Luanda  - A futura gestão da africa têxtil que se encontra na fase de reabilitação e ampliação através do Banco de Cooperação do Japão orçado em cerca de 480 milhões de dólares está a gerar polémica junto dos antigos trabalhadores e direcção e no seio de governantes e do MMPLA.

Fonte: Club-k.net

Os empresários Nelito Monteiro, General Andrade e Cardoso, primo do governador de Benguela Armando da Cruz Neto (ACN), estão a ser apontados como os futuros gestores da África Têxtil, através de uma empresa privada ainda não identificada, num lobby forjado por ACN.


A futura gestão da África Têxtil por parte dos três empresários ganhou mais visibilidade por ocasião da recente visita do secretário do Presidente da República para os Assuntos Económicos, Armando Manuel.


Antes da chegada do alto responsável da presidência da república, a delegação do governo de Benguela que aguardava a comitiva no aeroporto internacional da Catumbela, chefiada pelo governador em exercício Agostinho felizardo, foi surpreendida com a presença do empresário Nelito Monteiro que na altura se apresentou como director geral da Africa Têxtil e que seria o mesmo a apresentar os trabalhos de recuperação da empresa têxtil localizada no bairro da fronteira o que veio a acontecer.

A estreita ligação e privilegiada do trio empresarial ao governador ACN, acabou por conformar a delegação de Agostinho Felizardo, com todas as consequências que acto o inesperado causou e está a causar nas análises mais hostis a governação de Benguela e a politica de transparência da gestão do ex-parque industrial do estado.

No plano mais público, a Secretaria de Estado da Industria ainda não explicou as modalidades de gestão das fabricas três fabricas têxteis que estão a ser reabilitadas em Benguela, Luanda e Kuanza Norte com dinheiro japonês e os moldes da sua devolução.


Fontes do Club-K apontam a entrega da gestão das referidas empresas a entidades de confiança dos lobys de influentes governantes angolanos que depois do pagamento da divida passarão a proprietários das referidas empresas têxteis sem avaliação das suas competências.


A alegada entrega de mãos beijadas da África Têxtil ao grupo liderado por Nelito Monteiro, está ainda a merecer preocupações controversas no seio dos mais de 400 trabalhadores que aguardam há mais de 14 anos por indemnizações do executivo angolano avaliados em cerca de 11 milhões de dólares.


Fontes que acompanham o caso “Africa Têxtil” citam vozes do seio dos ex-trabalhadores como estando dispostos a enveredar para manifestações violentas caso se confirme o “trio NM” como os novos donos da AT e que não incluam no seu seio antigos responsáveis da empresa.


A classe empresarial de Benguela é igualmente apontada como estando preocupada com a forma não transparente da entrega da gestão da AT a um grupo económico já presente nos grandes negócios fornecidos pelo programa de investimentos públicos de Benguela, quando o Mpla no seu programa eleitoral salvaguarda a participação de “todos” na vida económica do país sem exclusão.


O surgimento inesperado dos novos donos da África Têxtil está ser aproveitado igualmente pelos sectores críticos a governação de ACN que juntam agora ao que consideram escândalo, a também entrega de mãos beijadas de uma grande estrutura física da educação a um grupo
empresarial luso que a transformou num colégio privado de luxo, onde se alega ter participação de seus familiares directos.