Luanda - As autoridades governamentais angolanas distribuíram nesta quarta-feira, 07, no município de Humpata, a 22 quilómetros do Lubango, capital provincial da Huíla, produtos alimentares a 10.416 habitantes afetados pela seca. O decréscimo em 60 por cento na queda de chuvas em Angola há mais de um ano conduziu a uma situação de estiagem, que diminuiu em mais de 400 mil toneladas a produção agrícola e está a afetar gravemente as províncias do Zaire, Bié, Huambo, Kuanza Sul, Cunene, Huíla, Bengo, Benguela, Moxico e Namibe.

Fonte: Lusa

Esta situação afetou a segurança alimentar de aproximadamente 1,8 milhões de pessoas e poderão ser atingidas pela má nutrição cerca de 500 mil crianças nas dez províncias mais atingidas.

A distribuição de bens alimentares, que está a ser feita pelo Ministério da Assistência e Reinserção Social (MINARS), inclui arroz, farinha de milho, feijão, sal iodado, conservas de carne e de peixe e óleo alimentar.

Segundo a responsável do MINARS na Huíla, Catarina Manuel, citada pela agência Angop, além de Humpata foram também distribuídos alimentos às populações de Chicomba, Gambos, Chibia, Quilengues e Caluquembe, prevendo-se para os próximos dias mais nove outros municípios da província, alcançando-se assim até ao final do ano as duas mil toneladas de produtos alimentares entregues.

Também na província do Namibe, estão a ser distribuídas 150 toneladas de produtos alimentares, nomeadamente fuba, feijão, arroz, farinha de peixe e conservas às populações dos municípios do Virei, Camucuio e Bibala.

No Namibe, a seca está a assolar mais de 20 mil famílias, que habitam em algumas zonas de difícil acesso e que na sua maioria se dedicam à agricultura e criação de gado. Das dez províncias mais afetadas pela estiagem, o Cuanza Sul, Zaire, Huambo e Bié são as que enfrentam uma situação mais difícil.

A mesma situação de falta de chuvas está a atingir a província do Bengo, no norte do país, e a preocupar o bispo da diocese daquela região, António Jaka, que no decorrer das suas visitas pastorais notou a falta de alimentos nas população que vive nos Dembos, Ambriz e Nambuangongo.