Luanda - O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, recebeu nesta terça-feira, em audiência, uma delegação da UNITA, encabeçada pelo seu líder, Isaías Samakuva.

Fonte: Lusa

Segundo o porta-voz da UNITA, Alcides Sakala, "tratou-se de um encontro de reflexão sobre o rumo do país".

Alcides Sakala acrescentou foi o Presidente José Eduardo dos Santos a pedir o encontro com Isaías Samakuva, que durou cerca de uma hora.

O dirigente da UNITA escusou-se a dar mais pormenores, ou se haverá oportunidade para novos encontros entre o Presidente da República e o líder da UNITA.

Há cinco dias, a UNITA apontou o aumento da intolerância política no país, que atribui à indiferença das autoridades relativamente a assassínios de militantes e dirigentes da oposição.

A inquietação constou do comunicado final saído da 12ª reunião do secretariado executivo do Comité Permanente da UNITA.

A alegada intolerância política registada em Angola, diversas vezes apontada pela UNITA, levou aquele órgão a concluir que a indiferença por parte do Presidente angolano José Eduardo dos Santos face às acusações "traduz o encorajamento" a essas práticas.

"O secretariado executivo do Comité Permanente da UNITA considera que esta indiferença pode conduzir o país para uma situação de perigosa instabilidade, pois traduz o encorajamento às práticas de intolerância política, ao assassinato de angolanos por causa das suas opções político-partidárias, e à impunidade, ante flagrantes violações dos direitos humanos", salienta a UNITA no comunicado.

Ainda segundo a UNITA, a continuidade desses atos de intolerância política "é sustentada pelo ressurgimento das Brigadas Comunitárias de Vigilância - uma reedição da Organização de Defesa Popular (ODP), posteriormente designada "Brigadas Populares de Vigilância" - advogadas pelo Presidente da República, no seu discurso proferido na última reunião do Comité Central do seu partido", sustenta ainda a nota.

Um dia depois, Mário António, porta-voz do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) classificou como "rixas entre cidadãos" os casos de intolerância política alegados pela UNITA.

Segundo Mário António, o que a UNITA intitula de casos de intolerância política são "situações que devem ser vistas à luz da legislação civil e criminal vigente no país".

"Não se pode aproveitar este tipo de situações para se pretender acusar o Governo e muito menos o titular do executivo, o camarada Presidente José Eduardo dos Santos", criticou Mário António.