Benguela – O Kabuscorp do Palanca garantiu este domingo, 06, um feito inédito, ao conquistar o primeiro título nacional de futebol, após vencer o 1º de Maio de Benguela, por 2-1, num encontro referente à 26ª jornada do Girabola 2013, marcado pelo voo de uma coruja sobre o campo.

Fonte: Angop
Os agora campeões nacionais chegaram ao golo por Fiston, aos 24 minutos, num encontro de muita emoção, onde uma coruja invadiu o Estádio Nacional de Ombaka e sobrevoou muito baixo, antes de pousar numa bancada ocupada por adeptos atónitos com o insólito.

Apesar da defesa muito bem organizada do Kabuscorp, que não permitia lances de grande perigo junto à baliza de Abula, o 1º de Maio restabeleceu a igualdade aos 31 minutos, com golo espectacular de Lelas.

Antes do intervalo, o Kabuscorp aumentou a vantagem, por Kibeixa, que rematou forte de fora da grande área sem dar hipóteses de defesa ao guarda-redes Elber, o que trouxe mais confiança à equipa para encarar a segunda metade do jogo.
 
Ainda na primeira parte, o 1º de Maio exerceu grande pressão, mas não conseguiu ultrapassar a muralha do Kabuscorp, apesar de, aos três minutos, Lelas ter feito a defesa adversária tremer ao rematar com perigo, após passe de Lily.

O Kabuscorp respondeu por Lamy, mas Samuel, central do 1º de Maio, interveio a tempo de evitar o contra-ataque. Minutos depois, Meyong cabeceou a bola, na sequência de um cruzamento de canto, obrigando o guarda-redes a defender.

A jogar em casa, o 1º de Maio até teve algumas oportunidades para golo. Aos 35 minutos, o médio Gerson errou na finalização à entrada da grande área. Na resposta, Dax combinou com Dani, mas quando a bola foi rematada na direcção da baliza proletária, o guarda-redes Elber negou o tento aos visitantes.

Na etapa complementar, o Kabuscorp do Palanca, muito sólido em termos defensivos e rápido a explorar o contra-ataque, procurou conservar a vantagem, enquanto o 1º de Maio entrou mais forte, mas muito ineficaz no capítulo da concretização.

À passagem do minuto 75, o sub-capitão Lamy desperdiçou a oportunidade de também marcar, tendo a bola passado por cima da baliza. Do lado do 1º de Maio, João Love, que substituiu Pepe, aos 77 minutos, tudo fez para marcar, mas não conseguiu.

À medida que o tempo se encaminhava para o fim, o jogo estava muito bem disputado, e com domínio repartido, mas mais eficazes foram os comandados do técnico Edward Antranik, que bateram os encarnados de Benguela, graças ao golo da autoria de Kibeixa.

Embora houvesse quem tivesse pensado que o facto de a coruja, uma ave mítica, ter sobrevoado o campo, era um mau presságio para o Kabuscorp do Palanca, a verdade é que o placar manteve-se inalterável: 2-1.

Com este triunfo sobre os proletários, o combinado do Palanca imprimiu o seu nome na galeria dos campeões nacionais de futebol de Angola, depois de na última época ter fracassado esse mesmo objectivo, ao sagrar-se vice-campeão.

Quando já só faltam quatro rondas, o campeão nacional antecipado comanda o campeonato, com 64 pontos. Já o 1º de Maio de Benguela mantém-se no 11º posto da tabela, com 25 pontos totalizados, cumpridas que estão 26 das 30 jornadas da maior competição do futebol angolano.

O Recreativo do Libolo, o então campeão nacional em título, averbou hoje, uma derrota, por 0-1, frente ao Petro de Luanda.

TÍTULO TROUXE ALEGRIA AO KABUSCORP

O técnico Edward Antranik, a quem os jogadores deram um banho de champagne, no relvado do Estádio Nacional de Ombaka, após a conquista do primeiro título de campeão nacional do Kabuscorp, afirmou que a alegria voltou à formação do Palanca.

“Hoje (domingo) é um dia histórico para o Kabuscorp pelos resultados positivos alcançados e que trouxeram enorme alegria à equipa”, referiu, em declarações aos jornalistas, depois da vitória.

Para Edward Antranik, neste momento, todo o grupo está de parabéns por tudo quanto foi feito durante a época, para conseguir festejar hoje o título. Segundo o treinador, no jogo deste domingo, diante do 1º de Maio, que ditou a consagração da equipa, todos estavam tensos, talvez pelo peso do encontro, mas conseguiram controlar o ritmo.

Visivelmente emocionado, o técnico descreveu o Kabuscorp do Palanca como uma equipa trabalhadora. Com o triunfo sobre os proletários, o combinado do Palanca imprimiu o seu nome na galeria dos campeões nacionais de futebol de Angola, depois de na última época ter fracassado esse mesmo objectivo, ao sagrar-se vice-campeão.

A quatro rondas, o campeão antecipado lidera com 64 pontos. Já o 1º de Maio de Benguela baixou para 11º posto, com 25. O Recreativo do Libolo, então campeão nacional em título, perdeu sábado para o Petro de Luanda, por 0-1.

BENTO KANGAMBA RADIANTE COM TÍTULO

Após ter visto a equipa colocar ponto final em dois anos de espera pela conquista do título nacional, o presidente do Kabuscorp do Palanca, Bento dos Santos Kangamba, admitiu que se sente muito feliz pelo feito inédito.

Para si, o plantel precisava de três pontos para conquistar o 1º título e teve muito que sofrer porque o jogo perante o 1º de Maio de Benguela (2-1) foi complicado, mas a crença e o respeito pelo adversário foram importantes.

Segundo ele, isto é um motivo de grande satisfação, porque o Kabuscorp venceu o 1º Maio, que tem uma excelente equipa. “Ao contrário do que alguns pensaram que aqui em Benguela seria fácil, o Kabuscorp encontrou dificuldades no jogo”.

Reconheceu que a formação atingiu o objectivo há muito pretendido, numa batalha que considera muito difícil, mas os atletas souberam dignificar o futebol do emblema.

“A partida foi tão difícil que o risco de o Kabuscorp perder esteve sempre iminente, mas os jogadores aguentaram até ao fim”, disse, apontando que este título é muito importante e por isso dedicou-o à família, em especial à mulher, que sempre o apoiou em todos os momentos, inclusive nessa conquista.

No entanto, o presidente do Kabuscorp salientou que o conjunto está em condições de dignificar as cores na Liga dos Clubes Campeões de África, mas o importante será vencer os quatro jogos que ainda faltam disputar no Girabola, para depois pensar na prova africana.

Além de ter sido banhado com champagne, Bento Kangamba foi, tal como o técnico Edward Antranik, atirado ao ar pelos jogadores, depois do título antecipado.