Luanda – A revelação consta de uma exposição enviada ao ministro das Relações Exteriores em que a lesada acusa o seu esposo, Artur Sales, antigo vice-consul em Lisboa, de a ter mandado prender na sequência de problemas que resultaram em praticas de crime de violência doméstica.

Fonte: Club-k.net

AO
EXMO SENHOR MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES
LUANDA

ASSUNTO: EXPOSIÇÃO

Maria da Conceição Domingos Quitumbo Galho, nascida aos 08 de Março de 1959, portadora do BI [omitido pela redacção], emitido pelo sector de identificação de Malange aos 17 de Março de 2010, residente na Centralidade do Kilamba prédio V32 Apartamento 22, 2º andar, vem expor o seguinte:

Sou casada a 34 anos com o senhor Artur Sales Antunes Galho, funcionário deste Ministério, antes Vice-cônsul de Angola em Portugal, cuja missão terminara em em 2012 e, presentemente em Angola no exercício das suas funções na secretaria deste Ministério.

Acontece que após vários anos de convivência em Angola, Grécia e Portugal, fui obrigada a permanecer em Lisboa numa residência que está a ser pago por credito Bancário cujo senhor não tem efectuado os pagamentos do credito e também, por razões de estudos dos filhos, mas com vinda a Angola com regularidade.

O meu espanto é que em Dezembro do ano de 2013, desloquei-me para Angola, afim de confraternizar a quadra festiva com o esposo, na qual o mesmo me informara que a nossa relação matrimonial e conjugal havia azedado, que já não era do seu interesse continuar a ser esposo primando pela separação.

Senhor Ministro, pese embora eu não ter concordado com a separação e, porque foi surpresa para mim, uma vez que não me encontrava psicologicamente preparada para tal acto num momento que sempre houve a boa intereção entre ambos e, sem antecedentes de maior realce que motivasse o senhor Artur Sales, a tomar tal decisão ou este comportamento selvático, surpreendeu-me que no passado dia 27 tomei conhecimento que a referida separação está concatenada pelo facto do mesmo estar a viver em união de facto não sei a quanto tempo com uma outra mulher que identifiquei por Maria Gouveia, no mesmo edifício 3º andar partilhando quotidianamente a mesma entrada, o mesmo elevador, as mesmas escadas e quiçá os mesmos encontros de condómino etc.

Senhor Ministro, julgo ser um comportamento pouco digno e pouco abonatório de um diplomata, porque ainda que eu tenha me conformado com a separação num ano em que perdi o meu primeiro filho por morte súbita em 04 de Janeiro de 2013, em Lisboa e, voltar a perder o esposo por atitudes desencontradas do mesmo em Dezembro do mesmo ano, cuja relação foi construía à mais de 3 décadas, julgo não ser possível, não ser consentâneo tão pouco aceitável que o senhor Artur Sales, viva com uma outra mulher no mesmo edifício com a diferença de um andar em relação a minha residência.

Sendo o mesmo Diplomata e abusando do seu conhecimento junto da Policia Nacional, vem muitas vezes cometer violência domestica, por actos e por palavras usando a seguinte linguagem “ Sou Diplomata com muito conhecimento, sou amigo do Comandante Geral e Provincial da Policia, faço de ti o que eu quiser e ninguém me faz nada”

Assim aconteceu que no passado dia 16 do corrente mês pelas 19h00 quando me encontrava por debaixo do prédio a relaxar e reflectir do sucedido, fui surpreendida por uma viatura da Policia Nacional pertencente a uma das esquadras da cidade do Kilamba, tendo me levado a esquadra de Policia, como se um delinquente se tratasse, fomos ouvidos em actos e, que a policia informara-me que a ordem de detenção veio da sua excelência senhor Comandante Provincial da Policia de Luanda, na qual o mesmo aproveitou incriminar-me tratando-me de assassina, bruxa, e tantos outros atributos que lhe conveio no momento.

E, como ele possui uma chave do apartamento onde vivo, não sei porque razão e qual era a sua intenção as 19h00 do dia 18 de Janeiro de 2014, abriu a porta silenciosamente quando eu me encontrava a dormir sozinha, no apartamento apareceu a violentar-me, espancando-me e ao tentar defender-me mordeu-me no dedo anelar do braço direito, que graças a intervenção dos vizinhos e do guarda do prédio que se encontrava debaixo e imediatamente fui a esquadra do Kilamba fazer uma participação policial cujo processo encontra em curso.

Aproveitando-se ainda do abuso do conhecimento, hoje dia 20 de Janeiro de 2014, fui notificada para responder em juízo na Procuradoria da Republica junto da cidade do Kilamba, contactando a procuradora Elizabeth Irene Figueiredo.

Senhor Ministro, venho por este meio solicitar encarecidamente os bons ofícios do exmo senhor, no sentido de por cobro este comportamento de selvajaria do senhor Artur Sales, que está acabando por manchar o bom nome dos diplomatas Angolanos e do Ministério das Relações Exterior, que o senhor Ministro representa nesta magna Republica de Angola.

Contudo, deixo o exposto acima no mais alto critério do senhor Ministro para análise e possível apoio uma vez que da relação gerou 4 filhos.

Luanda, 20 de Janeiro de 2014

A expositora

Maria da Conceição Domingos Quitumbo Galho

[omitido pela redacção]

Cópias:

- Comandante Geral da Policia Nacional
- Comandante Provincial da Policia de Luanda
- Associação do Diplomatas de Angola
- Ministério da Família e da Promoção da Mulher
- Organização da Mulher Angolana (OMA)
- Administração da Cidade do Kilamba
- Rádio Luanda
- Rádio Despertar
- Jornal Angolense
- Jornal o País
- Jornal Folha 8
- Jornal Agora
- TV Zimbo
- Club K Angola
- Angonoticias