Luanda - O partido no poder em Angola classificou como "rixas entre cidadãos" os casos de intolerância política alegados recentemente pelo principal partido da oposição. A posição do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder, foi manifestada pelo seu porta-voz, Mário António, em declarações à Rádio Nacional de Angola.

Fonte: Lusa
Em causa está o comunicado saído da reunião do Secretariado Executivo do Comité Permanente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), em que este partido da oposição chamou a atenção para o aumento de casos de intolerância política no país, atribuindo culpas ao MPLA devido à "indiferença" das autoridades relativamente a assassínios de militantes e dirigentes da oposição.

Segundo Mário António, o que a UNITA intitula de casos de intolerância política são "situações que devem ser vistas à luz da legislação civil e criminal vigente no país". "Não se pode aproveitar este tipo de situações para se pretender acusar o Governo e muito menos o titular do executivo, o camarada Presidente José Eduardo dos Santos", criticou Mário António.

O responsável pelo departamento de Informação do MPLA acrescentou que a UNITA pretende com estas acusações fomentar "atitudes de rebeldia para provocar a desobediência civil no país e assim alcançar os seus desígnios".

No seu comunicado, a UNITA chamou a atenção para o aumento de casos de intolerância política no país, atribuindo culpas ao MPLA devido à "indiferença" das autoridades relativamente a assassínios de militantes e dirigentes da oposição.

Para o maior partido da oposição, essa indiferença por parte do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, "traduz o encorajamento" a essas práticas, que podem "conduzir o país para uma situação de perigosa instabilidade".

O porta-voz do MPLA salientou que a chamada de atenção da UNITA "revela que não está seriamente engajada no respeito à Constituição e à lei". "Nós não entendemos como é que é possível proferir-se esta ameaça quando é a própria UNITA que tem vindo a promover acções para provocar a instabilidade no país", questionou.

Ainda segundo a UNITA, a continuidade desses actos de intolerância política "é sustentada pelo ressurgimento das Brigadas Comunitárias de Vigilância", advogadas por José Eduardo dos Santos no seu discurso da última reunião do Comité Central do partido no poder.