Luanda - O activista Rafael Marques fez um apelo urgente ao Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos e à Comissão dos Direitos Humanos e dos Povos da União Africana sobre a situação do menor Nito Alves que entrou em greve de fome numa cadeia de Luanda.

Fonte: VOA

ImageA greve de fome que vai no seu segundo dia é no entanto vista por muitos como um imperativo para demonstrar o que consideram uma injustiça de que é alvo Manuel Chivonde Baptista Nito Alves, de 17 anos de idade, detido por mandar imprimir t-shirts com slogans contra o presidente José Eduardo dos Santos.

Em carta endereçada esta segunda-feira, 4, ao Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos e à Comissão dos Direitos Humanos e dos Povos da União Africana o jornalista e activista Rafael Marques apelou a acções urgentes daquelas instituições a favor de Nito Alves: “Nito Alves é um jovem muito corajoso e merece todo apoio, toda a solidariedade de todos os cidadãos de bem,” disse

“José Eduardo Agualusa disse no texto, tu podes não concordar na forma como Nito Alves escreveu ou se exprimiu mas isso não dá direito de tratar o Nito Alves da forma como está a ser tratado”, frisou Marque, acrescentando que “não foram seguidos procedimentos legais para que possa ser julgado”.

Por outro lado, uma campanha para exigir a soltura do activista está a recolher assinaturas de várias organizações cívicas e individualidades angolanas.

Francisco Teixeira, do Movimento dos Estudantes Angolanos, reiterou aplaudir a decisão do activista em realizar a greve de fome e disse estar em curso uma iniciativa que visa garantir ao jovem a possibilidade de fazer os seus exames escolares.

Entretanto, o advogado de Nito Alves e presidente das Mãos Livres Salvador Freire considera prematura a greve de fome de Nito Alves e o aconselha a suspender a iniciativa.

Freire diz estar a fazer tudo para que o adolescente seja liberto.

A Amnistia Internacional lançou uma campanha a nível mundial a desafiar os cidadãos a escreverem às autoridades a pedir a libertação de Nito Alves.