Alemanha - A oposição partidária que luta por eleições justas livres e transparentes (sendo, os mais ativos, o principal partido da oposição, a UNITA, e o Bloco Democrático) e as mais importantes organizações cívicas angolanas tem desenvolvido nos últimos dias verdadeiras ações de luta contra a fraude eleitoral há muito anunciada.


Fonte: ponto-final.net


Manifestação em Luanda (2/4/2011)Seria um autêntico suicídio permanecer nas simples exigências retóricas contra o incumprimento da lei, há muito tempo arquitetado pelo partido no poder. Seria insensato pensar que, a comunidade internacional ou os chamados governos democráticos, mais interessados nas vantagens económicas que obtêm da relação com o regime corrupto angolano, desenvolveriam qualquer papel no sentido de exigir transparência e lisura, se a opinião política e cívica angolana não utilizar a mais poderosa forma de protesto que tem:

A SAÍDA PARA A RUA NUM PODEROSO MOVIMENTO CONTRA A FRAUDE.

Será do poder da manifestação marcada para dia 25 que se criará um novo momento na história das eleições em Angola. Todos os dados apontam para uma elevadíssima participação nesta manifestação.

OS PARTIDOS ELEITORALISTAS E DE SOLUÇÕES DE GABINETE FICARÃO DE FORA.

Serão olhados pelos cidadãos com maior desconfiança em relação às suas verdadeiras intenções. Será assim maior a demarcação entre os partidos políticos no País. A chamada oposição verdadeira ou credível, ficará cada vez menos impura.


A dimensão da manifestação dará um sinal a comunidade internacional da verdadeira vontade do povo angolano em realizar eleições, mas que sejam livres, justas e transparentes e da injusta posição do regime. O descredito velado que esta comunidade apresenta começará a revelar-se mais aberto. Certamente que alguns países e governos mais dependentes das negociatas com o regime angolano, permanecerão escondidos, a sobrevoar no céu, como aves de rapina.


O MPLA e o seu presidente, estão numa situação muito incómoda. Não querem por nada entrar no jogo de eleições livres, justas e transparentes, porque o mais certo é terem um resultado surpreendentemente tão baixo que os poderá atirar para baixo de 35%. Procuram por isso inventar o espantalho da guerra. Quem irá fazer a guerra? E por que razão? Estas perigosas manipulações feita pelo regime, antecederam sempre a massacres onde ele é o protagonista.

Querem fazer mais um massacre justificado. Desta vez será muito grave para a sua credibilidade nacional e internacional. Mesmo assim, vão procurar impedir o êxito da mesma colocando paredões policiais e milícias criminosas, junto aos bairros, será ali que iniciará a brutal repressão.

Esta manifestação será, sem dúvida, uma das maiores vitorias dos cidadãos e da democracia em Angola. Este movimento tem de reconhecer as suas raízes nas manifestações iniciadas em Março de 2011 pelos jovens.

O que resta saber é o DIA SEGUINTE. O que farão os partidos e a sociedade civil? Voltarão para casa para participar nestas eleições da fraude documentada. Sobre isto nada se fala.

Paulo Mulemba ( Analista político do portal www.ponto-final.net )