Beijing  – As repúblicas de Angola e Popular da China assinaram hoje, em Beijing, um acordo de cooperação bilateral que estabelece as directrizes para o combate à criminalidade organizada.
 

Fonte: Angop


Foram signatários do acordo, o ministro angolano do Interior, Sebastião Martins, e o conselheiro de Estado e ministro da Ordem Pública da República Popular da China, Meng Jianzhu.

 
O referido protocolo, antes apreciado e discutido pelos peritos dos dois estados, abarca áreas de combate ao narcotráfico, tráfico de seres humanos, tráfico ilícito de armas, crimes transnacionais e migração.
 

O acordo dá igualmente uma especial atenção à cooperação policial, visando a formação de quadros angolanos na República Popular da China, bem como a presença de especialistas chineses em Angola para avaliações sobre a evolução do crime e a resposta que deve ser dada a esta complexa actuação que alguns grupos chineses vão tendo em Angola na área criminal.
 
 
O ministro angolano do Interior, Sebastião Martins, considerou de extrema importância a assinatura do documento, “pois vai dar uma outra dimensão à cooperação que já vínhamos tendo do ponto de vista prático".
 
 
Nesta perspectiva, o governante recordou que, em Outubro do ano transacto, os dois países fizeram uma operação conjunta que permitiu desmantelar uma rede que estava associada ao tráfico de pessoas, particularmente prostitutas da China para Angola.
 
 
Sebastião Martins notou que com essa realidade e a dinâmica que há hoje de cooperação e da presença chinesa em Angola, impunha-se a assinatura de um protocolo que viesse, de facto, balizar as acções conjuntas.
 
“Foi a afirmação da vontade conjunta dos dois ministérios em trabalhar para combater o crime e para tornar a presença de chineses em Angola mais segura e vice-versa”, frisou.
 
 
Segundo disse, a grande preocupação do seu pelouro foi ter detectado a existência de algumas acções concertadas de criminosos chineses que vão molestando a própria comunidade chinesa que vive em Angola com raptos, extorsões, falsificação, entre outras acções de chantagem.
 
 
“Daí a necessidade e dada a complexidade e característica próprias até mesmo do ponto de vista da cultura do povo chinês, era preciso que a própria polícia chinesa face à sua experiência colaborasse mais com a polícia angolana no sentido de termos maior eficácia no enfrentamento desta tipologia e nova realidade criminal”, fez saber.

 
Por outro lado, acrescentou o governante, o seu pelouro vai trabalhar na troca de informações com as autoridades policiais chinesas sobre o movimento migratório dos seus cidadãos para Angola, particularmente para saber do seu cadastro criminal.

 
Por último, a parte angolana colocou a necessidade de ter um adido de polícia da China em Angola que possa em permanência colaborar com a corporação angolana nas acções de instrução e investigação processual no país.
 

Entretanto, o director do Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), Freitas Neto, que integra a comitiva angolana disse à Angop que actualmente encontram-se em Angola 258.920 chineses, sendo 384 com autorização de residência, 68 com visto privilegiado, 77 com visto de permanência temporária e 258.391 com vistos de trabalho.