De acordo com os jornais sul africanos  vários membros do ANC concluem que a figura  de Mbeki passou a representar instabilidade depois  da procuradoria ter invalidado a posição do tribunal que havia ilibado Jacob Zuma de todas as acusações. A saída de Mbeki, segundo os jornais  é uma questão de dias devendo os órgãos máximos do partido no poder reunir-se para analisar o assunto. (havia uma reunião marcada para sexta feira, 19)

O Jornal “Beed” aventa que em caso de saída antes de realização de eleições, o Presidente Thabo Mbeki será  substituído temporariamente pela Presidente da Assembléia Nacional Beleka Mbete. A constituição sul africana prevê que a saída do Presidente antes do fim do mandato é levada em consideração em caso de renuncia, incapacidade ou na hipótese de uma moção paramentar.

Em reação, a porta voz do ANC Jessie Duarte considerou prematuro as especulações sobre uma destituição do Presidente  Mbeki.  “Trata-se de um assunto muito importante e  ninguém aguarda que o comitê executivo (órgão Maximo do ANC) venha tomar esta decisão” declarou considerando que os rumores em torno do assunto não fazem sentido.

A líder dos independentes democratas da África do Sul  Patricia de Lillle advertiu ao ANC que uma saída prematura do Presidente Thabo Mbeki deve estar acompanhada de um plano para lidar com as conseqüências que terá o impacto na gestão do governo, na estabilidade econômica e em alguns serviços.

O partido de Patrícia de Lille reitera a sua moção apresentada em fevereiro ao parlamento que apelava a renuncia  de Mbeki por ter falhado ao líder com áreas sensíveis como crise no sector da electricidade, questão do Hiv sida, dossiê do negócios das armas e do caso que envolveu o afastamento do antigo comissário da policia

Procuradoria da África do Sul invalida absolvição de Zuma

ImageAs acusações consideradas invalidas por um  tribunal na África do Sul  sobre o processo contra o Presidente do ANC Jacob Zuma teve objecção da procuradoria também conhecida por Associação Nacional de Promotores (NPA, na sigla em inglês) que comunicou esta semana  que vai apelar à corte, sob a justificativa de que houve falha na decisão do juiz Chris Nicholson.
 
Na penúltima sexta feira o tribunal de Peitermarisburg invalidou o processo dizendo que as 16 acusações contra Jacob Zuma, candidato do ANC às eleições presidenciais do próximo ano tiveram  indícios de interferência política por parte do presidente sul africano Thabo Mbeki e dos promotores.

Os apoiantes de Jacob Zuma julgavam que a sentença marcasse o fim do processo contra o líder do partido no poder na África do Sul. O ANC na voz do seu secretário geral, Gwede Mantashe, reagiu afirmando que "se eles [os promotores] reabrirem aquele caso, irão perder uma importante oportunidade para o país e nossa visão é que esta é uma questão de egos pessoais elevados acima dos interesses nacionais e dos interesses públicos". 

A Cosatu, um os maiores sindicados de trabalhadores e aliado de Zuma, também criticou a decisão dos promotores. Em nota, disse que o recurso é uma "tentativa de desenterrar o caso" e que os promotores "estão tentando salvar suas faces e de membros do governo que foram corretamente criticados pelo juiz".

Os partidos da oposição, de pequena representação juntarão também a sua voz para manifestar o seu parecer. Helen Zillie, a  líder da Aliança Democrática (AD), declarou a impressa que o seu partido estava a pensar entrar com o processo contra Jacob Zuma, se o Ministério Público se recusasse a avançar. Zillie disse que seria um erro judicial se o líder do ANC se livrasse das acusações devido a uma questão técnica.

"Em face dos contornos do caso contra Zuma, que têm sido apontados pelo Ministério Público, não há nenhuma razão para que a procuradoria não o processe e, como o Juiz Nicholson fez notar, o Ministério Público tem todo o direito de o fazer e de facto, tem não só o direito, tem também a obrigação de o fazer. Seria um erro judicial se Zuma fosse ilibado com base numa questão técnica legal."

Em posição oficial a Aliança Democrática (AD), divulgou um comunicado na quarta-feira dizendo que "Qualquer sugestão de que a decisão de recorrer é cínica deve ser rejeitada com desprezo (...) Há uma grande nuvem sobre a cabeça de Jacob Zuma. Como ele mesmo disse, ele precisa se defender em uma corte onde as provas possam ser apresentadas. É, portanto, do interesse de todos os sul-africanos que ele abandone sua candidatura para a presidência antes que sua culpa ou inocência seja decidida pela corte".

Fonte: Club-k.net