Luanda - O autor deste artigo, apesar de todas as circunstâncias, luta pela verdade e escreve com veracidade, esforçando-se por separar o bem do mal, distinguir o dia da vida da noite. É possível e é normal que alguns créticos fanáticos e outros fanatizados considerem o autor de “saudosista”. Ma a verdade é que o regime instituído em Angola é terrível, não apenas por ter a acarretado a morte de milhares de pessoas mas também pelas condições de vida por ele engendradas que criaram uma atmosfera a que todos se deviam adoptar fosse como fosse – e a que quase todos se acabariam mesmo por adaptar.

Fonte: Club-k.net

Esta atmosfera criou as condições que possibilitaram que a parte menos capacitada do País tivesse a maior quota-parte. Foram criadas condições singulares que fizeram surgir um tipo particular de “Homem” de mui reduzidas potencialidades éticas. Isto foi o mais terrível. Este tipo particular de “Homem” é bem conhecido pelo seu desleixo no trabalho, pela aplicação da lei do menor esforço no cumprimento das suas tarefas de modo competente e dentro dos prazos, pela sua entrega quase total no consumo de bebidas alcoólicas, na sua maneira de pensar em como não trabalhar, mas fazendo de conta que trabalha e como resultado nada se produz e consequentemente todos os trabalhadores se iludem um aos outros, muna atmosfera de ludíbrio mútuo geral, pela sua astúcia de saquear e roubar, usando vários métodos, etc.

O que o autor presenciou e a radiografia que fez as aldeias de quase todas as Províncias do País, alertam os angolanos genuínos e em particular os deputados lúcidos que, caso continue o sistema vigente no prazo de 10 (dez) anos, as aldeias angolanas poderão desaparecer:

1o Muitos jovens, paulatinamente vão fugindo das aldeias para as cidades, tornando-se “Tios Antónios”, “Zungueiros”, estivadores, isto é, carregadores, descarregadores e transportadores de saco de fuba, feijão, açúcar, arroz, farinha de trigo etc; Importados; caixas de diversos produtos também importados; e engraxadores.

2o Outros jovens vão encontrando a morte precoce por consumirem exageradamente bebidas alcoólicas, e por falta de alimentação;

3o Os mais velhos vão sendo empurrados para a cova antes do tempo, por falta de alimentação e por consumo abusivo de bebidas alcoólicas. O autor deste artigo não está a imaginar, nem está a sonhar, mas viu Angola que produzia toneladas e toneladas de cereais de todo o tipo; e que exportava toneladas e toneladas de vários produtos.

Hoje, os sacos que formavam “aranha-céus” nos portos do Lobito, de Luanda e de Moçâmedes (Namibe), estão apenas na imaginação daqueles que os viram, e tornaram-se sonhos para os jovens e para outros que curiosamente tem escutado a história das bocas dos que viram a produção em Angola, Hoje, muitos angolanos nas aldeias alimentam-se principalmente de frutos silvestres, de raízes e de insectos.

Por isso muitos sucumbem muito cedo. E os que ontem foram colonialistas, imperialistas e exploradores, hoje, zombam e com razão os angolanos, e em particular os seus dirigentes, porque perderam a bússola, perderam o rumo, e andam atrás daqueles a pedirem doações e ajuda de todo tipo em troca da riqueza angolana da personalidade e até do próprio País.

É urgente desenvolver as forças produtivas reorganizar o comércio e outros ramos de actividade, restaurar as aldeias e adoptar políticas adequadas para o desenvolvimento das mesmas e consequentemente para o desenvolvimento do País. Autor Sofrimento Esperançoso