Luanda - “As ditaduras quando estão no seu fim chegam as ser mais perigosas do que quando estão no princípio”. Estas são palavras que o nosso mano Luamba tem repetido com muita frequência quer em conversas descontraídas entre nós ou nas suas contundentes locuções em rádio.


Fonte: Club-k.net

E quanta verdade elas carregam quando se olha para o caso Angola, JES e MPLA. Esta ditadura cujo fim é inevitável, está a caminhar para a loucura total, a carnificina, a um novo 27 de Maio, a um Pinochet silencioso, etc. se se continuar a encarar as acções por ele perpetrados como simples macabrismo de regimes comunistas e não se apontar o que realmente isto significa, crimes contra a humanidade. Tome o caso do já mencionado 27 de maio, da sexta feira sangrenta, da misteriosa morte do político e matemático Nfulupinga Landu Vitor, do caso do jovem Cherock (morto por monologar uma música proibida pelo regime MPLA), dos jornalistas de emissoras privadas assassinados, dos cabindas que até agora continuam a pagar com suas vidas por pedirem revisão do tratado de Simbulambuku, dos 8 jovens da frescura (mortos sem explicação alguma), dos raptos e violentas agressões de que somos vitimas, enfim, a lista é enorme e talvez infindável. Lembrem-se que tudo isso é feito pelo mesmo regime contra o seu próprio povo.


A situação social, a balbúrdia em que Angola e os angolanos estão submetidos é dos piores crimes contra este povo, pois oferece a cada um de nós uma pena de morte silenciosa. Se não morres por uma bala direta do regime, morres por faltar remédio no hospital para te tratares. Se não morres de fome (já que a maioria dos estômagos já calejou), morres por faltar saneamento básico. Se não morres pelo petróleo, morres pelo pedaço de terra no qual plantaste a tua cabana, etc. E agora, se não morres por nenhum dos motivos mencionados acima, o silêncio deve garantir-te o caixão, se ao contrário ergueres a voz e exigires melhorias da situação, a milícia, o regime estará a sua cola e no que depender deles, estarás morto na mesma!


O país inteiro está refém aos caprichos de um pequeno grupo dominante que desde 1975 não conseguem garantir quase nada com eficiência, excepto a corrupção, o nepotismo, a ditadura, a espoliação, a derramamento de sangue e suas as nefastas consequências.


Em fim, isto torna claro que as milícias não são um acaso forçado pelo poder desestabilizador das manifestações (para ditadores). Mas um engenhoso plano traçado pelo regime há já um tempo. A atuação impune, a indiferença com que os detentores do poder político demonstram quanto à estes atos hediondos, o silêncio quase que mortal do Presidente da República, a inacção da polícia frente a isto e o contributo dos serviços de telecomunicações que se dizem privados, dão cunho a isto.


Agora com o fim inevitável, há um claro esgotamento das baterias e para o MPLA, nesta altura tudo serve. O novo bastião do regime são as declaradas milícias que o Ministro do Interior, o Comandante Provincial de Luanda e tantas outras autoridades teimam em negar existência. Está assim estabelecida a Nova Ordem Angolana.


A atuação exacerbada desta força criminosa sob cobertor do regime é clara evidência do novo Status quo em Angola. Convido-vos a mais um caricato episódio dos últimos tempos.
Além da vandalização da residência e carro do General Abílio Kamalata Numa na madrugada da passada quinta-feira, 15 de Junho de 2012, um dia depois da comunicação que este enérgico e audaz General fez na rádio Despertar exigindo que “JES se retire do poder”, que “é uma fraude e não pode candidatar-se a Presidente da República nas próximas eleições”. E que “o povo tem legitimidade de impedir que isso aconteça através de manifestações que levem a normalização das eleições”. Em resposta, a Nova Ordem Angolana deu azo a sua graça e fez o que bem sabe fazer, VANDALIZAR.


Neste mesmo dia, algumas horas antes o nosso mano Adolfo André Campos fora agredido por indivíduos ligados a milícia ferindo-lhe o rosto que chegou a levar 2 pontos e causando-lhe hematomas e inchação nas restantes partes do corpo pela violência da pancadaria. Um dia antes, o mano Luamba já tinha sido alvo deste mesmo grupo, além da agressão física, este mano viu a sua vida num fio.


Hoje dia 19 de Junho de 2012, o mano Libertador foi incluído nesta lisa e o Carbono além de “bizar” na lista, contou com mais um membro de sua família mais próxima incluído, o seu filho. Eis o que diz a mensagem telefónica do número: 926 528 903


“Nem todos os dias são santos escapaste algumas vezes mas recorda-te que o filho do teu amigo Carbono é muito novo e as vezes fica ai a deriva já sei que sevais apanhar aguarda com a tua catana maxado e vai mais a rádio dispertar vai te safar já xtamos aqui ao lado de ti dentro horas vais saber aonde vais e ser” falta texto. Transcreví na íntegra o que dizia a mensagem. Segue abaixo algumas fotos do telefone com a mensagem.


Embora muitos continuem a dar-nos de manipuladores, pessoas que a todo custo querem aparecer, pessoas que estão a procura de protagonismo, nós não temos palavras em resposta, mas de uma coisa temos certeza, a verdade dos factos não se fundamenta, ela vinca por si. Pode tardar entender isso, mas nunca será tarde para a história. A verdade um dia triunfará e a nossa luta vincará.