Os ecossistemas e a Natureza não permitem que um grupo tome conta de todos osrecursos ao ponto de se extinguirem, embora fenómenos como a ilha de Pascoa oua extinção dos dinossauros mostrem que existe essa terrível possibilidade especialmente com o aparecimento da consciência tecnocientífica nos  humanos.

O Pluralismo nas sociedades humanas, primeiro com a família, depois com atribo e reinos, foi caracterizado por um corporativismo onde as aliançascriaram impérios. Impérios e Mono sistemas, como a ditadura do proletariado ouo cooperativismo, quebram as regras da sustentação da vida. A mais importante de todas afirma que a diversidade sustentada produz maisrecursos e que os pequenos grupos têm que ter o mínimo de recursos para sobreviver porque são os principais produtores dos recursos necessários ao desenvolvimento.Mono sistemas acabam todos por sucumbir desintegrando-se geralmente com ganhospara os grupos que melhor partido tiram da redistribuição dos recursos.

Na África Subsaariana, os diferentes grupos étnicos, foram utilizados pelo colonialismo para reforçar o seu domínio.O lema de “dividir para melhor reinar”, funcionou até ao momento que os diversos grupos  étnicos tiveram consciência da linha divisória que tinha sido feita em Berlim.

O desenvolvimento agrícola das colónias, com o contrato e a línguaestrangeira que tiveram que aprender, interligou as diferentes tribos existentesdentro da província ou estado colonial governante, enraizando a consciênciaNacional e a nacionalidade.

O tribalismo transformou-se numa multiplicidade de etnias com o objectivoúnico de expulsarem o invasor da sua região, fazendo alianças dentro doespaço territorial imposto, mas estrategicamente aceite. “A união faz aforça”, a exemplo de Njinga Mbandi, juntou a pluralidade de regiões étnicasna luta contra o regime invasor.

A divisão administrativa tradicional, (regiões étnicas) incentivada pelaautoridade colonial, e a liberdade de credo religioso criou um Pluralismo étnico com consciência nacional que naturalmente influenciou o início da lutaarmada por  diferentes grupos étnicos.

A resistência iniciou-se nas famílias, e a criação da UNITA, com a recusada FNLA de estender a luta ao território do Grupo étnico do Dr. Jonas Savimbi,é um exemplo do Pluralismo étnico natural existente em Angola, onde ainclusão de pessoas de outra etnia no seu grupo, era estratégica.O objectivo principal de libertar a sua região, foi substituído pelo sentidode Nação Angolana, que com os recursos bélicos fornecidos pela guerra-friainternacional, incentivou e se transformou num expansionismo étnico onde asalianças, ás vezes pouco éticas, são somente um instrumento para adquirirmais recursos com a finalidade de impor o seu governo nas outras regiões do Pais.

A UNITA e a FNLA, como nos mostra o período pós Independência, eram movimentos pluralistas, que defendiam um capitalismo radical, o que os levou aoptar pela guerra, um meio de impor o seu  governo.   A excepção, foi o MPLA, que ao enveredar pelo Socialismo, um mono sistema que proibiu militarmente o Pluralismo politico, económico, social e religioso,criou um antagonismo natural destes grupos, principalmente o étnico, o quelevou á guerra.A divisão ética dos recursos, principalmente a energia, é naturalmentedefendida pelo Pluralismo Moral em que as regras têm que ser cumpridas, ou osque são prejudicados e até explorados adquirem recursos e contrariam as tendências expansionistas de outros.

Em Angola, a institucionalização do poder de grupos camponeses, operários ecooperativas, em detrimento, e proibição de outros grupos importantes como osétnicos e religiosos, originou a resistência e a guerra, que terminou em 1992com a vitória do Pluralismo multipartidário.

O MPLA soube transformar-se, do Partido do Trabalho num Partido Democrático deâmbito Nacional, que manteve durante 16 anos um Governo de Unidade Nacional,institucionalizando uma Democracia Pluralista em Angola.A UNITA, com os recursos militares disponíveis, e depois de não terem o apoio massivo das populações através das eleições em 1992, e num espírito pluralista radical, usando dos recursos naturais, tentou tomar o poder pela força, sem sucesso, porque entretanto a diversidade imperava do outro lado da trincheira, fazendo com que os recursos humanos, que são Pluralistas por natureza, se refugiassem na segurança do Petróleo, que estava a vencer,especialmente devido á campanha dos “diamantes de sangue”.

As ditaduras, são também anti-pluralista, uma vez que são mono sistemas políticos, logo anti-naturais.O Pluralismo Democrático emergente após o abraço de 2002, adicionado aos investimentos económicos a nível nacional convenceu a maioria dos Angolanos(81,64%) a  escolher viver com a diversidade do MPLA que se soube desmultiplicar a nível nacional, e passou a mensagem que é um Partido Democrático, e Pluralista que aposta no desenvolvimento Nacional.

O Pluralismo étnico em Angola é incentivado pelo MPLA, como nos mostra a inclusão de um Rei Tradicional como seu Deputado na Assembleia Nacional.A FNLA, e o seu Líder Nacionalista, Holden Roberto, souberam adequar-se á Democracia, mas não conseguiu impor-se a nível Nacional por falta dedemocracia pluralista interna.  Vencida na Guerra, a UNITA não conseguiu ainda encontrar uma linha Politica Democrática, que é adequada aos novos tempos, e isso reflectiu-se nas urnas,onde a sabedoria natural e Pluralista do Povo, aconselhou uma mudança da sua politica interna. O século XXI nasceu com o fenómeno da globalização fortemente implantado, eem Angola, a utilização das tecnologias de informação,  cimentaram a consciência nacional, e a Democracia Pluralista como governo.A consciência Popular, do voto e do seu Poder democrático é real, e o MPLA sabe que nas próximas eleições pode ser amarelado e até levar um Cartão vermelho em algumas Províncias, se não souber utilizar bem os recursos e principalmente não os utilizar para o bem regional.

Os exemplos das Lundas e Cabinda, não são uma manifestação tribalista, (otribalismo terminou com a ocupação colonial) ou independentista, (os recursos humanos nas regiões têm consciência das vantagens de Unidade Nacional) massim um aviso de que podem democraticamente votar diferente numas próximas eleições, e um apelo á Oposição de que têm que se organizar para defenderos direitos dos grupos que compõem este País Pluralista.A independência Nacional foi alcançada e a Democracia Pluralista é um facto em Angola.

È necessário agora estabelecer um sistema politico adequado á nossarealidade e ás condições económicas e sociais actuais.A democracia nos Estados unidos, um dos Países mais pluralistas do Mundo,funciona e deve ser um exemplo a ser analisado para a decisão do nosso modelo de Governo.Tanto o Partido Democrático como o partido Republicano agregam várias tendências politicas, da esquerda á direita, e as eleições primárias sãoum exemplo de democracia Pluralista onde cada linha politica dentro de cadapartido tem a possibilidade de ser votada e até de constituir governo Nacional.

Exemplo de desenvolvimento social e político, é a eleição de um filho de África para a Casa Branca. Adequado á nossa realidade, o modelo onde os recursos humanos do País,defendem os interesses dos diversos grupos a que pertencem, dentro de duaslinhas politicas, modernas e complementares, a linha liberal e a  linha conservadora é o caminho a seguir.As posições de um Pluralismo liberal defendidas pelo MPLA, são consequênciado seu passado socialista, e num sistema bipartidário, tornam-no naturalmente no Grande Partido Democrático em Angola.

A Oposição, ao abraçar o modelo de constituição proposto, vai agregar os Partidos Políticos que, já com tradição de Republica, conservadora e Democrata, apoiam o Pluralismo Democrático clássico, e vão fundir-se noGrande Partido Republicano.

A consciência democrática, dentro dos Partidos Políticos, é hoje aceitepela maioria dos Políticos, e as diferenças ideológicas são impostas pormeio do voto e das negociações entre os diversos grupos de interesse.Visiono um Partido Republicano em Angola, onde a UNITA, a FNLA, o PRS, a Nova Democracia e todos os conservadores Angolanos podem fazer politica, e que,naturalmente, através da união  em tendências e interesses nos diversos gruposque se vão formar, criar um Partido politico Nacional e Pluralista.  Podemos todos participar num Partido moderno, e democrático com váriastendências e opiniões, onde a palavra e persuasão politica são as armas para impormos as nossas ideias.

* Quintino de Moreira
Fonte: Club-k.net