Lisboa - Os jornais do Sul de França divertem-se por estes dias com uma história rocambolesca sobre angolanos, cabo-verdianos e portugueses, interceptados com três milhões de euros em dinheiro vivo. Conduzidos a uma esquadra, foram procurados por outros angolanos, que acabaram detidos, sendo um deles portador de documentos de venda de diamantes.

Fonte: Lusomonitor

A polícia detectou primeiro, na portagem de uma auto-estrada em Arles, no Sul de França, um casal que transportava, num Mercedes com matrícula portuguesa, dois milhões de euros em dinheiro vivo.

A viatura partira de Lisboa e dirigia-se a Itália, segundo o motorista português.

O casal, de nacionalidade portuguesa mas de origem angolana, identificou-se como sendo ambos agentes imobiliários e alegaram que o dinheiro se destinava à compra de um imóvel na Itália para um dirigente africano.

Poucas horas depois, na portagem de Saint-Jean-de Véda, próximo de Montpellier, também no Sul de França, foi interceptado um outro Mercedes com um milhão de euros, onde viajavam um cabo-verdiano e um angolano, com um milhão de euros, alegadamente a caminho do Mónaco.

Transportados também para uma esquadra, estes últimos foram procurados por um tal José Francisco que se apresentou como promotor imobiliário mas que acabou também detido.

Segundo ele, uma parte do dinheiro apreendido era seu e o restante destinava-se a um grupo de vinte pessoas que estivera a jogar num casino do Mónaco e que tinha uma conta para pagar no hotel, no valor de 86 mil euros.

Em seu poder, foram encontrados talões bancários com referências a transacções no valor de milhões de euros e documentos de vendas de diamantes no triângulo Suíça, Angola, Israel.

José Francisco negou ser um malfeitor e, quanto ao dinheiro, alegou que, no seu país, «é hábito» andar com grandes quantidades de dinheiro em viaturas.

A mesma explicação terá dado um outro visitante detido, segundo o jornal «La Provence», Carlos Filomeno de Jesus Lima da Silva, empresário residente há 33 anos em Portugal, que tinha consigo 60 mil euros e um cartão de crédito de Bento dos Santos, um general angolano, também conhecido por Kangamba.

As autoridades francesas investigam várias hipóteses: lavagem de dinheiro, narcotráfico, comércio de diamantes ou simples infracção às normas que obrigam a que quando se transportam grandes somas de dinheiro, seja obrigatório declará-lo às autoridades aduaneiras.

Investigam também se se trata de dois casos separados ou de uma só operação de um grupo de malfeitores.

Seja qual for a hipótese, neste momento estão detidas oito pessoas, entre angolanos, cabo-verdianos e portugueses.