Kwanza Sul – A Liga da Mulher Angolana (LIMA), braço feminino do maior partido da oposição, exige do governo um esclarecimento plausível sobre o desaparecimento misterioso dos activistas Alves Kamulingue e Isaías Kassule ocorridos nos dias 27 e 29 de Maio do ano transacto, em Luanda, após terem organizado uma manifestação em defesa dos direitos dos ex-militares.

Fonte: Club-k.net

“O governo angolano deve esclarecer a sociedade e as famílias o desaparecimento de Alves Kamulingue e Isaías Kassule que a 27 de Maio do corrente, farão um ano desde que deixaram do convívio familiar”, lê-se no segundo paragrafo do comunicado final saído do seminário de capacitação organizado pela LIMA no passado dia 27 de Abril do corrente ano, no município da Cela, província do Kwanza Sul.

O certame – que decorreu sob o lema “Mulheres, capacitemo-nos para o reforço das estruturas da LIMA” – foi superintendida pela presidente nacional da LIMA, Miraldina Olga Jamba, (coadjuvada por Virgínia Etna Chindondo, secretária nacional para organização), registou a participação de inúmeras personalidades dentre eles membros do executivo nacional, provincial (alguns vindo de Luanda), municipais (do Kwanza Sul) e convidados.

De acordo com uma nota de imprensa daquela instituição a que o Club-K teve acesso, o seminário visou ainda incentivar as mulheres de formas a criar novo dinamismo, tendo em conta os desafios do milénio e capacitar as mulheres em matéria sobre a liderança feminina e competência das dirigentes.

No final do certame – que durou largas horas de calorosos debates e participação –, os seminaristas saudaram “a histórica viagem do presidente da UNITA, Isaías Samakuva, aos Estados Unidos de América e Europa na sua incessante luta em busca da verdadeira democracia e respeito pela lei e pelos Direitos Humanos amordaçados pelo actual regime em Angola”.

Mais em diante, os participantes apelaram “uma mudança de mentalidade e comportamento” aos seus membros no sentido de reforçar “a consciencialização da LIMA pela unidade, responsabilidade individual pelo trabalho colectivo, primando sempre pela humildade e sobretudo valorizar a sua participação nos múltiplos sectores como rezam os princípios da UNITA desde a sua fundação”.

Ainda durante o seminário, o braço feminino da UNITA notou “com profunda preocupação” os índices, cada vez mais assustadores, do uso de álcool no seio das mulheres. “Este mal tem afectado gravemente as famílias angolanas. Por isso apelamos as instituições competentes no sentido de incrementarem acções que visem minimizar problemas de pobreza que assolam estas famílias”, recomenda o comunicado.

Num outro ponto, a LIMA recordou “o principal papel da mulher como mãe carinhosa na busca de soluções aos problemas que dizem respeito ao lar, principalmente na educação dos filhos”. Por isso, apelou as mulheres com cargos de destaque para observância dos valores morais e culturais que sempre caracterizar a mulher como elo fundamental da família.

Em gesto de remate, os participantes recomendam que “cada uma sentir-se responsável pela função que ocupa com carácter permanente ao invés de caracteres transitórios”.