Toronto -  A 4 de Abril do corrente, o povo angolano celebra  mais um aniversário alusivo a paz, alcançada no ano 2º do século XXI, como resultado do cessar das hostilidades militares em que o país se encontrava mergulhado,  durante anos à fio. A paz é o prenúncio da prosperidade, é o bem mais precioso da  humanidade. Se termos em conta que doze  anos é apenas a idade de um adolescente, entender-se-á que por frente há ainda um longo caminho a percorrer.


(*) - Sociologo
Fonte: club-k.net

Desta feita, um país em cenário de transição (náusea/abunda), como o nosso, a parte “náusea” ainda não foi diluído no seu todo, longe disso. Por exemplo, aguardam melhores dias, questões como: saúde pública, comprometida com o saneamento básico, de momento, de mãos dadas com um mosquito. Na minha última audiência com o assessor do “mosquito-mor”, confidenciou-me que eles não são insectos imigrantes, mas são agentes com “cidadania” local, habitando em pirâmides de ovinhos, instaladas em lixeiras e águas estagnadas, visando corpos menos imunizados...   “Nós representamos a maldição do continente  negro, ”, segredou-me aquele erudito vampiro de antenas ensanguentadas. A erradicação do mosquito urge. Caprichosamente em  silêncio sepulcral, eles sobrevoam –até- sobre a cabeça dos médicos,  interpelados, e  impotentes sobre o leito do conformismo, por parte das vítimas, despertos tardiamente pela malária (cerebral )encubada.  Onde está o “carro de fumo” para diluir definitivamente o veneno “mosquito-mor” e seus agentes?  O desenvolvimento das Habilidades  Básicas de Literatura, é  a outra almofada de estilhaços que aos angolanos também compete lidar e com virilidade, porquanto, nação desenvolvida é povo que lê.


A despeito, isto de fazer “chichi” na  mutamba e arredores, é falta de educação do cidadão, falta de informação ou falta de infra-estruturas atinentes? Não é o “chichi” do candongueiro que torna “náusea” à baixa da cidade ?  Em tudo isto, que culpa tem o candongueiro, que  -na hora da aflição, de bexiga cheia- que alternativas lhe resta? A parte que abunda caracteriza-se pela construção de novos  bairros habitáveis, em torno da velha Luanda, cujo status de capital nacional, prevalece inquestionável. Então porque que a parte “náusea” revela-se como a cor da bandeira da Mutamba, a capital das capitais?   Ironicamente esta falta de civismo é comum sobretudo em Luanda  e nem tanto nas outras cidades.   De facto, considerar o candongueiro num parceiro do Estado plural, concedendo-lhes viaturas novas, não se minimizaria a poluição e  stress das massas?  Por exemplo, a ida ao Panguila, sucessor do Roke”, requer mais meios de transporte  e de preço muito mais acessível... De igual forma, o zungueiro deve ser acariciado, nunca amordaçado, mas estimulado, ele é – por si só- vítimas das vicissitudes sociais.  Estamos construindo uma sociedade generosa, sem medidas graves nem gravosas, onde o zungueiro deveria ter o seu espaço tranquilo. Como alternativa, ele deve ser encaminhado em Centros de Formação Profissional,   ou  proporciona-los empregos em fábricas ou campos,  ou mesmo  com pequenos negócios para o seu auto-sustento. No meio deles fervilham génios e potenciais tecnocratas.


O zungueiro destoa a cidade, mas a pratica da venda ambulante é universal e  transcendental.   Todavia,  não é o zungueiro, vitima de acção policial  fatal na Tunísia,  na fatídica Quinta-Feira de 09/01/2004, o responsável  pela Primavera Árabe? Por seu turno, a kinguila simboliza a característica típica da “business woman angolana”, altruísta genuína, que da a vida  para levar o pão a boca dos kandengues!    Numa disputa coerciva,  no Kinaxixi,  logo após a Perestroika, o agente policial  arrancou o saco de pão das mãos da vendedora de esquina  com o bebé nas  costa, e esta, arrancou-lhe a  metralhadora, “AK”, quão renhida a luta pela sobrevivência. Os artigos arrebatados pelo policial sobre o zungueiro, que destino tem?    Tolerável se aos Centros de caridade, mas  isto de tirar o pão da boca do filho do outro para a boca do teu, é prenuncio de maldição para as gerações do  penalizadores positivos. Convenhamos, a  kinguila vem desde o Berço da Humanidade (1800-300 BC), remetendo os maridos a função domestica. Enfim, o candongueiro, o zungueiro, a mulher grávida  vs kinguila,  não devem ser confundidos com criminosos, antes pelo contrário, eles enriquecem a historia de Angola. Logo, eles devem ser acariciados,  nunca atormentados. Objectivamente, estas praticas informais, destoantes, cedo esvair, entrelaçado a memoria nacional.


Nesta transição pacífica, oxalá os actores sociais informais e menos favorecidos  possam  celebrar a  paz, não  em pé de igualdade, entre os pequenos e grandes, mas pelo menos como cachorrinhos possam comer das migalhas que sobrem da mesa dos seus senhores! Parece que não, mas  no momento, eles são a chave da bênção da nossa nação e coluna dorsal  do mercado informal, dos quais o governo deve considerar aliado fiel no crescimento microeconómico, ainda assim, eles são   a pessoa jurídica mais próxima ao consumidor! Nesta fase de transição os populares desencadeiam –a todo o transformam-   formulas ideais de integração social e vida economicamente activa. Não é neste período de reflexão e transição que as autoridades competentes deveriam pensar em minimizar os preços dos documentos das Conservatórias e Registos Civis, por um lado?... 


E por outro, será o Estado o real destino das receitas   dai provenientes?? ? Certamente esta frente sucedera,  com mais investidas na Informática, e esta, baseada   em electricidade eficiente, fonte de reprodução da “luz” infantil e o consequente crescimento demográfico salutar. Contudo –e sem nos embandeirarmos em arco- a construção de novas “centralidades”,  e edifícios, em catadupa, bem como caminhos-de-ferro, estradas e pontes -–gradualmente-  a toda a extensão do território nacional, a restauração da marginal  de Luanda e Baia –Farta, restinga do Lobito , Baia-Azul, Mussulo (...),   postais  turísticos de beleza sem igual, prova que um futuro promissor esta –---  à vista.  No que ao que a vertente “abunda” diz respeito, a (re)construção, erguida a toda extensão do pais,  -em menos de uma  dúzia de  anos -   (e “quiça”, o musseque e aldeias na optica da demolição), são recordes batidos  vis-avis os quinhentos anos do governo colonial português, sem olvidar o numero de bolseiros angolanos a serem formados no exterior. Oxalá, prossigamos nestes ritmos de crescimento urbano, associado ao investimento cientifico, agro-pecuária e fabril e   desenvolvimento humano traduzido em assistência social e emprego,  primaziando a juventude,  viúvas, órfãos e mutilados de guerra, em salvaguarda dos direitos humanos.


Primando nesta visão, com o olhar acentuado nas macro e microestruturas sociais e seus agentes singulares, sem duvidas, Angola mordera - a longo médio prazo- no mínimo os calcanhares da África do Sul. Contudo, a mudança de mentalidade deve predominar, para que os pressupostos de desenvolvimento se tornem realidade.  Logo, devemos Honrar o passado,  o passado de gloria, edificar o presente, árduo,  para desfrutarmos  o futuro, o futuro dos nossos progenitores! Tudo isto passa pelo perdão na ponta da língua como nossa forma  de ser e estar, salvaguardando a saúde nos nossos relacionamentos.     A pertinência do perdão na  ponta da língua,  consiste no facto desta língua falar o que o coração esta cheio -o coração, fonte de maus desígnios- esta língua que corrói como câncer , falando o que não deve... Porque “roupa suja lava-se em casa”, devemo-nos perdoar 70x7 por dia!  Baseado em virtuosidades  ,amor a Deus e amor a pátria,  tanto o Estado como  o cidadão comum, cada deve fazer o seu melhor, questionando a cada manhã, “Angola em que posso te servir (?)”!. 


Não importa a idade, o perdão  e a compaixão começa em casa e termina na rua, começa no campo e termina na cidade. Mudança de mentalidade bem-haja, somos parte da mesma comunidade! Com fé no coração entenderemos que o perdão ate aos mortos da paz, aos nossos mortos, nossos heróis, estes que morreram por nos para termos a paz que agora celebramos! Celebremos a paz com o perdão na ponta da língua! Só o perdão e um sorriso nos lábios nos permitem encarar o futuro com optimismo. Quanto a mim, se alguém tenho defraudado, do fundo do meu coração, o meu perdão, para que os teus pecados também sejam perdoados! Certamente, “O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas sim Perdão,  Justiça e Paz”!

 

 

Bibliografia:

http://www.aljazeera.com/news/africa/2013/10/tunisia-protests-urge-government-resignation-2013102372524126573.html

http://www.france24.com/en/20140109-tunisian-pm-prime-minister-resignation-larayedh-caretaker-government/


Holy Bible: Matthew 18:22
Jesus answered, "I tell you, not seven times, but seventy-seven times.