Lisboa - Os ministros da Saúde de Portugal e Angola assinaram, na semana passada, um memorando de entendimento para fortalecer a cooperação em áreas como a formação de profissionais, emergência médica, o licenciamento de medicamentos, a transplantação e a oncologia, entre outras.

Fonte: Lusa/SOL

O documento foi assinado ao fim da tarde de hoje, após uma visita de três dias a Lisboa, Porto e Coimbra do ministro da Saúde angolano, José Van-Dúnem, a convite do Governo português.

"Há um conjunto de necessidades, há um conjunto de recursos e há áreas em que podemos ajudar de forma concreta: desde logo, na formação a diferentes níveis, na parte da saúde materno-infantil, onde há um claro desafio e onde Portugal atingiu bons resultados e pode partilhar essa experiência, na área da oncologia, na da transplantação, na área do medicamento e também na da emergência médica", disse o ministro da Saúde português, Paulo Macedo, em conferência de imprensa em Lisboa.

Por sua vez, o ministro angolano salientou: "Se se quer, como nós, ter resultados rapidamente, não vale a pena estar a inventar; temos de procurar soluções em quem já fez bem".

"Aqui em Portugal encontrámos, no domínio da Saúde, muitas áreas que podem ser úteis para o esforço de acelerar o surgimento de resultados que nós pretendemos no nosso país", sublinhou.

O ministro português, Paulo Macedo, indicou que "o que se vai seguir será [o envio de] missões técnicas para definir concretamente o que fazer", uma fase em que a Direcção-Geral de Saúde desempenhará "um papel essencial", a par das instituições públicas, mas também de algumas entidades privadas, nomeadamente na área do medicamento.

Inquirido sobre o número de médicos a formar, José Van-Dúnem respondeu que este não está ainda definido, mas que "o Governo de Angola fez um esforço para aumentar a possibilidade de formação graduada".

"Criámos cinco faculdades de Medicina públicas e, juntando à outra faculdade de Medicina pública, temos seis faculdades de Medicina, mais duas privadas, e agora temos de trabalhar rapidamente na formação graduada e na formação pós-graduada, em áreas que nós estabelecemos já como prioritárias", precisou.

Essas áreas, referiu, fazem parte do Programa Nacional de Desenvolvimento Sanitário de Angola e têm a ver "primeiro, com as metas de desenvolvimento do milénio, no que toca à Saúde: a redução da mortalidade materna, a redução da mortalidade infantil e a redução do peso das doenças transmissíveis, nomeadamente a malária, a tuberculose e a sida", a que juntaram também a luta contra a doença do sono.

No âmbito da capacitação de profissionais de saúde, o documento específica que esta deverá privilegiar "a formação diferenciada com recurso a novas tecnologias, nomeadamente a simulação biomédica e a telemedicina, promovendo a afiliação entre hospitais e centros de referência" dos dois países.

Nos termos do memorando de entendimento, a cooperação abrangerá, além das já referidas, também as áreas de monitorização de programas de saúde pública, doenças crónicas, cardiologia, dermatologia, oftalmologia e ainda "outras áreas que vierem a ser definidas no seguimento de manifestação de interesse mútuo".

Segundo o texto, o memorando produzirá efeitos a partir da data da sua assinatura, e será válido por um período de três anos, automaticamente renovável por iguais períodos.