Lisboa – A segunda fase da campanha eleitoral em Angola esta a ser marcada pelo favoritismo que os órgãos de comunicação estatal declararam ao partido no poder. O noticiário da tarde desta sexta-feira, da RNA foi exclusivamente dedicado a presença do cabeça de lista do MPLA, José Eduardo dos Santos ao Moxico.
Fonte: Club-k.net
JES abusa dos órgãos públicos para a sua campanha
O noticiário iniciou com 13h falando do Presidente do MPLA para terminar as 13h45 altura quem deu lugar o espaço dedicado ao Desperto. Nesta edição não foi dado espaço a oposição ou outros assuntos de ordem social. Dedicou-se a falar da estadia de JES ao Moxico e a dado momento o noticiário foi interrompido para passar em directo o comício do mesmo. Tratou-se de um pormenor que os órgãos não dão aos outros candidatos que conforme a lei deve concorrer no mesmo pé de igualdade e com o mesmo tratamento.
Na Quinta-feira, o mesmo noticiário de 45 minutos dedicou metade do seu espaço (20 minutos) a falar da viagem que o líder do partido no poder efectuou a cidade de Saurimo, na província da Lunda- Sul.
O mesmo aconteceu a semana passada quando se soube que JES iria a província do Huambo no dia 10 de Agosto. A viagem de JES foi antecedida de uma equipa de reportes dos órgãos de comunicação estatal e na quinta-feira (09), o noticiário da Radio Nacional foi feito a partir do Município do Bailundo dedicando os seus primeiros 20 minutos a falar de obras de construção que se convertem em campanha em favor de JES. O noticiário das 20h da noite foi igualmente transmitido a partir do município da Caala, na mesma província.
Em meios, críticos que acompanha o desenvolvimento da campanha eleitoral, notam ter havido excesso de propaganda da emissora estatal e chamam atenção que na condição de chefe de um governo de gestão que agora se encontra, o líder do MPLA, e o seu respectivo governo deveriam cessar o programa de inauguração de obras.
O comportamento da media estatal segundo analistas esta a por em risco a credibilidade das eleições visto que um dos requisitos para serem declaradas como “justas” tem haver com o tratamento que é dado aos diferentes concorrentes pela media estatal. Sabe-se que a UNITA, o maior partido da oposição tem no país um grupo de especialistas de auditoria na matéria que contabilizam o tempo, e forma de tratamento que os partidos estão a ter para que no final das eleições possam sustentar a sua posição para qualificar o processo.