Brasil - Zedú ou Coréon Dú  é vitima da corrupção do Governo que o pai dirige. Assim, não pode culpar, simplesmente, o Ministério de Comunicação Social e a TPA por não receber  e  por contratar de forma ilegal com o Estado.  Ocupando espaço indevido num tempo de programação público que custaria milhares ou até milhões de dólar aos cofres  do Estado, apareceu para ler um texto  em tom de  desabafo e reclamar  supostamente daquilo que não recebeu.


Fonte: NeloDeCarvalho/facebook

Estupido e extremamente privilegiado

A criança chorou!  E quantos de nós nesta Angola de “todos” já tivemos oportunidade de ir a TPA e reclamar  das injustiças  de um governo que está no poder há trinta e oito anos, se proclamou como o governo do povo, e até hoje se assume desta forma? Ainda que seja de maneira cínica!

 
A reclamação de Zedú não foi contra as instituições do estado  com quem ele supostamente andou contratando, diga-se, novamente, de forma ilegal. Mas nos pareceu  mesmo que foi uma reclamação contra a população angolana, que segundo o mesmo têm distorcido os fatos sobre os privilégio que a cria presidencial sempre ostentou.

 
Zedú se apresenta como empresário, ao menos, pela primeira vez se tem um anúncio oficial  de que esse herdeiro presidencial   oferece produtos ou serviços. E tem como cliente o Estado.

 
Até hoje os angolanos não sabem quais os critérios assumidos e exigidos  pelo  Estado Angolano para contratar com uma empresa como a do empresário Zedú.

 
Na verdade, a população angolana nunca entendeu, em palavras e em termos “técnicos”, que serviços são esses; e até a que certo ponto os mesmos são importantes  para a sociedade. Já se disse por aí, pelos acadêmicos das áreas da Administração Pública, qualquer contratação  de empresas particulares  com o Estado deve se ver a conveniência pública e social de tais serviços ou produtos.

 
Entendemos que esta conveniência social e pública deveria ter como uma das fontes para sua mensuração a própria opinião pública em Angola, que aqui podemos mencionar,  como um dos elementos dessa opinião a imprensa ou os meios de comunicação. Vamos discriminar ainda mais a fonte  dessa opinião como manifestação daquilo que é verdadeiramente popular numa Angola de hoje: a imprensa privada, os formadores de opinião em geral sem discriminação, a associação ou sindicato dos  jornalistas angolanos, que deve existir por aí, e demais fontes;  como pesquisas públicas feitas de maneira aleatória e randômica. Nada disso foi feito, ao contrário todos foram ignorados por um governo que se crê a altura de tudo e de executar projetos sem a participação dos governados.

 
O governo angolano é um governo que executa atos  sobre sua própria conveniência longe sempre da opinião de quem o mantém  e sustém a legitimidade do mesmo. É e foi uma tradição numa Angola em que a melhor coisa que se fez até hoje foi a declaração de independência, essa sim contou com o público, e precisou dela para que isso fosse possível. O resto é de governo para governo, não existe povo, não existe  público. Aprenderam primeiro e muito bem o que dizia Margareth Thacher: “não existe sociedade, o que existe são indivíduos”!

 
Voltando! Pareceu-nos ingênuo, estupido e extremamente privilegiado, o uso da TPA, canal público de televisão, por aquele individuo que se considera empresário  e vítima do sistema  que tanto  beneficia   o mesmo e sua família.

 
Pareceu-nos ( e é) uma explícita confissão  daquilo que seu pai como chefe da nação esconde: que o colonialismo português não é o único culpado da desgraça do povo nesse país. E que o MPLA nos últimos  trinta ou vinte anos superou a maldade  portuguesa. E não só, tem se juntado a própria miséria portuguesa para contribuir na desgraça de todos os angolanos: humilhando estes, usando estes para promover  o sonho burguês que  tem ajudado a confirmar todo tipo de preconceito que o angolano como nativo foi submetido nos últimos quinhentos anos.

 
Quantos empresários angolanos, mesmo aqueles  tidos como os  mais ricos, já tiveram essa oportunidade, de usar meios públicos para  reclamar do próprio Governo? Fonte de recursos e riqueza de sua própria empresa. Afinal, em qualquer parte do mundo o melhor cliente é o  Estado, e se  for corrupto melhor ainda! Se Zenú, e família, sentiram-se fraudados por que não usou a justiça, os advogados  e os juízes corruptos  do sistema que o próprio pai governa?


E tem mais, por que a opinião publica angolana  tem necessidade de acreditar que houve uma falta de comprimento de compromissos entre as empresas do Estado e uma empresa privada  suspeita de todos os atos de corrupção possível? Por que teríamos que aceitar  isso?  Pode ser um truque, que se revelou como burrice e totalmente comprometedor, para dar transparecer que até os filhos do presidente, numa Angola como essa, não têm privilégios. E que a Administração Pública trata igual a todos. Mas temos a dizer que o gesto saiu pela culatra, foi tiro no pé, além de ser mais uma exposição ridícula  de quem se diz    empresário, mas  incompetente na hora de  solucionar os problemas de sua empresa, que tem como única fonte de ativos ( bens e direitos) um governo corrupto e bandido além de tudo. A idiotice, desta vez, trasbordou  os  receptores de televisão de cada espectador angolano, já habituado a zombar de um governo de gente delinquente e de burros! A pergunta que fica é: qual será o próximo lance dessa gente?! Até onde pretendem chegar?

 
O governo sim tem culpa! Porque  a TPA é pública, e é o governo  que tem que cuidar disso. É o Ministério de Comunicação Social  que deve ser responsabilizado. Precisa-se da “execução” de uma cabeça, a cabeça da(o)  Ministra(o)  de Comunicação Social!

 
Moral da história, se antes tinham o pudor de esconder  os atos de  delinquência e bandidismo, hoje já não há porque esconder.

 
Aquele pateta na televisão, lendo  um texto, parecia mesmo a cara da corrupção em Angola. E ainda tem gente que diz que o MPLA merece todo tipo de apoio, mesmo quando está sendo empurrado pelo buraco por uma corja de oportunistas.

 
Irão  junto no mesmo!