Depois de o  nacionalista Manuel Pedro Pacavira ter lançado, semanas depois das eleições, as suas memórias, agora é a vez dos seus companheiros de luta. Hermínio Escorcio, primeiro chefe do Protocolo da Presidência ao tempo do “camarada Neto” tem as suas memórias ultimadas. Ponderou apresentar antes das eleições para que algumas revelações não fossem objecto de aproveitamento político dos adversários do MPLA, na fase de campanha eleitoral pelo que poderá faze-lo dentro de pouco tempo. Hermínio Escorcio que é considerado um quadro histórico que não tem papas na língua proporcionara as novas gerações uma  obra complementada com arquivos históricos fruto de consultas feitas na Torre do Tombo em Lisboa.

A seguir a Hermínio Escorcio, o publico poderá ter acesso a obra de Manuel Alexandre “Kito” antigo representante do MPLA em Lusaka. Alexandre “Kito” fez saber em meios privados que esta a escrever as suas memórias. “Kito” tem para contar episódios dramatizantes do Maquis nos dias de carência alimentar em que não tinha outra opção a não ser comer a carne que menos se presume comido, segundo desabafos seus.Na década 80, o general Kito era muitíssimo próximo ao Presidente José Eduardo dos Santos. Junto com o falecido Pedro Van Dunem “Loi” completavam um trio aparentemente inseparável. Maus rumos sobretudo pretensões atribuídas a Kito contribuíram para o seu afastamento do “inner circule”, um episódio que muito o abala e que se aguarda que venham a se explicar nas memórias que prepara.

Frederico Lima, um conhecido histórico  do bairro Zangado tem a sua memória concluída no formato A4 (batida a maquina de escrever). Traz em anexo  fotografias exclusivas de membros das células do MPLA na clandestinidade que mantinham ligação com a direção chefiada por Agostinho Neto no exílio/Brasaville. Frederico Lima, hoje na casa dos 70 vive em condições de abandono ou esquecimento mantendo cega fidelidade ao seu MPLA da década de 70 onde foi um dos responsáveis pela aceitação do mesmo nas mediações do bairro Zangado e Marçal, no município do Rangel.

Obra de grande referencia vinda de um histórico do MPLA são as memórias de Lucio Lara, o colaborador mais próximo de Agostinho Neto a quem foi seu padrinho de casamento. Considerada como publicação “postuma”, a mesma  permanece em estado de absoluto secretismo. Não são avançadas as razões  mas presume-se que seja para evitar o que sucedeu com as memórias do antigo chefe da guarda pessoal de Agostinho Neto no Maqui, o comandante Rui Cardoso de Matos. De acordo com dados fiáveis Rui de Matos deixou uma obra escrita que desapareceu misteriosamente. Falecido em 2005, Rui de Matos foi general das FAA na reserva. Ingressou  no MPLA nos finais de 1964 ao tempo que estava em França. deixou esculturas/ bustos oficias de Agostinho Neto, Hoji ya Henda, Amílcar Cabral entre outros. 

O acadêmico Manuel Lima fundador do primeiro exercito do MPLA e o diplomata Paulo Texeira Jorge antigo Secretario para as relações exterior  da Presidência a época de Agostinho Neto são tidos como possuidores de rabiscos importantes que podem vir a dar em memórias. Manuel Lima, autor da célebre obra "os anões e os mendigos", é cobiçado pelo Estado sul africano. Ele possui uma foto tirada na década 60 ao lado de Nelson Mandela. A fundação Nelson Mandela esta numa campanha de recolha de fotos inéditas deste antigo prisioneiro do regime do apartheid.  

De acordo com informações plausíveis, o antigo representante do MPLA no exterior, Afonso Van Dunem “Mbinda” tem considerado a idéia de passar para o papel alguns dos momentos importantes que viveu enquanto diplomata ao serviço do Estado angolano na década de 80/90. “Mbinda” pondera por haver dados que considera “não classificados” (entenda-se, segredos de Estado prematuros para revelação publica). Mbinda que é mais “Eduardista” que “Netista” foi ministro das relações exterior do executivo de  José E Santos na década de 90. refinado diplomata de trato fácil participou junto com o respeitado França  “Ndalu”  num frente a frente  secreto no Cairo, com Pik Botha então Ministro dos Negócios Estrangeiros do regime do Apartheid que serviram de pré eliminares para os acordos tripartidarios em Nova Iorque. O que mais o marcou porem, foram as convocações de reuniões de emergências nas Nações Unidas por alegada traquinices dos antigos aliados da UNITA de Jonas Savimbi. Aguarda-se portanto que escreva quando decidir trazer as suas memórias.

Henrique Carreira “Iko” antigo chefe da segurança do MPLA no “maquis” foi um dos primeiros colaboradores de Agostinho neto que escreveu memórias antes de deixar o mundo dos vivos. O seu livro é de consulta constante. Escreve-o já numa cadeira de rodas e com ajuda de aparelhos em Espanha, quando caiu doente. Foi um exercício patriótico e ao mesmo tempo exercício de terapia que de acordo com dados confirmados, o seu medico considerava que a escrita fazia-lhe bem a dada altura da doença.

Fonte: Club-k.net