Nota de Imprensa sobre as manifestações de ex-militares

1. A UNITA apoia as manifestações das ex-FAPLA, Ex-FALA, e Ex-ELNA que tiveram lugar em Luanda nas últimas semanas, e encoraja-os a prosseguir a sua luta em defesa dos seus interesses legítimos, constitucionalmente consagrados.


2.
A UNITA relembra a opinião pública nacional e internacional que o direito à manifestação é um princípio jurídico, consagrado constitucionalmente, e ao serviço da democracia, que permite aos cidadãos reivindicar direitos vilipendiados. De facto, os ex-militares e os antigos combatentes que hoje se manifestam nas ruas da cidade de Luanda deram o melhor de si nos anos mais difíceis da história de Angola pelo que nunca deviam ser esquecidos, e muito menos tratados sem dignidade e sem respeito. Angola tem dinheiro suficiente para garantir a todos os seus filhos uma vida digna. Os ex-militares são filhos especiais da Pátria e a sua reinserção condigna é a expressão mais alta da reconciliação nacional.


3. A UNITA responsabiliza o governo angolano pela forma inumana como tem conduzido o processo de desmobilização e de reinserção social de todos os ex-militares ainda não inseridos no sistema. Dez anos depois do fim da guerra civil, em 2002, o processo de desmobilização e de reinserção social de todos os ex-militares já devia ter terminado, evitando-se, assim, a perca de mais vidas humanas, de ex-militares baleados nas ruas da cidade de Luanda nas manifestações que realizaram no dia 20 de Junho de 2012 para reivindicarem os seus direitos.


4. A UNITA condena, uma vez mais, e nos termos mais enérgicos, o uso da força e da violência contra manifestantes pacíficos que apenas pretendiam reclamar os seus direitos com vista a uma reinserção social condigna, exigindo, do governo angolano, a regularização das suas pensões de reforma.


5. A UNITA insta, assim, o governo angolano a cumprir com os seus engajamentos, livremente assumidos nos vários acordos de paz relativamente aos ex-militares e exige do executivo angolano a resolução imediata de todos os pendentes dos ex-militares para se evitar o agudizar da tensão social que se pode espalhar por todo o país e criar um clima de maior conflitualidade.


6. A UNITA apela aos antigos países da troica de Observadores dos Acordos de Paz para Angola, nomeadamente Portugal, os Estados Unidos da América, e a Rússia, assim como a União Europeia, a União Africana, e as Nações Unidas em particular, a envidarem esforços diplomáticos junto do governo angolano para a resolução imediata de todos os problemas pendentes dos ex-militares no quadro dos vários acordos de paz assumidos. A UNITA lembra ainda, que a resolução dos problemas dos ex-militares é um dever patriótico e uma medida de política nacional de prevenção de conflitos.


Luanda, 21 de Junho de 2012

O Secretariado Executivo do Comité Permanente da UNITA