Luanda -  Dentro de poucos dias teremos eleições em Angola para escolher, simultaneamente, o Presidente da República e os deputados à Assembleia Nacional. Será a terceira vez que se realizam eleições no nosso País. Perante as tentativas de desvirtuar o processo eleitoral, não parece que será desta vez que o povo poderá votar de forma verdadeiramente livre. Apesar disso existe uma oportunidade para apear do poder o actual regime, com traços autoritários evidentes, e colocar, definitivamente, o país nos carris da democracia.

Fonte: JA

Nas nossas vidas, há sempre uma altura em que enfrentamos o nosso destino, mudando-o para sempre. Os angolanos podem mudar o seu destino, escolhendo o rumo que efectivamente garanta um futuro melhor. A terra angolana clama pelo seu povo a quem recai o poder para transformar em riqueza real todo o potencial que ela acolhe e, assim, perspectivar um porvir mais radiante. Vivemos o estranho paradoxo de habitar um território potencialmente rico onde campeia a pobreza. É esta realidade que precisamos mudar, e estas eleições, configuram uma oportunidade para encetar essa mudança!


O Governo, cujo mandato chega agora ao fim, não foi capaz de oferecer aos angolanos as oportunidades ansiadas. Apesar do crescimento económico, uma inadequada definição de prioridades conduziu a economia angolana para um caminho impróprio. Não obstante o esforço no sentido da recuperação de infra-estruturas, o crescimento verificado não resultou em desenvolvimento palpável. Os angolanos continuam a enfrentar problemas colossais no acesso à saúde e ensino de qualidade, são ainda muito precários os serviços básicos como água potável e energia eléctrica, comprometendo, desta feita, a qualidade de vida dos angolanos. Como consequência, os índices de pobreza permanecem elevados, tornou-se mais profundo o fosso entre ricos e pobres e os indicadores sociais desenham, ainda, um quadro calamitoso. É, portanto, um panorama que interessa definitivamente reverter.


Também no que diz respeito aos direitos, garantias e liberdades dos cidadãos registamos défices importantes. Diante da falta de perspectivas que enfrentam os jovens, decorrente de políticas sociais pouco consistentes, sobreveio o descontentamento e a indignação. Os jovens fizeram-se à rua para expressar este seu estado, por meio de manifestações. Apesar da lei angolana consagrar inequivocamente o direito de manifestação, vimos reiteradas vezes o Governo reprimir violentamente estas manifestações. Como dado novo vimos, muitas vezes, forças irregulares (milícias) agirem com violência para abortarem algumas manifestações com ofensas corporais graves aos manifestantes, tudo isso, diante da passividade ou cumplicidade das forças policiais. Isto é inadmissível! Não se pode permitir que jovens sejam presos com a culpa exclusiva de terem ousado expressar a sua indignação. Esta eleição deve também simbolizar a luta pela Liberdade e a Democracia.


Uma das grandes virtudes da democracia é a alternância dos titulares dos cargos políticos. Um político não pode perdurar para sempre no poder sob o risco de transformar o Governo e o país no seu território privado de decisões. Noutros países, a política moderna defende que os políticos não devem fazer dos cargos públicos um emprego. Em Angola, precisamos ainda de incentivar a alternância como forma de tornar naturais e isentos de sobressaltos os processos que garantem a transferência de poder de uns para outros escolhidos livremente pelo Povo.


A UNITA traz para esta eleição propostas meticulosamente estudadas que visam edificar em Angola um Estado que sirva a todos e não apenas a alguns. Isto significa oferecer oportunidades para todos delineando políticas económicas e sociais que assegurem uma distribuição mais justa da renda nacional. Sectores como a Saúde e a Educação constituirão prioridade absoluta. De igual modo a UNITA se propõe a engajar-se num programa integrado de combate à pobreza como uma questão de segurança nacional. Estes programas, combinados com políticas coesas em relação à habitação bem como uma reforma profunda do sistema de segurança social podem efectivamente conduzir-nos a uma Angola mais inclusiva, mais igual e melhor para todos.


É necessário que todos acreditemos que podemos mudar Angola votando. Mudar é difícil, mas é possível. Não é verdade que tudo já esteja decidido. É nas urnas que tudo se decide. Num país democrático, é o povo – e ninguém mais – quem tem o poder de decidir quem governa o seu país. Este é o momento da democracia em Angola. É necessário avaliar conscientemente as ideias de cada partido e escolher um.


Votar na UNITA é votar por uma Angola mais justa. A UNITA, partido histórico que sempre defendeu como sua bandeira a liberdade dos Angolanos, tem a capacidade de entregar este País à Democracia.Esta é razão porque no dia 31 devemos todos votar no Primeiro!


(*) Membro da Comissão Política da UNITA