Luanda - O fórum nacional de empreendedorismo jovem juntou em Luanda um número impressionante de jovens oriundos de todas as províncias. Finalmente o país viu uma resposta convincente aos esforços do Executivo para garantir a todos uma oportunidade de melhorarem o nível de vida e enfrentarem o futuro com confiança. Há crédito fácil com juros bonificados e processos simples e rápidos de constituir empresas. Existem centros de formação profissional, institutos politécnicos e universidades.


Fonte: Jornal de Angola

Só não agarra o sucesso quem não quiser


Há consumidores ansiosos por produtos a preços acessíveis. Existe uma gritante carência de serviços essenciais que só podem ser garantidos por quem domina as técnicas. Só falta mesmo ousadia e força de vontade.


Os milhares de jovens que participaram em Luanda no fórum do empreendedorismo provaram que acabou o comodismo. Quem deseja um emprego ou montar o seu negócio não pode ficar sentado à espera dos “apoios” ou que outros façam o trabalho. Quem perde a iniciativa é ultrapassado. Se deixamos criar vazios comprometedores no tecido económico, alguém vai preencher esses vazios.Há muito investidor estrangeiro pronto a criar empresas em Angola. O mundo dos negócios é tão dinâmico que a oportunidade perdida hoje nunca mais volta, porque foi de imediato agarrada por outro.


Os angolanos vivem hoje uma realidade que nada tem a ver com o passado. As insuficiências que ontem justificavam a letargia no mundo dos negócios, as condições que ontem estimulavam um certo parasitismo e o refúgio na mera posição de intermediários hoje estão ultrapassadas. Quem não compreender a nova realidade vai ficar para trás e perde as oportunidades que agora se oferecem. Angola tem pressa e o mundo dos negócios muito mais. Quem quiser ficar à espera que tudo lhe caia do céu, pode fazê-lo. Mas num abrir e fechar de olhos tudo vai mudar à sua volta. É preciso que nós, angolanos, acreditemos em Angola e nas suas potencialidades.


Os jovens que estiveram no fórum do empreendedorismo perceberam essa realidade e vão estar atentos às oportunidades ou correr atrás das que já passaram mas ainda estão à vista. Têm tudo para criar os seus negócios: crédito, formação, simplicidade no processo de constituição de empresas. Só não agarra o sucesso quem não quiser. As oportunidades estão aí, à mão de quem as quiser aproveitar.


Os políticos também têm que compreender esta nova dinâmica. A retórica, o dizer mal por dizer, o ignorar a mutação da realidade, o estar contra só por comodismo, desencoraja os empreendedores.


Quem quiser continuar num estilo ultrapassado, pode fazê-lo. Mas depois não pode queixar-se da realidade esmagadora dos factos. Estou a pensar no Fundo Petrolífero criado pelo Presidente da República. É uma medida de grande alcance político e de excepcional interesse económico. Quem se distraiu, ainda se agarrou à tábua de salvação do Tribunal Constitucional. Mas a rejeição da pretensão dos deputados contestatários está suportada por um acórdão tão bem fundamentado, tão claro e competente, que só deixa dúvidas a quem faz da dúvida o seu modo de vida e a única razão de existir.


Este ano lectivo começou com milhares de escolas novas e mais professores. A merenda escolar vai a todos os municípios. Há uma aposta sem precedentes no ensino básico. Para que todas as crianças estejam no sistema público de ensino, evidentemente. Mas também para que todos tenham bases sólidas que lhes permitam ter sucesso nos outros níveis de ensino. Este ano lectivo é o primeiro desde que o Executivo lançou o Plano Nacional de Formação de Quadros. É uma aposta que define a grandeza de um regime e a qualidade dos políticos que gerem os destinos do país. Até 2020 Angola forma mais de dois milhões de quadros. É pouco, dirão os profetas da desgraça. Mas se tivermos em conta que ainda há dez anos tínhamos o país em guerra, cheio de feridas mortais, este número ultrapassa o nosso sonho mais dourado.


Angola precisa de quadros para se desenvolver. Temos de vencer a batalha do conhecimento e da inovação. Quantos mais técnicos forem formados, mais retiramos espaço à pobreza. Nessa área as carências são visíveis. Elas são responsáveis pelo elevado número de desempregados que ainda temos. Quem não tem qualificações, dificilmente garante as condições mínimas para viver. E como não abundam os quadros qualificados, também não temos um número suficiente de empresas que responda às necessidades da economia.Todos sabemos que ainda importamos quase tudo o que consumimos e somos deficitários em serviços essenciais.


Os estímulos ao empreendedorismo, a aposta na formação profissional, o plano para criação de milhões de quadros concorrem para mudar a economia e a sociedade nos próximos anos. Em Angola há oportunidades para todos.