Luanda - Apesar da senilidade que já não depende dele, pois que o verbo poder não tem imperativo, K.Paihama foi mesmo nomeado para Governador do Huambo, numa clara demonstração de carência de quadros da parte do partido que sustenta o governo.

Fonte: Club-k.net
Que missão leva para o Huambo?

À partida, pensávamos que K. Paihama iria, desta vez, envolver-se na "resolução dos problemas do Povo", envelhecido slogan deixado pelo Dr. A. Neto, mas que o mesmo Povo nunca conhece água potável, luz, educação séria e responsável, emprego, habitação, para não falarmos de liberdade. K.Paihama não vai encabeçar os programas de governação, se é que existem.

 K. Paihama recebeu a missão de organizar o partido, face à fragilidade deste devida à fraqueza anímica dos seus quadros. Estatìsticamente acham que perderam 55 % dos ganhos decorrentes da ofensiva militar de Novembro de 1994!

 Por isso, a governação fica a cargo dos Vice-governadores.

 Eis a missão:

  - Reunir com os 1ºs Secretários municipais e comunais.

- Já contactado o Rei do Bailundo, este deve convocar todas as autoridades tradicionais para receberem ordens.

 3º As actividades devem ter início nas embalas e generalizar-se pelas aldeias com o único objectivo de organizar o partido.

 4º Fazer o levantamento dos Directores de empresas públicas e privadas de formas a reunirem-se com os chefes de Secções.

 5º - É urgente o encontro com os responsáveis de Comités de Acção, Núcleos de especialidade. Controlar bem a Delegação da Juventude e Desportos e a Delegação da Cultura por serem forças que vão fortalecer o partido num curto espaço de tempo.

- Vive-se uma grande frustração na Delegação do Interior. Leva ordens de nomeações para a Polícia, mas antes deve reunir com os operativos(!) para darem o ponto de vista. As exonerações a efectuar, devem ser antecedidas de consulta ao Rei  (!!!).

Caros leitores, com essa missão, fica clara a instrumentalização das autoridades tradicionais que de neutras nada têm porquanto não são de linhagem. São essas autoridades que levam a cabo acções de intolerância política, violando-se todos os pressupostos de liberdades individuais e colectivas consagrados na Constituição.

Fica ainda clara a partidarização dos órgãos do Estado pelo envolvimento de empresas públicas, Delegação da Juventude e Desportos e da Delegação da Cultura, na irreversível  recuperação do partido.

A UNITA vai, brevemente, apresentar dados de prova da reactivação da Defesa Civil, extinta à luz dos acordos de Lusaka, ontem fardada e hoje trajada a civil, mas armada, pondo em perigo as conquistas democráticas alcançadas, cujas consequências foram testadas em Kassongue, Província do K.Sul dia 9 de Março com o assassinato de três angolanos militantes da UNITA.