Luanda - O facto endurece mais as posições. os Trabalhadores negam-se a assinar documentos para sua própria condenação. Os empregadores querem convence-los que a greve é ilegal e chegam implorar no sentido dos técnicos assinarem os papeis.

Fonte: Club-k.net

Continua a haver clima de crispação entre os gestores da Clinica Girassol e os trabalhadores. Os gestores lançaram uma nova forma de actuação que se consigna na dissimulação rogando os trabalhadores a assinarem documentos em nome da empresa Offshore que como se sabe é uma das prestadoras de serviço que aglutina e se responsabiliza apenas pelo pessoal da área administrativa aglutinando ainda os copeiros bem como os seguranças deixando os médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, farmacêuticos, técnicos de imagem, de laboratórios por conta da Excel Med. A Girassol através da Offshore está a exigir, neste momento, a todos sem excepção estão no sentido de assinarem documentos com timbre da Offshore intimando-os com pretexto de que a Excel Med agora pertence a Offshore num claro arranjo da ultima hora para fazer face a pressão que se impõe e, quiçá, para fazer face e curvar o nível de organização do Sindicato dos Trabalhadores que com prova de dinamismo, audácia e profissionalismo permitiram destapar mais uma das negociatas que se operam dentro da Sonangol.

 

O país e o mundo ficaram a saber. As coisas não só acontecem mas estão arroladas a um conjunto de procedimentos poucos desejáveis ao bom nome das instituições do país. Só para ilustrar, cerca de 8 trabalhadores continuam no olho da rua no decurso desta situação e a empresa Excel Med responsavel que os detém nega qualquer processo disciplinar sobre os mesmos e remete a responsabilidade à Clinica Girassol que, por sua vez, continua a mante-los fora em claro sinal de despedimento sem justa causa. De recordar que aquando da greve, a Clinica Girassol descartou os trabalhadores e hoje, porém aparece com cartadas de despedimentos preenchendo uma confusão em sim mesma. Como é que uma entidade que não possui autoridade sobre os trabalhadores surge com mão pesada sobre os mesmos? Quem lhe confere este direito? No caso em resposta, é porque ou coisas não passam de negócio ou porque as empresas ditas contratadas ou sub-contratadas nunca passaram de entes de razão, inexistentes. Existe apenas a Girassol e a detentora Sonangol e é aí onde as coisas andam mal.

Dentro da Clinica, as coisas não evoluem. Tecnicamente se continua a baralhar a atividade normal com muitos erros de gestão no domínio dos recursos humanos. Por exemplo, os intensivistas estão a ser retirados da sua área para irem cuidarem de áreas que não têm nada a ver com s cuidados intensivos e colocando nos seus lugares pessoas que nada têm a ver com s cuidados intensivos. Por outro lado, os seguranças viraram maqueiros (transportadores de doentes dum lado para outro). Alguns copeiros foram para a lavandaria, os técnicos superiores baixaram para técnicos de cabeceira. E tudo isso acontece em prejuízo da actividade médica sem que ninguém diga alguma coisa. O mais importante para os gestores é a retaliação sobre a generalidade dos trabalhadores que no seu entender impeçam que o dinheiro entre a granel nos seus bolsos dos patrões de cabeça escondida mas que todo o mundo sabe quem são. A seu tempo fizeram apenas um simulacro de tercearizacao de serviços.

Nenhuma inspeção faz questão de interpelar as autoridades sanitárias naquela unidade. Os artifícios para silenciar as instituições foram espoletados a tal ponto de se esquecer que os trabalhadores que hoje vêem os direitos denegados lidam com vidas.

O quadro acima referido deixa antever que a actividade médica no país está a ser levada a cabo de forma brutal sem o respeito pelos direitos humanos relativos aos trabalhadores e muito menos daqueles que recorrem aos serviços de saúde. A conclusão só pode ser esta dado que o mote de toda a tese é uma das unidades de maior referência do país e que para ser erguido custou muito erário público. Ao se deixar a sorte da Clínica Girassol nas mãos de certas pessoas motivadas por interesses intrinsecamente particulares só se pode aferir que nada mesmo foi feito em beneficio do país. E mais, perdeu-se muito do amor ao próximo. Na Clinica Girassol, as coisas só acontecem pelo facto de se truncar a deontologia em função de lucros assentes num argumento de autoridade que configura muito abuso de poder e de confiança. E depois, os trabalhadores queixam-se dizendo estar a trabalhar como se estivessem num quartel. os trabalhadores lamentam muito o comportamento do Dr. Vaso e do enfermeiro Lucas tidos como personificação principais agentes do mau . O Dr. Vasco já chegou a despedir pessoas sem mais nem menos, inclusive, nos corredores. Já o enfermeiro Lucas ingressou a Clinica nas mesmas circunstâncias que os demais trabalhadores estando agora do outro lado da barricada como um dos principais durões no trato com os colegas.

O que acontece, neste momento, não passa duma tamanha baixeza, os gestores saem de seus gabinetes para pedirem os trabalhadores a assinarem um documento em que os mesmos trabalhadores reconheçam o facto de que a sua greve foi ilícita quando os mesmos estavam doptados de razão e seguiram os trâmites. Perante a isso, os funcionários recusam-se a baixar a cabeça e apelam a quem de direito no sentido de se efectuar algo ou proceder em conformidade com os mecanismos de controlo admitidos pela legislação laboral os cânones da administração.