Brasil  - O ódio, o rancor  e  a raiva  encontram   nas práticas  da corrupção institucionalizada pelo próprio Estado a  razão de sua manifestação. Não adianta dizer  que a luta pelo poder  está acirrada porque  é a oposição que é cega pelo poder. Também o inverso pode ser  dito.

Fonte: blogdonelodecarvalho.blogspot.com
 

E o equilíbrio  entre as partes  é buscada  no civismo, na obrigação de que as regras devem ser cumpridas. Não importa quem está no poder, a lei deve alcançar a todos por igual, sem distinção  e sem descriminação. Não importa a capacidade de influência do bandido, a coragem diante da ameaça deve ir além, não deve abalar  a fé de que o malfeitor  a qualquer momento será vencido.

 

Vivemos  a  democracia “do barato que sai caro”, do peixe  e da fuba barata, mas quando chegamos  em casa nos damos  por conta que  tudo está podre. Pode ser mais barato manter José Eduardo dos Santos  a frente de tudo, o preço a ser pago é isso aí.

 

 Razões e causas  não faltam, as consequências  são  a  posse desmedida  e de forma absoluta por poucos daquilo que é de todos. O MPLA  nos  últimos tempos ressurge  no meio de um Capitalismo, de barriga cheia  e  empanturrado,  que agora optou  em  mostrar a língua  aos miseráveis desse país. O arroto como consequência da saciedade já não é  de forma discreta e educada,  também, já faz parte do deboche a que nos habituou.

 

Suas vítimas, estupradas mental  e  espiritualmente, vivem das  glorias do passado. Um anacronismo que o   próprio MPLA  e os seus dirigentes já superaram. Porque se assim não fosse  a  ascensão teatral de alguns, agora visto como o êxito de uma burguesia, não estaria refletido no exibicionismo daquele  órgão ( a língua).

 

Trinta e sete anos de independência: a consciência social angolana, aquilo que um povo pensa de si mesmo e até dos outros, continua em declive.   E por quê? Porque numa cidade como Luanda,  até,  para se abrir  e  erguer  uma livraria, e se ter  êxito de verdade,  você precisa ser amigo dos donos  do poder. Quando se sabe que   há  quem hoje com uma fortuna de 500 milhões de dólares  começou  com abertura de um  salão de cabelereira. Haja água e detergente para se lavar tanto dinheiro roubado.  A   “mesma” água que falta aos milhões de angolano. Ela pode servir    para se lavar o dinheiro podre  dos nossos ricos, só não serve para sair das torneiras das  milhares ou milhões de casa.

 

O MPLA deixou de ser um prêmio para os angolanos, para transformar-se num pesadelo cristão –um pesadelo  na terra, sem a correspondente recompensa ( esta com certeza não existe). Na verdade, a grande diferença entre o cristianismo arcaico e caduco, e o MPLA ( com a sua militância anacrônica), está precisamente aqui: aqueles (o cristianismo) têm uma promessa  e depositam suas esperanças  nos Céus, estes  veem em cada mentira  a ser criada o próximo desafio que deverá ser institucionalizado. O Angolano vive disso, da sua desgraça, das mentiras forjadas no dia a dia; principalmente quando estás vêm de lá de cima.

 

Não é a razão que torna o angolano otimista. Está não existe mais para se transformar o que há de  mais podre nesse país. O angolano é vitima de uma causa. E só uma: esta  é a ordem que o MPLA estabeleceu e sonhou para todos nós. A causa é o próprio MPLA que lutou por todos  nós, que conquistou o que só eles  usufruem hoje ( a independência de Angola); a causa  é uma  suposta salvação da Nação de quem nesses quase  quarenta anos andou pondo a mesma em perigo.

 

Assim, causas são muito mais  fortes, que qualquer um  bom raciocínio que leve a razão.

 

Nelo de Carvalho

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