Brasil - A Polícia Federal brasileira desarticulou nesta quinta-feira, 24, uma rede de tráfico internacional de mulheres que levava brasileiras para Angola, onde eram oferecidas a clientes de alto poder económico. A Polícia suspeita que esquema de prostituição estivesse funcionando desde 2007. Cinco pessoas foram presas, em São Paulo, acusadas de tráfico internacional de mulheres.

 Fonte: Globo

A operação, baptizada de "Garina" (menina, na gíria angolana), levou à prisão de cinco pessoas envolvidas no processo e à execução de outros onze mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, São Bernardo do Campo, Cotia e Guarulhos, todas no estado de São Paulo, na região sudeste do Brasil.

Os 20 passaportes apreendidos pertencem às vítimas, aliciadas por três mulheres em casas nocturnas. Os documentos e o dinheiro, para a viagem ao exterior, estavam na casa de um empresário, preso nesta quinta-feira (24). Nos últimos meses, policiais acompanharam o embarque de algumas delas, no Aeroporto de Guarulhos.

A investigação durou um ano. Mas a Polícia Federal suspeita que o esquema internacional de prostituição estivesse funcionando desde 2007. A quadrilha chegou a enviar até 100 mulheres, por ano, para três países: África do Sul, Portugal e Angola.

O pagamento para ficar uma semana à disposição de quem contratava o serviço ia de US$10 mil a US$100 mil. Um dos clientes, de acordo com a investigação, é um militar de alta patente de Angola.

"Há fortes indícios de que parte das vítimas foi privada temporariamente de sua liberdade no exterior e obrigada a manter relações sexuais sem preservativos com clientes estrangeiros", diz o comunicado da Polícia brasileira, acrescentando que as vítimas recebiam, nesses casos, um falso tratamento de medicamentos anti-sida.

A Polícia Federal não divulgou os nomes dos envolvidos no esquema de tráfico. Dois empresários angolanos também foram investigados. Os nomes dos angolanos vão aparecer, nos próximos dias, na lista de procurados pela Interpol.

A investigação acredita que os criminosos movimentaram cerca de 45 milhões de dólares com o tráfico internacional destas mulheres, nos últimos seis anos.