Luanda  -  Em suma, o mundo evolui de forma segura e acelerada, mas na prática, nós teimamos colar Angola ao passado mono-partidário, mantendo a máxima: todo o angolano que se rebela contra as injustiças e rejeita o mundo burguês, é inimigo dito arruaceiro, no mínimo retrógrado, partidário da instabilidade. Por isso continuamos a dizer: Angola é uma prisão sem grades e os angolanos, prisioneiros sem algemas. É esta a realidade que caracterizou 2012.

 
Fonte:  Folha 8

33 anos, 33 discursos de fim de ano do mesmo PR que dariam uma enciclopédia de cerca de trezentas páginas, se isso fosse pedagogicamente útil. Mas, desrespeitos a Constituição a exemplo do Modus de eleição atípico, Processo Eleitoral constantemente falseado, Dívida soberana mafiosa, Fundo Soberano, Défices, Corrupção, Roubos escandalosos ao mais alto nível, Discriminações, Projectos de sociedade duvidosos, etc., enfermam tudo o bom intencionado. Entretanto, 2012 foi fundamentalmente o ano eleitoral, da batota, da oficialização do servilismo.


Pedimos a algumas personalidades consideradas por nós capazes e bem posicionadas a se pronunciarem sobre alguns sujeitos candentes da vida da pátria angolana. Das cinco contactadas, três resumiram em dois temas: Política e Comunicação. Eu corroborei e tão depressa me inclinei a escrever as razões da eleição somente destes dois temas, quando outros seriam igualmente de interesse, como a Economia, a Cultura, até mesmo o Social. Eu próprio respondi: bestialidade. Tudo o resto são finalmente subtemas de dois padrões hercúleos que determinam a vida ou a existência de todos os seres vivos na sociedade “Angola”. A Política - define, arregimenta, condiciona ou melhor cauciona a vida dos cidadãos; a Comunicação – direcciona, transfigura a mente, defende ou derruba o poder implantado, como exemplo das telecomunicações (UNITEL; MOVICEL) com as escutas telefónicas em permanência que nos vigiam dia e noite sobre o maior detalhe das nossas vidas até a mais intima das confidências passionais, esposa, filhos, etc.


Contudo, as politicas de crescimento equiparado e sustentável, visadas em 2012 pelo PR, não resultaram em melhoria das condições de vida para a maior parte dos angolanos. Ou seja, a democracia e as liberdades prometidas pelo camarada Presidente da República ainda não viram o nascer do Sol e parecem longe de chegar, como longínquas estão a estabilidade socioeconómica e a paz de espírito que deveriam ser o ganho mínimo da independência e do fim definitivo do conflito armado fratricida em 2002. A dita transparência, a abertura, a luta contra a corrupção e a promiscuidade, mecanismos fundamentais para o desenvolvimento harmonioso dos cidadãos, deram lugar a uma governação de carácter ditatorial-autoritária e oligárquica subtil. O sistema de educação e de formação técnico-profissional e de saúde, são dúbios e rolam a duas velocidades (angolanos de primeira e angolanos de segunda). Esta realidade não nos dá a possibilidade de ver Angola com outros olhos, se não decretá-la como uma sociedade assegurada sob coerção.


O Paradigma do faz de contas


Quando me disseram isso, não acreditei. Mas é verdade. Em Angola, andamos aqui a nos enganarmos uns aos outros: uns fazem de contas que governam bem e para o povo, outros a fazer de contas que estão ao serviço e defendem o povo. Desta forma, está longe o optimismo de virmos a ter nos próximos tempos um país normal, verdadeiramente livre e proporcionalmente igual para todos na latitude e longitude. Poorrrraaa! Não me digam que me engano. Mas porque razão, o MPLA controla tudo, exige rigor a todos, mas ninguém está autorizado e é capaz de fazer o mesmo? Fazemos de contas que o país está a crescer, com estradas e paredes descartáveis, escolas reduzidas a simples paredes e tectos, hospitais a mesma coisa. Ou seja, tudo vai ter de ser refeito, pois nada se conforma as normas arquitecturais e ambientais do Novo Milénio. Com vasta extensão de terreno e uma demografia fraquíssima, por ambição de uns poucos, pretendem construir o país na vertical, quando não aprenderam as lições de outros países que fogem os demónios da guetorização, como se perspectiva vai ser a Centralidade do Kilamba daqui poucos anos.


O Culto de Personalidade


Tudo se faz, muito dinheiro investido para se branquear no máximo a imagem do Mais/ Velho, Presidente do Partido e de Angola. Bajulação descarada. Mas, mugimbos e docus, mostram que não é bem assim, o M/V não está imaculado, aliás se liga a tudo. Por portas e travessas diz-se, é enorme sua implicação. Perante o Partido e o Povo, a culpa sua e de seus auxiliares mais próximos por terem fomentado repressões em massa e arbitrariedades, são tangíveis. Logo se explica às subsequentes fraudes eleitorais, propensas a perpetuá-lo no poder para gozar de imunidade infinita. O dito, tanto por vozes dissonantes como apoiantes, tem fundamento.


Pois, ao se duvidar do passado de Angola conforme conta a maquinação da história, não se pode acreditar aqueles que a governam. Por exemplo, a PAZ continua a ser mantida a ferro e fogo, as liberdades reivindicadas pelos defensores dos valores universais, são sistematicamente reprimidas e o sonho do angolano continuamente adiado. Também, inútil é objectivarmos este nosso Balanço Anual, baseando em aritmética ou estatísticas, porquanto, os relatórios publicados pelo governo, uma vez analisados cientificamente durante 2012, denotam o irrealismo da governação onde Angola é colocada sempre a subir em todas as frentes e vertentes com simulações de descentralização administrativa com vista a promover o cidadão. Pelo que se sabe, foi dito: estabilização da economia, a moeda sobreviveu ao Dólar, mas paradoxalmente fala-se na injecção de notas de kwanza de alto valor facial, 5 a 10 mil Kwanzas, em conformidade com o votado na Assembleia Nacional em Junho. Apenas para se ter uma ideia do que dizem os governantes: o Produto Interno Bruto (PIB) em 2011: $115.9 bilhões USD, ou seja uma subida de 5%, avantajado para 12,5%, cálculo por excesso, baseando-se numa tabela de exportação só para a China avaliada em cerca de 20 mil milhões de Dólares, refira-se, 80% em petróleo; Crescimento real 3,7%; População abaixo da pobreza: 40,5%, Taxa de inflação controlada: 14,3%; Força laboral controlada 8,4 milhões de indivíduos; Dívida pública 24.5%. Não se subestima, nem se ignora o acrescimento orçamental de 113% com particular atenção para os sectores da saúde e educação em valores estimados como históricos, educação 480,49 mil milhões de Kwanzas, aumento de 91%, para saúde, 229,65 mil milhões de Kwanzas, quando o ano transacto foi de 61,42 mil milhões. Porém, inútil descorar a problemática da política a implementar como o maior handicape, juntando a isso o roubo, a corrupção. No entanto e no concreto, para além de um culto à imagem do Presidente da República, na lógica do defender um só homem mesmo se para tal morra um milhão, e a acção de graças do MPLA, no famoso canteiro de obras, quase nada do feito se reflectiu em benefícios para as populações, nem aboliu os desequilíbrios e a instabilidade, como esperado, excepto gastos astronómicos e extravagantes com programas que não contemplam as necessidades mais prementes de 80% dos angolanos.


Forças da Lei e Ordem


Não concordo com Casimiro que considera esses homens e agora mulheres como vassalos. São concidadãos, meritórios de todo o nosso respeito, mas a serem usados da pior das maneiras. Enviados em missões secretas e de combate no exterior e outras sujas. Soube-se do roubo, do desfalque de mais de 100 milhões de Dólares dos cofres do Banco que serviriam para pagar salário destes homens e dos reformados, frustrados na Caixa Social. Milhares de famílias passaram a quadra festiva em lamúrias, não houve nenhuma reacção do Comandante em Chefe (ele também altamente comprometido e sem argumentos morais para punir) e o resto ainda sujeito a morrer por represália de uma manifestação de revolta.


Populações insatisfeitas, mas passivas

Pese embora esta realidade, e as tentativas frustradas de manifestações, a maioria da população, mesmo insatisfeita, não se transformou numa fonte de pressão contra um sistema altamente quadriculado, apesar de uma realidade catastrófica. Lá onde o CAP do MPLA não está, está uma Associação Lwin, AJAPRAZ, FESA ou outra ligada ao sistema, para manipular a consciência do cidadão revoltado. Trinta e sete anos depois, a miséria apoderou-se de grande parte e a pobreza da maioria dos angolanos com a alta corrupção, criminalidade, a queda no padrão de vida até na classe média a empurrar certos angolanos que tenham vivido o colonial a ter saudades do antigamente. Porém, o momento é outro e é praticamente impossível pensar no passado. Se bem que, evocando continuamente este mesmo passado lúgubre de guerra, os angolanos foram educados pelo MPLA ao ódio permanente a outrem, culpabilizando-o de todos os males e promovendo o dirigente de hoje como o salvador construtor, colocando desta forma o povo em guerra contra si mesmo. Como se não bastasse, falsificadores se esforçam por reescrever a história ao criar o mito da ameaça de guerra e instabilidade. Parte desta decepção veio da esperança de uma democracia que não se concretizou, simplesmente porque o MPLA e Eduardo dos Santos de forma enganosa, usaram a 'Democracia' como bandeira, mas o objectivo foi tão somente o de fazer adormecer o povo para legitima e legalmente acumularem riquezas", ao mesmo tempo que oprimem.


Partidos na Oposição

Incertezas, incoerências, incongruências, ausência de líderes guerreiros, destemidos e mais consensuais, verdadeiramente revolucionários a moda antiga, sem no entanto campearem no passado, mas dedicados inteira e integralmente, sem compromissos a causa única, da maioria dos oprimidos e desfavorecidos. Diz Matias: a ausência deste elemento crucial e fundamental, empresta garras ao MPLA e a JES e consequentemente mergulha o povo no descrédito de seus líderes, na dúvida da capacidade de derrubarem o Dragão, na frustração e desilusão de um futuro melhor, no conformismo (deixa andar). Procura-se ainda, quem dirá o contrário, disse a Bordo do Avião, o jovem Casimiro em férias para Bélgica, outrora autenticamente revolucionário. “Estou desiludido, por isso parei. Os líderes de hoje são muito mais egoístas, individualistas, só pensam neles mesmos; lutam com medo de perderem o que têm e fazem desta pseudo-luta política um Cavalo de Tróia, mais um fantasma do que a realidade, para apenas se promoverem, e o MPLA já percebeu isso”.

As igrejas
A palavra de Deus, de libertação e transformação virou moeda de troca


Do proselitismo à profanação, manipulando o sagrado, passando pelo mercantilismo, atingiram o cúmulo do ridículo e da pouca-vergonha, a imagem do tempo da inquisição ou das cruzadas. Nenhuma Homilia faz apagar esta má impressão que deixa o credo, segundo o qual, todo aquele que é rico, de uma maneira ou de outra, é agente do Regime, pactua directa ou indirectamente e o pobre fanático é simplesmente a vítima coitada da sua própria ignorância. Assim é, o Padre ou Pastor, o militante do MPLA ou o “Gentleeman” da oposição que ao receber as benesses da mão do MPLA, esquece-se porém que lhe estão a cortar a erva debaixo dos pés, substituindo-a por cravos, ainda por mais bravios. Pouco importa, líder diz ser um direito, pois o MPLA gere as riquezas de Angola. Por outras palavras está comprometido deixando-o sem rosto, nem moral para reivindicar ou censurar seja o que for da governação.


Durante o 2012 com realce para o período eleitoral, as igrejas se perfilaram na grelha de partida. E, sem escrúpulos, padres e pastores não esconderam a cara na corrida em busca dos dividendos materiais. Qual Deus, qual quê, para lá Jesus Cristo ou Nossa Senhora, somos todos seres humanos de carne e osso, cheios de desejos e ambições. Apesar de servidores de Deus na Terra, temos também famílias para servir, não com as rezas e o envolvimento do espírito benigno, sim com o pão cuja matéria avançada para o real bem-estar, é o dinheiro (arma do demónio) que não é formalmente espiritual, sim material. E desta forma, o MPLA bate palmas. Porquanto, todos os promotores de revoluções: o Pastor, o Padre, o Proletário, o Intelectual da Classe Média, o Estudante pobre, está manietado e não vai trocar o CABAZ, pela aventura da Revolução “ainda por mais”, com dúvidas se camponês ou o miúdo do Musseke vai seguir, quando o avô ou o pai faz entoar a célebre canção do “Chê menino não fala politica; deixe-nos viver mesmo assim; se mexer poderá ser pior”. Por outras palavras, ele prefere continuar pobre e humilhado, e não se rebelar. Logo, deixa-se indiferente as causas e motivos ditos políticos, por não acreditar na possível mudança prometida apenas com o verbo pelo líder político e talvez por não compreender com exactidão as dimensões da vida precária que leva, perdido num bairro ou numa aldeia onde ele é sempre o Rei ou o dito míope no meio dos Cegos, sem nada para comparar, nem perceber as variações políticas pelas quais o país passa, ainda por cima carcomido pelos preconceitos tribalistas, regionalistas, etnico-raciais que os dilacera e os estilhaça a proveito do MPLA. Em 2012, disse Matias: vimos um Povo Angolano anestesiado, fanatizado, instrumentalizado e deste modo, desterrado no interior das suas próprias fronteiras, estrangeiro na sua própria pátria, sem a possibilidade de dizer “Não”, portanto inerte.

Falsos profetas

É esta farsa que nos guia: você fala de transformação, mas casa com o pacifismo; você diz ser doutor e se esquece que em todos os estádios dos fenómenos, não há matéria alguma que se transforma sem uma revolução ou seja o radicalismo na fusão, onde só o absoluto pode se impor, ou na destruição do existente, onde dos escombros ou da tábua rasa se ergue o novo. Esta é a condição sine qua non para vencer, ou melhor alcançar objectivos preconizados.


O político esquece-se que tem de criar uma doutrina, uma ideologia única, não muitas, não pode baralhar o seguidor, não pode agradar todo o mundo; ou é Coca-Cola, ou é Fanta; não pode ser Coca-Cola, Fanta e Blue ao mesmo tempo; rato de manhã e morcego à noite. Assim é em laboratório ou na metalurgia, já que em botânica, a enxertia leva uma temporada, mesmo assim o resultado final é relativo com o original a se sobressair sempre em primazia. No socioeconómico, só faz a Revolução aquele que se consciencializa que não tem nada a perder: é pobre, nunca dispôs para ter de comparar; e se não dispõe, não é proprietário, logo não está sujeito a concepções. Foi assim com os socialistas, anarquistas e comunistas na história das revoluções populares. Fora disso é tudo falso. Assim é em ciências exactas, o mesmo serve para as ciências políticas. Se negociar, o revolucionário (líder político) aliena-se de seus próprios actos e submete-os à vontade de quem governa que o domina com autoridade!


Nesta ordem de pensamento, o Proletariado nunca conseguiu vencer o capitalismo porque sempre negociou, não fosse o político revolucionário aproveitar-se da sua força reivindicadora e mobilizadora, da sua disciplina e solidariedade, para vencer o opressor. No nosso caso particular, deixou-se o MPLA transformar num Castelo intransponível protegido com uma barreira de aço, provocando contudo uma estagnação irresistível a dinâmica de evolução progressista quão almejada, tudo, como diz Abel Chivukuvuku, porque o angolano está amordaçado, sua mente corrompida.

Comunicação Social

Sem palavras! Nisso estamos foxtrotes. Por isso, vamos ter de suportar mais mil anos se pensarmos que o fruto tem de amadurecer para que caia sozinho da árvore. Esta Armada da Comunicação Social de Angola, na qual se agrupou alguns dos nossos confrades ditos privados, supostamente independentes, é a maior e a mais bem montada do mundo para os desígnios de quem governa Angola. O Regime só tombará o dia em que se dobrar este Cabo das Tormentas, onde reside o Gigante Adamastor.


Sindicatos de trabalhadores mais é uma Ova

Tanta injustiça, tanta falta de emprego, tão baixos são os salários, tanta falta de tudo, e nenhum dos muitos sindicatos convocou uma manifestação de direitos laborais. Greves não faltaram, nenhuma mereceu o apoio de nenhuma das organizações sindicais, nem estudantis. Uma porcaria, todos embarcam em negociatas de subornos com os detentores do poder ou a classe patronal, e vão enganando seus membros sindicalistas, se submetendo a ditadura militarista dos governantes, todos eles empresários, homens de negócios, donos dos grandes capitais, feudalistas - oligarcas que construíram grandes fortunas e monopólios desde as instituições estatais até ao Privado; detentores de tudo, até do direito de nos ceifarem as vidas, tudo ante a distracção de africanos angolanos. Em 2012 confirmou-se o muito denunciado, eles controlam tudo: as infra-estruturas, os meios de produção, os meios de fanatização e instrumentalização do homem contra seu próximo (Comunicação Social e igrejas), deixando-nos tota-dependentes, sem autonomia, pendurados na corda-bamba da sobrevivência. As forças produtivas da função pública, tanto as organizadas, como as da sociedade civil dispersa, mesmo se querendo reclamar contra o discurso oco e estéril lançado contra a verdade e a favor da indigência e incúria, serão sempre reprimidas.

Eleições roubadas


Por outro lado, a perda de criatividade e a falta de políticas mais atractivas e producentes para a juventude, promoveu a radicalização das forças de segurança (polícias). A UGP continua massivamente espalhada em todos os cantos, sobretudo de Luanda espelhando sem vergonha o estado policial e demonstrando copiosamente como o PR se sente tão inseguro, mesmo depois dos 71,84% de votos, mais precisamente 4.135.503, com direito a 175 deputados contra 45 de outras 4 forças politicas reunidas. Parafraseando um jovem mais lúcido do CAP do MPLA da Samba em Luanda, dizia: Não são raros os casos em que saímos prejudicados pelo palavreado abstracto do nosso presidente e a incapacidade dos dirigentes corrigirem e falarem a verdade ao povo. Citando passagens do programa do MPLA sobre as reformas político-sociais, dizia: “As pessoas ouvem uma coisa, mas vêem outra. Claro, há um grande fosso entre a realidade e o discurso. O problema é sério e não só sob o ponto de vista educativo, mas também político, social, económico e de consciência patriótica. O MPLA, não nos consegue dizer, mesmo no seio dos CAP’s quem somos afinal, enquanto angolanos!?” O Povo foi enganado, hoje acorrentado, não pode se manifestar e talvez mesmo aceitamos “bem-feito”, nós mesmos, como dizia Lutero: “Temos realmente o governo que merecemos”. São os frutos das eleições destas e que se repetirão.


Caso William Tonet

Não deixou de ser rocambolesco. Por conseguinte, e para não variar, depois da fraude, nos meses de Outubro e Novembro, uma outra demonstração de força do Nosso Governo, evidenciou-se com o cancelamento da inscrição do Advogado William Tonet, na Ordem dos Advogados de Angola e a consequente cessação das actividades como Advogado, em plena baila do não menos badalado e problemático caso Quim Ribeiro, em que William Tonet está envolvido no epicentro do processo. Alegações foram várias, maior parte delas infundadas, controversas e precipitadas, a descredibilizar inclusive os órgãos estatais a priori habilitados, como a própria Universidade Agostinho Neto. Uma delas dizia William Tonet, não ter a formação em Direito ou não ter concluído o estágio. Apesar de todos os comprovativos processuais apresentados ao detalhe, peça por peça e mesmo com intervenções de David Mendes ou de Inglês Pinto ex - Presidente da OAA, a favor de William Tonet, Hermenegildo Kachimbombo Presidente em exercício da OAA, pelo gesto, implicância, voracidade no tratamento de um caso de um seu associado, trouxe à luz do dia mais um indicador de como todos os órgãos do poder estatal estão subjugados, o resto é cantiga. Seja o que for, o mais preocupante e ressaltou à vista de milhões de angolanos e outros milhões de estrangeiros, é o facto concludente da caça ao homem de que WT é vitima por todo o aparelho do Estado Angolano, na sua máxima força. Intimado a pagar 100 mil USD em uma semana ao Tribunal por algo não culpado; afastado caprichosamente pelo MPLA da corrida como deputado de Luanda pela Lista da CASA-CE, agora esta, mais uma vez Crucificado na Cruz Preta do Calvário Angola!


FIM