Lisboa - Um recente discurso do presidente da Comissão Administrativa da Cidade de Luanda (CACL), José Tavares Ferreira, está a ser interpretado em meios da sociedade civil, em Luanda, como tendo finalidade de desautorizar uma orientação do governador de Luanda, Bento Francisco Bento, que proibira recentemente perseguição as zungueiras, na cidade capital.

Fonte: Club-k.net

Através dos microfones da Rádio Nacional de Angola, neste domingo, o general José Tavares Ferreira, deu ultimato as zungueiras dizendo que “até a próxima terça-feira (08/04), não quero ver nenhuma zungueira na rua”.

Na primeira semana de Março do corrente ano, o governador provincial de Luanda, Bento Bento, havia informado publicamente que o Chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, orientou a elaboração de um "rigoroso" inquérito visando constatar e punir efectivos da fiscalização e da Polícia Nacional em Luanda, que enveredam por práticas impróprias contra vendedores dos mercados formais e informais.

Bento Bento, que presidia um encontro com vendedores ambulantes, sob o lema “organizemos e defendamos com segurança, o nosso pequeno negócio”, recomendou as vendedores para acabarem com a venda nas passagens áreas, estradas e passeios, assim como a recolherem o lixo produzido no final da jornada.

Ao contrario do ultimato de José Tavares Ferreira, o governador Bento Bento esclareceu que onde não há mercados, as pessoas devem fazer o comércio em ruas definidas pela administração ou direcção das centralidades e cumprirem com as orientações dadas, inclusive por efectivos da polícia e fiscais, nesse sentido.

De lembrar que esta não é a primeira vez que o Presidente da Comissão Administrativa da Cidade de Luanda (CACL), José Tavares Ferreira intromete de forma contraria,  as  orientações do seu superior hierárquico Bento Francisco Bento.

Ja em Agosto de 2013, José Tavares, travou a ordem de demolição das casas no bairro Margoso Prenda, algures na Maianga, ordenada pelo Governo da Província de Luanda, liderado pelo governador Bento Bento.

Alguns dias depois o Presidente da CACL, Tavares Ferreira, apareceu dizendo publicamente que não iria haver demolições naquela área de Luanda, porque o mesmo não foi consultado.  

Tavares foi pessoalmente no local onde os moradores organizaram uma manifestação em protesto contra a decisão da administração da Maianga sob jurisdição do governo de Bento Bento, e acalmou os populares, ao afirmar que o processo fica suspenso até que se reúna às condições para melhor acomodação das famílias.