Luanda  -  Segundo relatos na rede social, Facebook, hoje, Sábado 28 de Abril de 2012, o regime angolano dispersou à tiros um grupo de jovens manifestantes que pretendiam marchar contra o alcoolismo, a prostituição e a violência doméstica em Angola.


Fonte: Facebook


Noutro lado, o regime, através do Governo Provincial de Luanda (GPL), preferiu dar o espaço do Largo da Família (Largo da Independência) à maior empresa de àlcool em Angola, a Cuca, para a realização de uma festa.


No mesmo dia, o Largo da Família poderia inicialmente albergar uma actividade da braço juvenil da Unita, a JURA. A actividade foi suspensa pelo GPL para acomodar a festa organizada pela CUCA.


Segundo relatos, os agressores dos jovens manifestantes no Cacuaco estavam munidos de barras de ferro e picaretas.


“Um grupo de jovens do Cacuaco pretendia realizar hoje uma marcha para protestar contra o excesso de consumo de álcool no Município. Todos os fins de semana há cerveja ao desbarato em maratonas do regime o que desnorteia a juventude e contribui para a delinquência,” relatou Filomeno Vieira, Secretário Geral do Bloco Democrático (BD).


No seu relato no Facebook, Lopes acrescentou que “os manifestantes foram dispersos com violência por milícias associadas às forças policiais, munidos de barras de ferro e picaretas”.


“Há, pelo menos, um ferido em estado grave e a zona do Colégio Sacriberto encontra-se completamente cercada.

 

“O regime promove o alcoolismo e todos que pretendem sensibilizar as populações em sentido contrário são agredidos institucionalmente,” estressou.


Em gesto mais detalhado, um cidadão, Alexandre Neto Solombe, descreveu a situação no Facebook:


“A polícia dispersou há instantes uma concentração de jovens, nas imediações do antigo posto de controlo, no município do Cacuaco. Há relatos de feridos, dois, e um número ainda não determinado de detidos. Segundo Hugo Kalumbo, um dos responsáveis pela organização da marcha, a polícia contou com o auxílio de elementos a civil que se supoe estarem afectos à milícia pro-governamental”.


Solombe acrescentou que “segundo os organizadores, a marcha percorreria a via principal, com destino à Cacuaco, contra o alcoolismo, a prostituição e a violência doméstica. Ainda de acordo com as mesmas fontes todas as demarches legais tinham sido tomadas para que o movimento saisse a rua. Pelo menos 100 pessoas marcaram presença no local de acordo com testemunhas, um dado por nós não verificado”.


“O G.P.L, preferiu dar espaço à Cuca para fazer a sua “festa” no Largo da Família (Largo da Independência), enquanto os jovens que manifestam-se contra o alcoolismo e são espancados,” relatou outro jovem, Jandiro Maurício.


Referente a situação entre a JURA e a CUCA no Largo da Família, um jovem, Fonseca Bengui, postou no Facebook:


“Acabo de testemunhar mais acto de intolerância. A JURA, juventude da UNITA, programou uma actividade que inicialmente teria lugar no Largo da Família. O governo recusou alegando que haveria outra actividade lá. RFA feriram para o largo da CIMEX, ao lado dos Congolenses. Não é que logo pela manhã um outro grupo colocou música no local para saudar o primeiro de maio.”


“Agora os jovens da Jura andam ai sem saber como realizar a sua actividade. Esta uma confusão, não sei como isso vai terminar. A polícia esta nos arredores e os activistas da JMPLA (Juventude do MPLA) também, aparentemente coordenando com a Polícia. Não sei como isso vai terminar. Estou a testemunhar isso porque é mesmo em frente à minha igreja, onde me encontro neste momento. Que democracia é essa?”


Até ao momento, não se tem informação concreta de como culminaram os incidentes no Cacuaco e no Largo da Família.