Huambo – O tribunal da região militar centro debate-se com falta de viaturas para atender casos pontuais que ocorrem em unidades sob sua jurisdição nas províncias do Huambo, Bié e Benguela. Em declarações à imprensa, nesta terça-feira, o juiz presidente do tribunal, coronel Eurico Pereira, salientou que a falta de viaturas tem condicionado, em alguns casos, a deslocação dos juízes e procuradores para as unidades militares da região centro.
 
Fonte: Angop
Salientou que a transportação dos presos também tem sido afectada pela carência de meios.
 
O juiz presidente do tribunal da região militar centro informou que, tendo em conta esta dificuldade, a instituição tem recorrido a meios alternativos, para que as actividades não sejam interrompidas.
 
O coronel Eurico Pereira reconheceu, contudo, que o transporte de presos em viaturas inapropriadas representa um perigo. Apesar de não possuir viaturas, o funcionamento do tribunal militar foi considerado satisfatório pelo seu responsável.

AUSÊNCIA DE MILITARES NAS UNIDADES CARECE DE UM ESTUDO

Por outro lado, a ausência constante de alguns militares nas respectivas unidades, o que configura crime, carece de um estudo profundo para se combater tal prática, segundo diz o coronel Eurico Pereira, que se mostrou preocupado com o elevado número de militares que abandonam as unidades por mais de dez dias.
 
Disse que as causas reais do problema só poderão ser explicadas através da realização de um estudo. O juiz presidente do tribunal da região militar centro, que envolve unidades das províncias do Huambo, Bié e Benguela, informou que 88 porcento dos processos crimes que se registam nesta zona militar prendem-se com ausências nas unidades.
 
“Nos últimos dias os crimes desta natureza têm aumentado bruscamente. Alguns militares quando são interrogados em julgamento alegam razões religiosas e também tratamentos tradicionais, como causa da ausência na unidade”, frisou.
 
O coronel Eurico Pereira afirmou que o tribunal militar está a trabalhar com os comandantes e chefes de secções, de maneira a encontrar-se uma medida que desencoraje o cometimento de tal crime. Fez saber ainda que o tribunal militar tem vindo a realizar palestras de sensibilização em unidades das Forças Armadas Angolana e Polícia Nacional, dando a conhecer as consequências decorrentes da ausência prolongada e injustificada na unidade.