Luanda - Dando uma olhada miscroscópica no panorama político angolano, especificamente no contexto recente das ocorrências das manifestações em Angola, atrevo-me na anotação de alguns pontos, segundo o meu entender, dos possíveis resultados e as lições que resultarão da manifestação da União Nacional de Libertação Total de Angola (UNITA), no próximo Sábado, dia 19 de Maio de 2012, nas capitais provinciais e no estrangeiro, pela defesa da paz, da transparência eleitoral e do respeito a lei.


Possíveis resultados:


Pedrowski TecaA Unita vai sair as ruas pacificamente; A poliícia vai proteger os militantes e amigos do Galo Negro como manda a lei;  O regime não vai utilizar as suas milícias para usarem picaretas e barras de ferros e reprimirem, partirem as cabeças e os braços dos militantes, simpatizantes e amigos da Unita; Os líderes da Unita estarão presentes na manifestação tentando provar que perderam o medo, que tanto os acusaram de ter, de manifestarem-se publicamente contra o regime; Muitos membros da Unita finalmente irão dar as caras e falar até demais; A Unita vai enfatizar que é um partido forte, sem medo, que foi forjado por décadas de guerras;


Possíveis lições:


Se o regime não reprimir a manifestação da Unita, muitos entenderão que: A tal manifestação foi  garantida de mão beijada pelo regime. O Galo Negro deixou de ser uma ameaça para o MPLA;

A manifestação do Galo Negro será igualzinho ao do Movimento Expontâneo;

Os jovens manifestantes, que até agora sofrem na carne o bastão do regime, são mais perigosos e significantes para a democratização de Angola, do que o maior partido da oposição angolana;


Caso a polícia e as milícias tolerarem e protegerem a manifestação da Unita, o que não acontece com as manifestações dos jovens revolucionários, possivelmente poderá denotar uma harmonia e co-existência entre a Unita e o regime;


Os líderes, militantes, simpatizantes e amigos da Unita continuarão covardes porque finalmente e apenas abriram a boca numa manifestação que nem sequer mostrou-se como uma ameaça para o regime, mas que ao invés, teve a sua benção;


A Unita será tida como parte dos poucos que têm o direito de se manifestarem livremente em Angola, ao contrário da juventude revolucionária que são excessivamente reprimidas e brutalmente agredidas;


Os muitos dirão que comprovou-se os “mujimbos” de que o cidadão Isaías N’gola Samakuva foi realmente comprado e que está bem no fundo bolso do regime;


Finalmente, o regime gabar-se-á, principalmente nas vozes dos Josés Ribeiros, que realmente há democracia em Angola e que o direito as reuniões e manifestações são consagradas ou garantidas e respeitadas no país do pai banana.


OBS: Estes pontos apenas representam opiniões minhas e que podem ou não concretizarem-se mas foram baseados no contexto e na realidade angolana.


Sirvo desta para desejar, antes mais do que nunca, boa sorte à Unita, neste cumprimento de um direito cívico consagrado na Constituição da República de Angola, e que neste caso sendo uma actividade que possivelmente há de aumentar ou subtrair muitos pontos políticos da mesma formação política.