Robles. De acordo com apurações, a mesma reivindica ter passado pela Clinica Endiama, porém, as dúvidas sobre suas qualificações como enfermeira se intensificaram após ser descoberto que ela tinha dificuldades em fazer coletas de sangue. Além de se duvidar que seja enfermeira de verdade, Marley Robles foi despachada para trabalhos de exames ocupacionais em algumas províncias de Angola como médica da delegação saída de Luanda. Geralmente, para estas missões, vão um médico e dois técnico. Acontece que, além dos dois técnicos, Marley Robles é escalada no lugar reservado aos médicos.


Algumas fontes alegam que a diretora-geral da Clínica, Mayte Santsz, escolhe Marley Robles como forma de a ajudar nas ajudas de custo. Pelas redes sociais (Facebook), há comentários que indicam que a "Pegos Clinics" paga mal os seus profissionais e "puxa" exageradamente pelos mesmos.


A diretora Mayte Santsz" é citada como estando a forçar uma excessiva carga horária que impõe aos profissionais da saúde. De acordo com as reclamações, os funcionários trabalham das 8h às 19h. Paralelamente, os mesmos são obrigados a atender 70 pacientes por dia, o que vai contra as boas práticas de gestão hospitalar.

Tendo em conta que o dono da clínica, Pedro Filipe Gomes, é um empresário do ramo da construção e que pouco entende de gestão hospitalar, a diretora cubana Mayte Santsz gere o projeto aplicando as suas próprias normas, produzindo discriminação salarial em função da nacionalidade. Um médico angolano chega a ter o ordenado de 350 mil kwanzas, comparado aos médicos cubanos que ganham entre 500 e 600 mil kwanzas. A diretora-geral aufere cerca de 1,5 milhões de kwanzas.

Os salários dos técnicos angolanos não sobem há vários anos, enquanto que os dos cidadãos cubanos são estáveis. Quando questionada, Mayte Santsz alega falta de verbas.