Cabinda – A governadora de Cabinda, Aldina da Lomba, reclamou recentemente durante a visita do grupo de deputados de seu partido, a questão de dinheiros numa tentativa de sacudir capote quanto ao estado actual da província alegadamente menos bom.

Fonte: Club-k.net
Tentando justificar a fase que a província vive, a governadora na qualidade de primeira secretária do MPLA em Cabinda revelou que não tem sido recebida pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, bem como não recebe dinheiro do governo central. A tendência terá ido mais longe ao suscitar a velha questão dos 10% e o facto de Cabinda ser a província mais geradora do petróleo sem, no entanto, isso justificar o nível das suas infra-estruturas tomando como exemplo a sede local duma das empresas petrolíferas sediadas na cidade. 
O facto está a ser encarado como um desabafo público mesmo que tenha sido exteriorizado perante os deputados do seu partido. O desconforto foi retorquido pelo facto de que a exponente, na qualidade de membro de Bureau Político, teria mecanismo e canal mais directo para levantar tais questões.  

O deputado Tomás da Silva que chefiou o grupo dos parlamentares durante os trabalhos de acompanhamento na província de Cabinda, foi peremptório, na altura, em dizer que o foro não era apropriado para o efeito tendo sido a atitude do parlamentar vista como mais sensata por ajudar a mitigar vazões com efeitos mais gravosos em termos de disciplina partidária quanto mais não seja saído duma primeira secrectária do partido e governadora.

Desde que ascendeu ao cargo de governadora que Aldina da Lomba ficou com a ladainha dos 10% ignorando as explicações de que a referida natureza de financiamento ficou acoplado ao orçamento global destinado a província cabendo a ela gerir o que lhe é colocado à disposição com toda a responsabilidade passiva e activa que decorra do processo de gestão duma província.

A linguagem adotada localmente é que a falta do referido bónus de tem criado constrangimentos na gestão como se o mesmo fosse um fim em si mesmo no processo de governação.

O que acontece é que a governadora de Cabinda não mediu o universo de constelações que gravitam na gestão duma província como Cabinda onde todos têm olhos postos nas oportunidades e concursos empresariais lançados pelo governo, e mais, todos possuem uma receita por se acharem donos da coisa.

Devia antes avaliar bem as variantes a imprimir no sentido de ir resolvendo os problemas que se colocam no dia-a-dia deixando de se fiar apenas nos lóbis de natureza partidária pelo que terá se descurado que o impacto seria muito a seu desfavor.    

Recentemente o governo central disponibilizou uma verba atinente aos bens e serviços no sentido de se colmatarem dívidas registadas localmente pelos distintos governos provinciais, e no caso particular, o que se constatou em Cabinda foi apenas uma atitude que retarda a aplicação de princípios da boa administração já que o que se assiste agora é apenas um chamamento do referido activo por parte da governadora para pagar as empresas com as quais se identifica declinando, ao que se prevê, responsabilidades sobre outra parte da dívida.

Com tal procedimento, é natural que a sua gestão fique sempre rotulada as dívidas já que os princípios de gestão pública insinuam a assunção de todos os passivos bem como dos activos ocorridos ou transitados para a gestão.

Várias correntes na província sabem que muitos serviços foram contratados por ela sem previsão financeira quando ainda se encontrava  na condição de governadora interina. Hoje  se questiona um conjunto de actos por ela praticados  com  o risco duma impugnação por parte dos mais diferentes operadores, não fosse a coerência partidária da agremiação política que a suporta.

Porém, vem sendo estranho e sintomático o modo como, ultimamente, deixou esfriar a promoção da melhor imagem e dos interesses relevantes em favor dos ideias comungados pelo partido que a colocou no comando dos destinos da província.

A manifesta falta de corrente entre os diferentes órgãos  preocupa alguns círculos que preferem falar em medidas urgentes já que existem outros quadros capazes de assumirem responsabilidades, localmente, sem pedir tanto dinheiro e mais dinheiro fazendo com que haja uma prática arreigada de reclamações ou insinuações contra os superiores.

Os mais atentos que reconhecem que clientelismo que hoje se vive na província nada tem a ver com o governo central passando a relacionar-se com idiossincrasia gravosa e comportamental de quem trabalha no terreno contra as expectativas dos parceiros, empresários que insistem em  atribuir o gesto a própria Aldina da Lomba como uma tentativa apenas de instigar ou demonstrar solidariedade aos agentes económicos quando na verdade as coisas não ocorrem assim.

Os mais atentos à  questão que se desenrola no terreno dizem que o que devia fazer a governadora é pugnar pela mudança de comportamento devendo ouvir mais do que falar, e mais, é preciso evitar práticas como o  afastamento selectivo de quadros aos mais diferentes níveis.

Já se fala na necessidade duma mudança em Cabinda e não poucas vezes se avançam  nomes numa atitude de ansiedade por parte de pessoas que querem ver a província a caminhar bem. Marcos Barrica seria uma opção mesmo porque já faz tempo que vinha sendo sondado, dizem alguns conhecedores do metier.

Agostinho de Neri e Tomás Mabiala são outros nomes bem propalados na imprensa.  O primeiro seria pelo factor conciliador e os demais pelo aspecto tecnocrático e experiência no sector que mais directamente lida com os investimentos públicos ou concessões de obras na província. Todos eles possuem uma comprovada fixa de serviço capaz de ajudar a recuperar a imagem perdida na província.  

Tem havido uma falsa discricionariedade em Cabinda no que tange a aplicação do modelo de gestão orçamental. O governo provincial de Cabinda confunde  as responsabilidades circunscricionais e não deve atirar o saco de culpas aos demais quando a questão é simples: mudança de comportamento e adopçao de atitude conciliadora começando por pagar dividas aos primeiramente constituídos credores e mais nada.

E mais quem tem responsabilidades não deve se ater em questões meramente fracturantes. O problema dos 10% em Cabinda é levantada por algumas pessoas que pretendem erguer-se como paladinas dos direitos locais a favor da população mas em detrimento de quem cumpre decidir centralmente pelo bem estar da mesma população.

O melhor lóbis devia ter sido jogado quando se decretou a inclusão dos referidos 10 % ao orçamento único pois que, agora, não tem como truncar uma questão de lege. Assim é que haja sempre necessidade de se dotar a província de melhores quadros, ao invés de os afugentar, para serena e consensualmente irem negociando algumas questões especificas reconhecidas em prol da província mas sem oportunismos de qualquer espécie.