Brasil - O Capitalismo é assim e as teorias de mercado em que ele se fundamenta para ser um regime que dá preferência ao Capital funcionam sem discriminar o que é bom e o que é mau : o acúmulo de lucro ou de capital pode vir de onde vier, não importa se seja na produção ( trabalho de verdade que dignifica o ser humano); não importa se esse capital é especulativo ( em que se vê o sacrifício do homem e/ou da natureza); o importante é gerar lucros.

Fonte: Club-k.net

O direito a propriedade privada tem como fundamento esse princípio: os lucros podem vir de onde for necessário, suas consequências é que serão tidas como um problema de externalidade a ser resolvido por todos: o chamado setor público. Desde que este não atrapalhe e não coíba aquele direito! Direito sagrado e sacrossanto, máxima de um tripé ( propriedade, família e tradição) defendido por uma burguesia neoliberal, mas com uma herança mais conservadora daqueles que derrubaram a monarquia francesa.


É preciso que se diga que família e tradição é só um moralismo para enquadrar a classe trabalhadora e reivindicadora no seu lugar, como bois que deveram dormir anestesiados. A anestesia é só para estender o que aqui estamos discursando, porque todos sabemos qual é. Porque de vez enquanto o produto anestésico precisa se adaptar, mas quando aquela massa de explorado conquista o espaço e adota como filosofia a verdadeira “religião” de uma sociedade, a anestesia aparece na forma mais reacionário a contradizer as massas e defendendo o que foi derrotado.


Em substituição ao anestésico, tido mais como uma droga que engana a todos nós, o sábio dizia: “Da mesma forma que a filosofia tem seu objetivo material no proletariado; o proletariado tem seu objetivo espiritual na filosofia”. É talvez um lema, corolário, teorema mais avançada de filosofia, muito além do nosso tempo, que eu ( pessoalmente) mais tenha lido em toda minha vida e meditado sobre a mesma. É fantástico só de pensar que é muito mais útil fazer filosofia e meditar fazendo filosofia do que perder tempo em rezar. Todas as perguntas sobre o universo, mesmo sem respostas, cabem e são mais justas, do que ficar repetitivamente lendo versículos de um livro que inibi a razão e o bom senso.

Falamos de consequências lá em cima em algum dos parágrafos anterior, diante destas: o interessante em tudo isso é que o sistema se regenera fazendo das consequências e de todo tipo de externalidades produtos de mercados entregue a este para fazer dos mesmos serviços ou bens que gerarão novos lucros. O ciclo pode ser infinito teoricamente, mas a natureza e a capacidade do homem em suportar as desgraças geradas por lucros gerados pelo capital têm limites e provocam exaustão a ambas entidades: homem e natureza.


O Capital gerado pelo capitalismo corrupto angolano não é tão diferente! É igual aquele que tantas guerras provocou à Europa; igual ao capital que tantas intervenções imperialistas ( vindo da Europa ou não) provocaram mundo a fora, promovendo guerras, extermínios e genocídios. Igual ao capital que tanta fome gera nesse mundo de 7 bilhões de habitantes e que, além disso, suas externalidades negativas produzem também problemas ambientais. O que intriga agora é que é deste Capital que se quer criar uma classe rica e poderosa em Angola. A pergunta que não cala é: a quem esta, agora, devera sacrificar?

Não seria melhor promover a construção de uma nação poderosa? Para isso é preciso promover o espirito social baseado num tripé( solidariedade, educação e distribuição de renda) diferente daquele que José Eduardo dos Santos, um excomunista ( se estou mentindo que me chamem de mentiroso), agora, quer nos convencer que é a melhor opção que levará ao poder a nação que se deseja construir. Nossa irritação, descontentamento e desacordo é que o discurso do Presidente em resposta à corrupção de que seu Governo é acusado por todos, interna e externamente, da carta branca a uma classe de capitalistas e burgueses, que além de privilegiados, são sabidamente corruptos, para que esses possam proceder e executar os instrumentos que cabem ao capital para que se explore e se marginalize ainda mais a grande massa de angolanos trabalhadores e pobres.

Ao Presidente temos a dizer que é preciso não se esquecer que a independência do país foi conquistado por estes e para estes. Em que um dia ele já fez parte! E com certeza chegou ao poder representando essa massa de trabalhadores, operários e camponeses angolanos. A gratidão também é virtude que deveria ser atributo de um homem ponderado e “clarividente” como JES.


Nelo de Carvalho
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