Luanda – Moda é uso mais ou menos passageiro e dependente do gosto ou do capricho: trajar ah moda. Maneira, costume, vontade: viver ah sua moda, ah moda da sua terra. Ah moda, segundo o costume da ocasião. Estar em moda, em voga.

Fonte: Club-k.net

Passar de moda, deixar de ser usado. A moda de, segundo os costumes de [Dicionário Pratico Ilustrado, Novo dicionário enciclopédico Luso-Brasileiro publicado sob a direcção de Jaime Seguier. Edição actualizada e aumentada por José Lello e Edgar Lello. Lello e Irmão – Editores, Porto 1989].

Existe moda de vestir com respeito e moda extravagante que brada aos céus e que arrepia o cabelo. O povo bantu tem uma forma de vestir de respeito para ambos sexos. A roupa deve esconder as partes íntimas do corpo.

Acontece que ao longo dos tempos, assiste-se a desfile de modas repetitivas. Já estiveram a moda calças curtas chamadas por “Masta Anto, está a chover”, calcas abaixo da cintura, calcas apertadas, calcas largas e camisas de todas as formas, para os homens.

Geralmente, as mulheres bantu crescidas usam panos com blusas que escondem os sovacos e o umbigo, as saias largas e cumpridas ate abaixo dos joelhos e lenços de cabeça com missangas.

As jovens com raras excepções e algumas adultas revoltadas  vestem-se ah maneira sui generis. Usam roupa apertadíssima, curta e mesmo transparente, em suma provocatória.
E o caso de calções curtos chamados Tchuna baby que são verdadeiros bikini que estão ah moda por parte das jovens e algumas adultas angolanas.

Os referidos calções, não só são curtíssimos, como apertadíssimos de maneira a desenhar a geometria do corpo e vestem-se abaixo da cintura apresentando alguns pelos sexuais, os pentelos e a abertura das nádegas.

Os calções são usados com blusas ou camisolas que se podem chamar-se igualmente por Tchuna baby, pois estas apresentam o umbigo, os seios e os sovacos. Constata-se que nos últimos tempos, a nudez está a deixar de ser tabu para os bantu, mesmo nas comunidades mais conservadoras das suas culturas e tradições.

Virou moda pessoas de ambos os géneros ou sexos e de todas as idades, nomeadamente jovens, a usarem roupas indecentes como mini saias, blusas curtas, colã, calças e calções tipo andrajos, etc.

Meninas vestidas escandalosamente de roupas que desenham a geometria do corpo, transparentes ou curtas apresentam-se sem vergonha no seio das suas famílias. Em casa dos pais, as menina vestem-se de mini saias sentam-se de qualquer maneira a ponto de expor o umbigo, a bexiga e/ou  as tatuagens feitas um pouco acima do órgão sexual, provocando e seduzindo mesmo os parentes do sexo masculino.

As blusas curtas que apresentam a bexiga e o umbigo chamam-se “Top less”. Umas blusas expõem os seios, outras sem mangas para expor o pelo do sovaco sempre no intuito de sedução.

As blusas transparentes ou feitas de maneira a expor os seios são usadas sem “soutien-gorge” ou corpetes, deixando estes órgãos (seios) completamente livres e tesos, para melhor seduzir os homens.

Quando usam calças, estas são apertadas e de cintura baixa e ou com furos abertos de propósito. Uma das principais causas de violações sexuais que acontecem no país é o uso de roupa indecorosa e de estilo provocatório. Os calções curtos que as meninas usam chamados “Tchuna baby” são comparáveis à roupa interior ou bikini.

Reitera-se que as meninas vestem-se desta maneira para seduzirem os homens. Dizem ao homem que lhe olhar que “caiu, o tio caiu”. Este estilo sarcástico de vestir não é exclusivo das meninas, mas também das senhoras - solteiras e algumas senhoras casadas - que se apresentam mal.

Pior ainda, meninas ou senhoras mal vestidas ou que usam roupas indecentes, estas dão-se o luxo de fazer todos os movimentos atentatórios na presença dos homens e mesmo dos parentes. De igual modo, os meninos vestem-se igualmente escandalosamente com roupas ditas estar “a moda”.

Jovens usam calcas apertadas e/ou cinturas-baixas chamadas em língua de Boileau (escritor francês) por “taille-basse”. As calcas cintura baixa descobre a parte anal do corpo. As calcas apertadas em baixo e abertas na cintura chamam-se “Youki” em alusão ah garrafa de gasosa nacional angolana do mesmo nome.

Apresentam-se em família e na rua com roupa que desenham a geometria corporal e usam brincos como se de uma mulher se tratasse. O que acontece hoje em termos de vestuários é um autêntico atentado ao pudor e uma aberração cultural.

Estas ditas modas pervertem a culturas bantu e resultam da globalização – mundialização, o Globo virou uma aldeia global. A globalização resulta do crescimento do número de migrações; maior uso de novas tecnologias; desenvolvimento das empresas multinacionais; um maior fluxo de capitais pelo planeta e uma maior integração cultural entre as sociedades (Google).

Em matéria de vestuário, o que se assiste actualmente em Angola é uma autêntica prática de nudismo, próximo de sexo ao vivo. Assiste-se boquiaberto a verdadeiros desfiles de modas extravagantes que rivalizam Cristian Dior, Yves Saint Laurent, Paco Rabani, entre outros ícones de Fashion.

As culturas bantu não condenam ninguém por vestir-se a europeu ou asiático, como usar calcas, calções, vestido, saias, mas desde que a roupa seja decente, preserve o respeito e a dignidade e que não atente ao pudor.

Do ponto de vista das culturas de África abaixo do Sahara ou África negra (culturas bantu), uma mulher usa pano. Melhor veste-se de roupa com traje africano – devia denominar-se por traje bantu, porque África branca ou o norte do continente é árabe e veste-se de outra maneira.

O uso de roupa indecente – calças, calções, minissaia, colã, roupa transparente ou apertada (juste ao corpo) – não é aceite nas culturas bantu. Uma mulher bantu não expõe as partes sensíveis do corpo como o peito, o umbigo, as mamas (seios), as nádegas, as coxas e o sovaco.
“Ensaki mbizi ansoni, fukidila i zitu” (Kizaka é comida vergonhosa, tapada e honrosa).

As mumuila, mucubais, muhimbas etc. que usam missanga e vestem desta maneira não com a intenção de seduzir. É uma tradição. Um homem não trança cabelo, não usa brincos, não se maquilha nem faz cirurgia plástica. Também um homem não usa cabelo postiço (peruca) e não se veste de modo.

O que se assiste hoje é o contrário, pois estas modas rocambolescas de vestir afectaram mesmo as zonas rurais, o campo. Aqui também encontram-se meninas vestidas de maneira provocatória e que seduzem os homens.

Para corrigir e reverter a situação, as famílias e as comunidades devem ser tomar as medidas necessárias no sentido da educação e reeducação cívica e moral das crianças.

De igual modo, a imprensa, nomeadamente a audiovisual como a Televisão, tem um papel primordial a desempenhar no resgate dos valores culturais bantu através dos programas de culturas e entretenimento.

A comunicação social constitui um factor decisivo na recuperação ou revalorização das tradições. Para mais precisões, os programas da televisão, merecem ser revistos. Também as rádios devem e programas dedicados às culturas angolanas. No que diz respeito a moda de vestir, os programas culturais televisivos devem ser profundos, apresentando e explicando a evolução do vestuário no contexto bantu.

Para o resgate dos valores cívicos e morais, eh preciso que haja colaboração entre os ministérios nomeadamente da Educação, Cultura, Comunicação social, do Interior, Igrejas e Sociedade civil na sensibilização das populações, principalmente da juventude no sentido de mudar os seus comportamentos vestimentários.

Não se pode permitir o acesso às salas de aulas alunos mal vestidos com roupas indecentes como calções ou calças jeans furados em várias partes do tecido, fatos olímpicos e calcados de sapatilhas.

Deve ser vedado igualmente acesso às salas de aulas e outras repartições publicas às alunas vestidas de maneira indecorosa com pondo minissaias, roupas apertadas ao corpos, blusas curtas que expõem os seios, o umbigo e a bexiga, colãs, roupas transparentes.

A mesma medida deve estender-se às pessoas jovens e adultas de ambos sexos, independemente da idade, que vestirem de maneira nojenta, vedando-as o acesso às repartições e instituições públicas.

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