Excelentíssimo Senhor
Director do Club K.

Publicou esse Club no vosso portal uma entrevista concedida pelo cidadão José António da Silva, ao Semanário ‘A Capital ‘,sendo nela a pessoa deste a mais visada. Por mais que resista, o dever moral acaba vencendo.

Diante de tamanhas inverdades e manipulação dos factos, porque a sociedade precisa,merece e tem direito,para melhor ajuizar, conhecer a outra versão do narrado pelo entrevistado,uma vez mais encarrego-me de o fazer. Pelo que,rogo, que com a devida relevância seja levado a público o seguinte:

Factos:

1 - Em 2/9/2002 José da Silva foi indicado na companhia de mais 2 oficiais para cumprimento de uma diligência, em resultado de uma comunicação escrita proveniente do Secretariado do então Director Nacional da DNIC, que solicitava o envio de alguns Especialistas do Departamento para algures a Escola Anangola, averiguar um caso de droga;

2 - Não foi como pretende insinuar indicado por qualquer conveniência do Chefe mas sim por necessidade, até porque nesse dia foi o primeiro a apresentar-se no Departamento, seguindo-se-lhe os 2 oficiais que o acompanharam na aludida diligência. Os 3 foram indicados enquanto integrantes do Departamento e por necessidade operativa, sem que outras razões houvesse. Dentre os 3 José da Silva, era o mais antigo integrante do Departamento, razão da sua indicação para chefiar a condução da diligência. Sublinha-se que os demais integrantes do Departamento encontravam-se no cumprimento de missões operativas.

3 - José da Silva levou instruções claras e precisas, que se traduziam em reportar a situação sobre a realidade a constatar no local. A única comunicação que efectuou com o Chefe, a partir do seu telemóvel, foi para dizê-lo que não encontrara o local, facto que ainda no decurso dessa comunicação corrijira, afirmando que naquele instante estava mantendo o primeiro contacto com o elemento das Alfândegas cujo nome e contacto lhe fora cedido a sua partida;

Jamais voltou a contactar com o Chefe,ate que este em trânsito para o Porto de Luanda na companhia de 2 elementos estranhos ao serviço, passara pelos arredores da Escola Anangola e ao deparar-se com José da Silva a berma da estrada parou a viatura. José da Silva, deslocou-se até a viatura e limitou-se a informar que a diligência estava em curso e que qualquer facto pertinente o iria comunicar. Seguiu este ao Porto de Luanda.

Pouco ou menos de 1 hora regressou a DNIC e viu-se confrontado com um amontoado de caixas em frente ao elevador então utilizado pelos funcionários, sendo transportadas de maneira atabalhoada do rés de chão para o quinto andar, pelos 3 elementos.

4 - Foi a partir daí que João Bonzela Franco, tomou conhecimento que da diligência resultara a apreensão de quantidades avultadas de droga (cocaína). Interrogados sobre o porquê do não envolvimento dos demais colegas do Departamento, as respostas obtidas foram evasivas, facto que levou João Bonzela Franco a deslocar-se ao Departamento onde ordenara a todos os integrantes presentes a envolverem-se na transportação e depósito das caixas para a varanda do gabinete do chefe de Departamento.

Com um certo entusiamo José da Silva e os 2 oficiais que o acompanharam na diligência que culminara com a apreensão, indicando um funcionário do Estabelecimento onde haviam operado, alegavam com insistência a necessidade de imediatamente se deslocarem ao bairro Cazenga (arredores da fábrica Nocal) onde deveriam verificar produtos diversos depositados em armazéns do Estabelecimento referido. Assim, foram aqueles autorizados a darem continuidade a diligência, depois de acondicionado o produto por eles apreendido.

5 - O facto de José da Silva não ter efectuado qualquer comunicação apartír do local da diligência com João Bonzela Franco, na qualidade de seu Chefe e, em conformidade com as instruções que lhe foram baixadas, ter visivelmente omitido a existência da droga quando este passara pelo local, ter assumido por sua conta e risco toda a operação incluindo a mobilização da viatura de apoio ao serviço de permanência (24 horas) para a transladação do produto (droga) do local para as instalações da DNIC provocando com esta atitude a inobservância de procedimentos elementares habituais como a presença de técnicos criminalistas para a documentação fotográfica do local, o facto de constarem entre as caixas contendo droga quatro (4) caixas contendo visivelmente roupa diversa e quando questionados sobre a razão da sua apreensão terem respondido (José da Silva e os 2 acompanhantes) sem convicção, constituíram a partida na visão do Chefe de Departamento indícios bastantes de que algo precisava ser clarificado.

Assim, João Bonzela Franco, mobilizara uma 2ª equipa cuja missão era a dei ir juntar-se a equipa de José da Silva no Cazenga.Recebera ainda o Chefe desta (equipa), cujo nome omito (todavia, devidamente identificado e localizado), instruções para dalí seguirem até ao Edifício York, (onde funciona o Instituto Nacional de Segurança Social) porquanto documentos já em posse indicavam ali funcionar os escritórios do importador do contentor que portava no seu interior a droga apreendida e, que de regresso a DNIC deveriam voltar a passar pelo Estabelecimento onde a equipa chefiada por José da Silva havia efectuado a apreensão.

As missões não foram cumpridas na totalidade. Porquê? Porque José da Silva ao aperceber-se da orientação para voltarem ao local (Estabelecimento comercial),ardilosamente, inviabilizou tal pretensão com o pretexto de que o Estabelecimento já estaria encerrado e que já havia disto dado a conhecer ao Chefe. Não era verdade. Portanto, mais um dado que veio reforçar a sua quase convicção que algo estava errado.

Perante aquela nova atitude de José da Silva,este entendeu não o desmascarar já. Mais sim gerir a falsa informação que ele prestara aos colegas, para melhor agir. Regressados as instalações da DNIC,fora exigido tal como lhe competia a José da Silva que lavrasse e apresentasse o auto de apreensão, que deveria ter sido elaborado ainda que em manuscrito, assim dizem as normas, no local e assinado pelo proprietário do Estabelecimento.

Não se observando esse pressuposto alegadamente por inexistência de condições (ao que se sabe não ocorrera nenhum tumulto no local). Fora apenas mais um pretexto. Foi então que elaboraram um auto de apreensão no qual faziam constar ter sido feita perante o Chefe de Departamento e, manifestavam uma quantidade de 21 caixas, sem destrinça das que continham droga e das com roupa. Tal como lhe competia,na sua qualidade de Chefe, imediatamente ordenou as correcções que se impunham.

Afinal quem procedera a apreensão? A apreensão é subscrita por quem a efectua e/ou presencia. O Chefe não rasgou tais autos como enganosamente fez alusão na sua entrevista. Quanto a informação especial para o então Director Nacional a que se refere sua entrevista.

Afinal a quem competência fazer? José da Silva equivocou-se, tal como o auto de apreensão a informação por eles elaborada (não para o Director Nacional) para formalizar a abertura do processo merecera correção (e não foi rasgado, até porque a se-lo,estar-se-ia perante uma grosseira falta de educação para com os seus subordinados).

Tal como diz na sua entrevista de seguida todos abandonaram as instalações. Todavia, mais um comportamento suspeito se juntara aos já reportados. O facto de um dos integrantes da equipa chefiada por José da Silva, que habitualmente, por não dispor à data, de transporte próprio e ser residente algures nas imediações da residência de João Bonzela Franco, naquele dia ter prescindido da boleia.

No dia seguinte (3/9/2002), as primeiras horas da jornada laboral em coordenação com o Chefe de Departamento homólogo da DPIC, fora disponibilizado alguns efectivos daquele.

Impunha-se a realização de diligências tendentes ao rápido esclarecimento dos factos (identificação, localização e detenção dos envolvidos na importação do contentor). Assim foi possível constituirem-se 3 grupos de trabalho a que fora atribuída missões específicas, apenas de domínio dos respectivos Chefes (devidamente identificados e localizados). José da Silva fora incluso num grupo, outro elemento com quem operara dia anterior num outro e o terceiro permanecera no Departamento.A estratégia era a de separa-los.

O grupo de trabalho que tinha por incumbência proceder a verificação dos dados a partir do Estabelecimento onde se procedera a apreensão, através dos seus proprietários obtivera a informação de que dali fora transportado para a DNIC,25 caixas sendo 21 contendo drogas e 4 com roupa diversa,o que divergia com as 21 que de facto chegara ao Departamento.

Esses dados foram confirmados diante de José da Silva,dos 2 oficiais que o acompanharam na apreensão e dos demais integrantes do Departamentos presentes no gabinete de trabalhos do Chefe João Bonzela Franco, pelos proprietários do Estabelecimento, que haviam sido convidados a se deslocar a DNIC para esclarecimentos. Estava descoberta a trama urdida por José da Silva.

Este, diante das evidências e na falta de argumentos, limitava-se de forma cínica a dizer que o Chefe estava a dar mais crédito a estranhos e, foi ensaiando a estratégia da negação do inegável.Afinal,que interesse teriam aqueles senhores em mentir? Quando até foram eles que informaram as autoridades sobre a existência do produto suspeito. Os factos, a realidade, estava aí, diante de todos os presentes.

Premeditadamente, José da Silva, incluiu 4 caixas contendo roupa diversa para justificar as de droga desviada. Esta é a realidade dos factos, sem manipulações de qualquer especié.Factos que no interesse da verdade,internamente(Minint)podem ser reapreciados,porquanto,os intervenientes existem,identificados e localizados.

Descoberta a fraude, tal como lhe competia João Bonzela Franco, do seu gabinete e na presença de integrantes do Departamento imediatamente efectuara uma ligação telefónica para o então Director Nacional em exercício (o titular encontrava-se em serviço no exterior) a quem dera conhecimento da ocorrência e dele prontamente recebera as instruções de como deveria proceder (agir).

6 - O conteúdo de cada uma das caixas contendo droga foi quantificado, pesado na presença dos integrantes do Departamento e formalmente depositado no Sector de finanças, embora não reunisse condições para arrecadar tais quantidades.

7 - Foi com a descoberta da fraude que por instruções superiores foi requisitado os serviços da Unidade de Cinotécnica com o propósito de se direcionar na recuperação das caixas desviadas, se justificando assim as buscas realizadas nas residências dos então suspeitos. Tudo o resto é pura manipulação dos factos por parte do entrevistado (José da Silva), por falta de argumentos e razão.

8 - Os trabalhos de investigação para os esclarecimentos da proveniência do contentor que portava no interior drogas, assim, como do destino das caixas desviadas decorriam de forma célere. A estratégia de José da Silva e dos 2 Oficiais que o acompanharam na realização da diligência que resultara na apreensão da droga continuava a ser a da negação das evidências. Aos suspeitos fora transmitida pelo Chefe de Departamento uma orientação superior para que permanecessem nas instalações da DNIC.José da Silva, não cumprira.

Nessa noite que desobedecera a ordem para não abandonar as instalações José da Silva, efectuara conforme registos,do seu telemóvel acima de 20 chamadas para o exterior do País, não incluindo as nacionais. Ficava ou não evidente a sua ligação ao tráfico e aos traficantes? O bandido era (é) João Bonzela Franco?A teoria que forjou agora (nas anteriores entrevistas omitiu) no intuito de manipular os factos, assumindo ter efectuado tais ligações, feitas supostamente para conhecer quem eram os traficantes-importadores da droga apreendida. Merece algum crédito? Quem lhe conferira, esse mandato? João Bonzela Franco? Diz na entrevista que tais traficantes, eram seus informadores.

Disse, bem. Seus informadores e não da instituição DNIC o que vem uma vez mais demonstrar a sua ligação e aproximação ao tráfico e aos traficantes. Tinha-os certamente a seu serviço e não da instituição.

9 - Sendo já um facto consumado e em posse de declarações escrita dos proprietários do Estabelecimento comercial, por ainda lhe restarem interrogações de como os 3 oficiais tinham levado avante tal operação. Na manhã de 4/9/2002 o Chefe de Departamento João Bonzela Franco, deslocara-se ao local, onde abordara os proprietários e empregados, saindo dali esclarecido com os detalhes de como haviam se comportado os 3 oficiais, convidando os empregados identificados como tendo sido os que haviam efectuado o carregamento de algumas caixas na viatura pessoal de José da Silva, a se deslocarem a DNIC,para a observância das formalidades legais. José da Silva e os 2 oficiais foram confrontados com esses empregados e ainda assim continuavam a negar os factos. No decurso dessa confrontação, um responsável do Comando Geral (devidamente identificado)

presente, perguntara a José da Silva: porquê que quando o seu Chefe passara pelo local da diligência não o informara da existência da droga. A resposta: porque o Chefe estava acompanhado de pessoas estranhas.

10 - Com relação a deslocação à DNIC dos altos responsáveis do Comando Geral, chefiados pelo então 2ºComandante geral (actual Comandante Geral) que fê-lo na qualidade de Comandante Geral em exercício. Não faz nenhum sentido terem ali se deslocado para apenas perguntar-lhes os nomes e respectivo grau policial.

Ali se deslocaram pela gravidade do facto. Fora-lhes presente os então suspeitos, seguida de uma exposição de como decorriam as diligências investigativas para recuperação da droga desviada. O chefe da comitiva apelara a cooperarem e entregarem a droga desviada.

A pergunta é: Sendo que João Bonzela Franco, conforme diz José da Silva fora o mandante, aquele que arquitectou toda esta operação macabra. Não constituía essa, uma oportunidade de ouro, para denuncia-lo? O que é que o impediu de fazer? A resposta é óbvia.

Ainda não tinha esboçado essa estratégia. Quando é que ela surgiu? Quando José da Silva, viu-se encurralado, ao aperceber-se que os outros oficiais (2) tinham decidido colaborar, fazendo algumas revelações. Senão a troco de quê, submeter-se-ia a tanto sacrifício (conforme se depreende da sua entrevista),quando desde o início tinha o suposto mandante diante de sí,pressionando-o a falar sobre o destino que da droga desviada?

11 - A questão do apartamento que ocupa ou ocupou nunca foi de meu interesse, tão pouco como ocorrera.Com relação a uma namorada, supostamente, por este interpelada e abordada durante as investigações.Ignoro,tal facto. José da Silva, está equivocado.

No tocante a comissão disciplinar encarregue da condução do processo disciplinar, na qual diz ter sido tomado em declarações algemado (não é verdade) e, que caso não estivesse nessa condição poderia assassinar João Bonzela Franco, com um tiro na cabeça. Não comento.

12 - José da Silva vem assumindo de forma reiterada junto da imprensa escrita pronunciamentos difamatórios e injuriosos, utilizando como armas a intriga e manipulação contra João Bonzela Franco. Este, em defesa do seu bom nome, de sua família, da sua reputação e crédito , moveu o competente processo-crime que corre seus trâmites no Tribunal Provincial de Luanda e cujo julgamento não se efectivou até a data por alegada falta de localização do acusado.

13 - Ao que parece na mente de José da Silva com o decurso do tempo, vêm florescendo coisas e supostamente, recordando factos que não apresentara em sua defesa no processo-crime.

Nessa última entrevista já não direcciona só a João Bonzela Franco, embora este continue a constituir o seu principal alvo. Dele fala, em versão diferente das anteriores entrevistas.

Quem sabe na próxima (entrevista) José da Silva não se decida em revelar qual a identidade do membro que integrava a comissão encarregue de investiga-lo sobre o destino da droga desviada, que foi flagrado a incita-lo (presumivelmente movido por ambições pessoais) para envolver o nome do então Chefe de Departamento (João Bonzela Franco).

Salvo, esteja acometido por algum distúrbio de fórum psiquiátrico, José da Silva não pode ser de tão mau caractér a ponto de não parar para raciocinar por um momento que agiu e continua a fazê-lo com malícia e má-fé e, isto não obstante as suas visíveis frustrações.

É preciso ter caractér,valores morais, afinal por tudo o que fez (licita e legalmente) e, de que não se arrepende, porque fê-lo em consciência e o que incumbia a qualquer cidadão honesto e responsável, ainda assim, fruto das manipulações e intrigas de José da Silva, que aqui pretende apresentar-se como vitima, permaneceu (João Bonzela Franco) encarcerado por 2 anos e 8 meses (sendo absorvido por acórdão do Tribunal Supremo).

14 - Por fim a título de curiosidade. Afinal qual a trajectória policial de José da Silva, até ser colocado no Departamento de Combate a Droga da DNIC?

Atenciosamente.

João Bonzela Franco