Luanda – O futuro Governo angolano, cuja composição foi nesta sexta-feira, 28, anunciada em Luanda, vai ter menos quatro ministérios e apenas dois ministros de Estado, comparativamente ao anterior, que data de 30 de Janeiro passado. Na lista, divulgada pela imprensa, o destaque vai para a supressão do Ministério de Estado e da Coordenação Económica, que era ocupado por Manuel Vicente, empossado há dias no cargo de vice-Presidente da República.

Fonte: Lusa

Dos dois ministros de Estado constantes da lista, mantém-se Hélder Vieira Dias "Kopelipa", um dos homens do círculo restrito de confiança de José Eduardo dos Santos, no cargo de chefe da Casa de Segurança e a subida de Edeltrude Costa, até aqui membro da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e que anteriormente foi vice-ministro da Administração do Território. Edeltrude Costa foi nomeado chefe da Casa Civil, em substituição do jurista Carlos Feijó.

Entre as saídas mais notórias, registe-se a de Ana Dias Lourenço, que integrou a equipa do Ministério do Planeamento entre 1997 e agora, tendo ocupado a pasta de vice-ministra entre 1997 e 1999, ano em que foi promovida a ministra.

Para a pasta do Interior foi nomeado Ângelo Veiga, que era vice-ministro do Interior para a Ordem Interna desde 2005, em substituição de Sebastião Martins, o qual foi recambiado para a chefia dos Serviços de Inteligência e Segurança do Estado, de onde tinha saído para liderar o ministério.

Na lista divulgada, desaparece a referência à Secretaria de Estado dos Direitos Humanos, onde se encontrava o dirigente cabinda António Bento Bembe, com a criação do Ministério da Justiça e Direitos Humanos, nova designação para o Ministério da Justiça – que era liderado por Guilhermina Prata –, e que passa a ter como titular o até agora secretário de Estado das Relações Exteriores, Rui Mangueira.

A pasta do Comércio, até aqui ocupada desde 2008 por Idalina Valente, foi agora entregue a Rosa Pacavira, que integrava o gabinete de José Eduardo dos Santos como secretária para os Assuntos Sociais. Na Comunicação Social, a anterior titular, Carolina Cerqueira foi substituída pelo até aqui Director Nacional da Comunicação Social, José Luís de Matos.

Nos Assuntos Parlamentares, o anterior titular, Norberto dos Santos "Kwata Kanawa", saíu para liderar o governo provincial de Malange, sendo substituído por Rosa Micolo, uma estreia absoluta no executivo. Relativamente ao anterior Governo, e sem contar os dois ministros de Estado, mantêm-se oito mulheres no executivo, tendo o número de homens passado de 21 para 25 com a criação de mais quatro ministérios.

POUCAS NOVIDADES NO NOVO GOVERNO

Outrossim, a lista do novo governo contém poucas novidades, com a maior parte dos ministros a serem reconduzidos os cargos. Formado com base nos resultados das eleições gerais de 31 de agosto, que voltaram a dar uma expressiva maioria qualificada ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que governa o país desde a independência, em 1975, o novo executivo mantém nas mesmas pastas 17 dos anteriores responsáveis.

São os casos da Defesa, Relações Exteriores, Economia, Finanças, Administração do Território, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, Petróleos, Hotelaria e Turismo, Energia e Águas, Transportes, Ambiente, Telecomunicações e das Tecnologias de Informação, Saúde, Educação, Cultura, Assistência e Reinserção Social e da Juventude e Desporto.

Outro ministro reconduzido foi António Pitra Neto, anteriormente responsável pela pasta da Administração Pública, Emprego e Segurança Social. Na lista agora divulgada, o Emprego passa a Trabalho.

No anterior Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, o titular, Pedro Canga, mantém apenas a tutela da Agricultura, verificando-se o desdobramento daquele departamento governamental em dois, com a criação do Ministério das Pescas, para que foi chamada Vitória Francisco Lopes Cristóvão de Barros Neto, uma estreia no executivo.

Outro Ministério que se "partiu" em dois foi o do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia, passando a anterior titular, Maria Cândida Pereira Teixeira, a ficar apenas com a Ciência e Tecnologia enquanto o Ensino Superior foi entregue a Adão do Nascimento.

Também o Ministério da Indústria, Geologia e Minas foi desdobrado, com a criação dos da Indústria e o da Geologia e Minas, para que foram nomeados dois novos titulares: Bernarda Gonçalves Martins Henriques da Silva e Manuel Francisco Queirós, respectivamente.

O Ministério do Urbanismo e Construção foi também dividido. O anterior titular, Fernando Fonseca, ficou somente com a Construção, e o Urbanismo e Habitação foi atribuído a José António da Conceição e Silva.

O Planeamento, até agora ocupado por Ana Dias Lourenço, que saiu do executivo, passa a denominar-se Planeamento e do Desenvolvimento Territorial, e o titular é Job Graça. Outro Ministério que mudou de designação foi a Justiça, que "ganhou" os Direitos Humanos, para o qual foi nomeado Rui Mangueira.

Entre os novos ministros, que substituíram anteriores governantes, mas cujos ministérios mantiveram as designações, estão o Comércio (Rosa Pedro Pacavira de Matos), Comunicação Social (José Luís de Matos), Família e Promoção da Mulher (Maria Filomena Lobão Telo Delgado) e os Assuntos Parlamentares (Rosa Micolo).

Não foi ainda anunciada a data de posse do novo governo, bem como a composição da restante equipa governamental, com a indicação dos secretários e vice-ministros.