Luanda – A UNITA quer alargar a cooperação com outros partidos da oposição a uma possível coligação eleitoral, disse o líder da UNITA Isaías Samakuva durante o programa radiofónico “Angola Fala Só”. O recente anúncio de uma plataforma política da oposição que inicialmente vai incidir sobre aspectos pontuais

Fonte: Voa
Samakuva disse que a UNITA tem trabalhado “ no sentido de alcançar essa plataforma” eleitoral. “Até aqui só temos conseguido faze-lo quando temos um propósito comum a defender mas nós queremos definitivamente avançar para uma plataforma”, revelou, acrescentando que “foi alcançado um bom passo e vamos continuar para ver se conseguimos alcançar o nosso objectivo”.

Num programa muito concorrido pelos ouvintes, as perguntas feitas ao líder da UNITA cobriram uma vasta gama de assuntos desde o estado da democracia em Angola, ao direito á manifestação e à situação em Cabinda.

Isaías Samakuva abordou também em resposta a vários ouvintes recentes declarações do deputado do MPLA João Pinto recordando alegados crimes cometidos pela UNITA durante a guerra.

O presidente da UNITA esclareceu que no passado todos os lados cometeram erros e abusos. “Não nos devemos preocupar com aqueles que se preocupam com o passado e aqueles que se preocupam com o passado não tem planos para o futuro”, ironizou.  

Interrogado sobre os casos do desaparecimento e morte dos activistas Isaías Cassule e Alves Kamulingue, Samakuva diz que os casos foram investigados devido as pressões sobre o governo. “Não há duvidas que foi preciso uma pressão a nível interno e internacional para que a procuradoria se pronunciasse”, disse.

O líder da UNITA mencionou o assassinato de dois activistas de base da UNITA em Luanda em que a família viu os assassinos mas cujo caso não foi investigado pela polícia. Para Samakuva “ vai ser preciso mais pressão” para que outros casos de assassinatos de natureza política sejam investigados.
Vários ouvintes abordaram também a questão dos ex-militares que continuam sem receber pensões afirmando que de momento “não vimos nenhuma luz ao fundo do túnel”. Samakuva disse que a responsabilidade desta situação “lamentável” é do governo. “É responsabilidade do governo aplicar os acordos de paz”, recordou.
 
Interrogado por um ouvinte de Cabinda sobre a situação nessa província o dirigente da UNITA disse que para se alcançar a verdadeira paz no território é preciso negociar “com todas sensibilidades e escutar aqueles mais representativos”, rematou.