Benguela – O aeroporto internacional da Catumbela, inaugurado em Agosto do corrente ano pelo Presidente Eduardo dos santos por altura da campanha eleitoral com vista as eleições gerais, está impedido de efectuar voos internacionais. O primeiro voo inaugural da Taag com destino a Namíbia, marcado para o dia 1 de Novembro do corrente ano, não realizado até hoje levantou as graves makas que afinal impedem o aeroporto internacional da Catumbela de exercer a sua real função, depois de ter custado para os cofres do estado angolano cerca de 450 milhões de dólares norte americanos.

Fonte: Folha 8

Segundo Folha 8 apurou depois da companhia aérea nacional ter publicitado o voo inaugural e a venda dos respectivos bilhetes só horas antes da efectivação do voo recebeu e de forma surpreendente a informação do INAVIC que o bilionário e gigante aeroporto da Catumbela não cumpre até hoje um conjunto de condições técnicas e de segurança para preencherem os requisitos exigidos pela IATA- Associação Internacional dos Transportes Aéreos.

As graves insuficiências agora detectadas por especialistas do Inavic e da IATA foram ignoradas pelo Ministro dos transportes e pela direcção da campanha eleitoral do Mpla que na febre da campanha eleitoral de Agosto forçaram a inauguração da obra pelo presidente Eduardo dos Santos que tinha como tempo de execução dois anos e forçado para seis meses, afirmou uma fonte do Folha 8.

A mesma fonte disse ainda que com o prazo reduzido de dois anos para seis meses a empreiteira portuguesa Somague, foi obrigada a sub empreitar a Odebrecht e a desconhecida empresa de construção civil cubana Imbomdex que ficou com a construção das pistas do novo aeroporto.

A redução brusca do prazo da obra apanhou de surpresa o empreiteiro da obra e especialista ligados a construção de aeroportos do nível da Catumbela que viram na medida falta de seriedade, advertindo para consequências graves que tal medida poderia causar em termos perfeição dos trabalhos finais.

As insuficiências graves do novo aeroporto da Catumbela, fazem levantar o cabelo de qualquer pessoa mesmo leigo em matéria de aviação, assegurou.

A pista secundaria, está neste momento com todo o asfalto removido e amontoado junto da mesma o que obriga as aeronaves a utilizarem a pista principal para aterrar e utilizá-la novamente para se deslocar para a placa de estacionamento, contra todas as normas de segurança recomendáveis em matéria de segurança aérea.

Os sistemas de rádio/ajuda e a iluminação das pistas ainda não funcionam, os restaurantes para servirem os passageiros da classe económica e executiva ainda não estão instalados e a chuva que se faz sentir na região já penetrou na área das escadas rolantes. A instalação de um grupo gerador desproporcional ao consumo geral do aeroporto da Catumbela tem obrigado a interrupções constantes no fornecimento de energia eléctrica, criando o caos que já levou ao desmaio de duas funcionárias devido a alta temperatura a que fica submetida pelo sol toda infra-estrutura.

O ambiente a volta da conclusão final das obras do aeroporto da Catumbela continua a agitar e a preocupar os principais operadores aéreos num momento em que circulam informações que oficialmente as obras ainda foram entregues a ENANA porque a empresa Arabe Dar fiscalizadora da obra ainda não deu o seu aval e ainda porque a Somague reclama pelo pagamento do orçamento das obras já efectuadas.

Outras vozes, questionam agora a viabilidade económica do referido aeroporto que neste momento, a sua exploração está  muito a quem dos motivos da sua construção quando Benguela está servida por aviões de pequeno porte a partir do aeroporto 17 de Setembro e uma pista internacional no antigo aeroporto militar da Catumbela.