Luanda - O MPLA esteve reunido na segunda-feira na sua sede nacional, em Luanda, para a aprovação dos documentos que serão submetidos à próxima sessão do Comité Central; mas a reunião não levou à mesa a questão da sucessão do Presidente do partido.


Fonte: Agora

Os militantes não estão dispostos a forçar a saída do mandatário

Nenhum dos documentos que serão submetidos à apreciação do Comité Central do MPLA, visando a preparação do congresso extraordinário, previsto para o mês de Dezembro, faz referência à questão da sucessão do Presidente deste partido.


Cogita-se que, no seio dos camaradas, existem divergências sobre esta questão, sendo que há vozes discordantes quanto à continuidade do actual líder, mas, segundo uma fonte, a maioria esmagadora dos militantes não está interessada na substituição do mesmo. Um jornal publicado na capital do país fez referência, no princípio deste mês, que esta situação deverá ser adiada para o ano 2022, altura em que o presidente do MPLA, à luz da Constituição da República, não poderá concorrer para mais um mandato.
 

Nos corredores desta formação política, não há sinais de inquietação em relação ao assunto e, de acordo com fonte do Agora, os militantes não estão dispostos a forçar a saída do mandatário, alegando ser a pessoa ideal para continuar na condução dos destinos do MPLA. Há, igualmente, quem defenda que, apesar de não ter constado na agenda, o assunto deverá ser discutido apenas no congresso ordinário, ainda sem data para a sua realização. Esta posição já tinha sido manifestada pelo secretário-geral do partido, Dino Matross, aquando da apresentação de cumprimentos de ano novo.


De acordo com um comunicado inserto no site do partido no poder, na reunião foi analisado, ao mesmo tempo, o desempenho da governação, com vista a acelerar o processo de diversificação da economia nacional, e apreciado um programa executivo sobre esta matéria, tendo sido considerado muito oportuno e necessário para o aumento dos níveis de emprego no país.


Bureau Político (BP) dos camaradas encorajou o Governo a implementar o referido programa com rigor e firmeza, de modo a diminuir a dependência da economia nacional do sector petrolífero, tornando-a, por isso, menos vulnerável aos choques externos, com o aumento da produção interna, a diminuição das importações e o aumento das exportações. Considerou que o programa integra as tarefas e os mecanismos a adoptar para o seu sucesso e recomendou uma atenção especial à formação de quadros para o provimento de funcionários qualificados necessários ao mesmo, bem como o fortalecimento do empresariado nacional, através do acesso privilegiado destes às cadeias produtivas e outras facilidades financeiras e creditícias.


Refere também terem sido apreciadas as propostas de Lei da Organização e Funcionamento dos Tribunais da Jurisdição Comum e de alteração à Lei da Nacionalidade, tendo recomendado o seu enriquecimento e posterior tratamento pelos órgãos competentes do Estado.


No âmbito da reforma do sistema de educação no país, o comunicado afirma que o BP apreciou um pacote legislativo, com vista à melhoria da gestão e da qualidade do subsistema do ensino superior e, sobre esta matéria, recomendou que seja amplamente divulgada e discutida no seio da comunidade universitária, de modo a equacionar o seu enquadramento com todas as contribuições recolhidas.