Lisboa - A expansão nos mercados internacionais, em particular os africanos, faz parte dos planos da nova operadora de telecomunicações portuguesa resultante da fusão entre a Zon e a Optimus, que terá a empresária angolana Isabel dos Santos como accionista.

Fonte:macauhub

A Zon já está presente na televisão por satélite em Angola e Moçambique (ZAP), em parceria com Isabel dos Santos, que, através da operadora de comunicações móveis angolana Unitel, onde tem 25% do capital, tem vindo a expandir-se rapidamente nos países de língua portuguesa, em particular em São Tomé e Príncipe e em Cabo Verde.

O semanário português Expresso noticiou que a expansão em mercados internacionais pode fazer-se em parceria entre a Zon/Optimus, agora controlada por uma SGPS em que Isabel dos Santos detém metade do capital e a Unitel Internacional ou através de uma fusão entre a Unitel e a Zon/Optimus, hipótese considerada mais remota.

Logo após a aprovação da operação pela Autoridade da Concorrência portuguesa, Isabel dos Santos veio afirmar que a fusão entre a Zon e a Optimus permite, mais do que reforçar a posição da nova operadora perante a principal rival, Portugal Telecom, a expansão fora de Portugal.

Com este negócio, que criará uma nova sociedade veículo que será dona de mais de 50% do capital da nova operadora, nasce uma empresa com receitas de 1600 milhões de euros e 28% do mercado português, devido à ligação da força que a primeira tem no segmento da televisão paga ao terreno que a segunda foi conquistando no negócio móvel.

A ambição da nova operadora e de Isabel dos Santos para se expandir no continente africano, rivalizando com a sul-africana MTN, entra directamente em choque com a estratégia da Portugal Telecom, que detém 25% da Unitel, participação igual à da empresária angolana, da Sonangol e da Vidatel.

Ao Expresso, fonte oficial da PT afirmou que a parceria com a Unitel tem sido excelente e que o objectivo é mantê-la, não havendo qualquer “processo de negociação” para uma saída.

Mas a recente “ofensiva” da Unitel na África de língua portuguesa coloca em cheque a PT, que detém 51% da são-tomense CST e 40% da CVT e são conhecidas várias divergências no passado entre a operadora portuguesa e os restantes accionistas.

Recentemente, a folha de informação Africa Monitor noticiou que estava já em curso a compra da participação da PT na Unitel, tendo as relações entre os accionistas atingido um ponto de tensão.

Isabel dos Santos está também a ultimar uma parceria na área da distribuição com o grupo português Sonae, detentor da cadeia Continente, além de parceiro na Zon-Optimus (através da Sonaecom).

Na semana passada, o Jornal de Negócios considerou Isabel dos Santos a 6.ª pessoa mais poderosa da economia portuguesa.

Segundo o jornal, a fusão entre a Zon e a Optimus foi a “cereja no topo do bolo” do seu crescimento empresarial em Portugal, que inclui uma participação no banco português BPI avaliada em 465 milhões de euros e ainda 25% do BIC Portugal.