Luanda - Partilho o momento estoico deste gesto sublime do Mais Velho Lopo do Nascimento com os milhares atentos a realidade angolana, apesar de posteriormente vir a fazer alguns comentários quanto a maneira como estes mais velhos que têm o segredo de Angola se dignam, repito, se dignam morrer com as chaves que deveriam abrir a felicidade adiada deste povo que continua a desaparecer como tal "amordaçado" e sempre expectante.

Fonte: Club-k.net

A Nação está por se construir e Lopo sabe o porquê, mas não o diz, reserva-se e porquê? Que ganhos têm os jovens ao receberem mensagem tão codificada assim, se não o de continuarem confusos e a crerem em mentiras transformadas em factos e verdades? Ninguém vai retirar ao MV Lopo este mérito e todo o seu passado de glória, mas interroga-nos a consciência, a razão destes mais velhos continuarem fiéis aos ideários que nos enterram.


Ao citar Lúcio Lara que também se compromete dizer a verdade só depois de morto e todos nós carcomidos ou com os mortos também; ao citar Fulupinga Lando Victor, o ícone da coragem e do inconformismo, pois o contrário "conformismo" é a maior doença e o maior entrave da libertação dos angolanos do jugo ditatorial; ao citar o velho e respeitável e respeitado Mendes de Carvalho " O Cão do Ministro", também ele muito teria a dizer e a recomendar a juventude, Lopo lançou um "Bife" ao Presidente da República, para largar o poder e não deixar uma Bomba de Retardamento nas mãos da Nova geração, mas peca por fazê-lo de forma muito lacónica.


O velho deve dar lugar ao novo, mas estes mais velhos como Lopo, deixam-nos um legado muito envenenado, muito minado e, verdade seja dita pouco fizeram para iluminarem o caminho a percorrer pelos jovens na noite que continua escura, negra com a cor do contratado e cada vez mais temerosa com a força do bastão na cultura do medo imposta. Esperamos que o MV Lopo destape a sua coragem e venha por exemplo dar uma Conferência de Imprensa a argumentar sobre o simbolismo do seu, contudo admirável gesto e porquê a Angola de Hoje e como fazer o Povo, este sim, o Soberano na partilha do Tesouro Nacional.


Ficamos satisfeitos pela atitude, mas não entusiasmados, pouco menos impressionados, talvez aconselhados pelos muitos anos de política e de guerra activa, vivida, compartilhada e não assistida que nos corre nos espíritos e no corpo também, prudência. Esperamos muito mais, os jovens aguardam uma passagem de testemunho muito mais clara e não a incitação ao esforço à demais batalhas até ao combate final...