Lisboa - O autodenominado Movimento Revolucionário (MR), que protagoniza iniciativas antigovernamentais em Luanda, divulgou hoje uma carta aberta dirigida a Barack Obama, em que denuncia o que designam de "excessos e abusos de poder" do regime angolano.

Fonte: Lusa

Confira a carta em anexo na íntegra:

O MR, que desde 07 de Março de 2011 tem levado a cabo manifestações e outras iniciativas contra o regime angolano, denuncia ao longo das oito páginas do documento, divulgado hoje no seu sítio da Internet, cinco casos de alegada violação dos direitos humanos em Angola e apelam à intervenção do Presidente americano.

Os cinco casos alegados em questão são o "sequestro e desaparecimento" de manifestantes antigovernamentais, a "detenção e tortura de jovens ativistas", o "assassinato" de opositores políticos, a "intimidação e violação da liberdade de expressão e informação" e a falta de cultura democrática e diálogo.

Na carta, assinada por Pedro Pedrowski e Adolfo Campos, o MR pede a Barack Obama para pressionar o homologo angolano, José Eduardo dos Santos, a "renunciar imediatamente" à Presidência de Angola.

Apelam, designadamente, a que José Eduardo dos Santos renuncie ao cargo, "sem manipulações" para colocar no lugar o filho mais velho, José Filomeno dos Santos, ou o vice-presidente da República, Manuel Vicente, que designam por sobrinho do chefe de Estado angolano.

Na carta, o MR pedem ainda a Barack Obama para que pressione os governos de Portugal, China e Israel "para que deixem de dar proteção" ao que classificam como "múltiplas ilegalidades" do Governo de Angola.

"Dentre os demais países Portugal tem grandes responsabilidades em Angola pelo passado histórico menos bom, não deve deixar que o seu território seja utilizado para lavagens de dinheiro pilhado de Angola e lavagens de imagem", lê-se no documento.

Fonte do MR contactada pela Lusa, disse que Pedro Pedrowski e Adolfo Campos viajaram por terra para a Tanzânia, onde entregaram a carta na embaixada dos Estados Unidos, e que deverão regressar a Angola "nos próximos dias".

Barack Obama terminou terça-feira na Tanzânia um périplo africano iniciado a 26 de Junho no Senegal e que o levou também à África do Sul.

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