Lisboa – O Chefe do   executivo  angolano,  José Eduardo dos Santos  aprovou “finalmente”   a criação do  Instituto Nacional de Promoção das Exportações (INAPEX), no organigrama do Ministério do Comercio. Trata-se de um projecto ao qual o mesmo,  havia “rejeitado”, no passado,  a quando,  apresentado por um  antigo Ministro do GURN,  Joaquim Icuma Muafumba, indicado pela UNITA.

Fonte: Club-k.net

ImageA primeira vez que se escutou sobre a criação do referido projecto foi em  Março, de 2006, a margem de uma visita que o  antigo Ministro do Comercio,  Joaquim Icuma Muafumba efectuou a província da Lunda- Sul.  Joaquim  Muafumba havia anunciado que  uma das suas prioridades seriam a  “criação das políticas comerciais, revitalizar as representações existentes no exterior e o Instituto do fomento das exportações”.  As duas primeiras propostas foram avançadas tendo a terceira  sido chumbada. Na altura especulou-se, em círculos de peritos do ministério,  que a rejeição da iniciativa foi por  alegadamente vir de um ministro oriundo da UNITA.


Passado sete anos, que são agora, José Eduardo dos Santos   por via do Conselho de Ministro aprovou a criação desta instituição no organigrama do Ministério do Comercio. Para o efeito, a Ministra Rosa Pacavira,  nomeou, através de um Despacho n.º 501/13,  o ex- Director Nacional do Comércio Externo, Carlos Alberto Marques para exercer o cargo de Coordenador da Comissão Instaladora do INAPEX - Instituto Nacional de Promoção das Exportações.

 

O GURN- Governo de Unidade e Reconciliação Nacional ao qual Joaquim  Muafumba fazia parte como ministro do Comercio  foi criado por força dos acordos de paz assinados em 1994, na capital zambiana, Lusaka.  Os ministros  da UNITA tinha a fama de não terem poderes “de facto”. Ou seja, antes  da tomada de posse dos mesmos, o Presidente José Eduardo dos Santos transferiu poderes dos titulares dos ministérios indicados pela UNITA  para os seus vice- Ministros que eram do MPLA. 

 

No Ministério da geologia e Minas, o titular era Manuel António Africano (UNITA), que tinha a competência de tratar de minerais  de  pequeno valor.  A competência sobre os  diamantes  e kimberlitos  eram  da alçada do Vice- Ministro do MPLA, Carlos Sumbula. A competência para licença de diamantes estava confinada a um ex- director nacional,  Nelson Fernandes. O Ex- Vice Ministro  era  varias vezes chamado   para assistir as reuniões do conselho de Ministro, em detrimento do próprio titular da geologia e  minas. O mesmo acontecia na sua, onde certa vez  o ex- Ministro Sebastião Veloso exonerou representantes deste ministério junta a embaixada da África do Sul e Portugal e viu-se desautoridado pelo então Primeira Ministro, Fernando Dias dos Santos que mandou anular as exonerações.   Desde então ventilou-se que ao invés de “reconciliação nacional” , o GURN, era um governo onde os integrantes da oposição eram marginalizados. A idéia das autoridades, segundo corria, era passar a mensagem de  que os ministros/dirigentes da oposição no GURN, não tinha idéias para governar.