Luanda - “Portugal foi ocupado e vendido aos patacos”.  Angola está ocupada e é delapidada por meia dúzia de africanos cossacos, que pensa ser sua propriedade privada todo o território nacional, só porque dizem terem sido os vencedores da batalha do Cuito-Carnaval.

Fonte: Club-k.net

É deprimente, quatro décadas após o Vinte Cinco de Abril, acontecimento que conduziu à “independência” do país, a sociedade angolana continuar a ser colonizada e cangaceirada por mentes anquilosadas inspiradas na antiga oligarquia soviética, agora renascente.

Essa minoria consegue obter esmagadoras vitórias eleitorais (fraudulentas), controla as empreitadas de cimento e alcatrão, é especialista em desviar grandes quantidades das receitas dos recursos naturais para paraísos fiscais, no estrangeiro, e investe paranoicamente em meios de repressão, civis e militares, para proteger a sua continuidade como controleira dos destinos da Nação. Esses actores noutros países, civilizados, seriam designados por vigaristas, belicistas, usurários. Em Angola chamam-lhes Grandes Empresários.

Essa minoria, consciente dos efeitos colaterais que nepotismo e cabritismo podem representar para a sua continuidade, entra em paranóia quando umas pequenas meias dúzias de manifestantes desmacaram a cleptocracia reinante. Reprimem a liberdade de pensamento e expressão, afirmando estarem a defender os valores democráticos.

É por esse motivo que o Reigime não abre mão dos sistemas de propaganda dos Cossacos Africanos, protegido por milíciais e esquadrões da morte, e teme que os órgãos de comunicação e outras instituições, do e no Estado, se transformem em  independentes, adultas, civilizadadas.

É por esse motivo que no país continua a existir um chefe de posto ditador e Angola encontra-se inibida de promover e vulgarizar lideranças inteligentes, competentes, altruístas e holísticas, defensoras e vulgarizadoras de um sistema justo de desenvolvimento social, para uma verdadeira melhoria das condições de vida das populações. 

Quarenta anos depois do 25 de Abril, Angola deveria possuir um grupo de dirigentes capazes de reprovar as práticas do partido que agora é maioria, o promotor e iniciador da guerra civil,  e de outros grupos angolanos que participaram nas lutas fratricidas, relegando para a história esses acontecimentos (e esses sanguinários) e invocando-os apenas como exemplo do que não devem ser os líderes para um desenvolvimento harmonioso do país. Mas em Angola não.

Os altos diGerentes angolanos preferem clonar os valores implementados pela hierarquias existentes nos tempos coloniais, bastante semelhantes à dos ideólogos cossacos originais.

Os sargentos Traição, Granada, Morteiro, Kalashnikov, Embuscada, Fuzilamento, Ditadura, Linchamento, Corrupção,  agora promovidos aos postos de generais, ministros, deputados, presidente, governadores provinciais, juízes dos tribunais, chefes da casa civil do chefe de posto supremo, continuam a ser os pensadores e planeadores para a continuidade de uma cultura matumba, retrógrada, castradora dos potenciais da mente dos cidadãos angolanos.

O regime ditatorial português não demonstrou ser capaz de aceitar um diálogo construtivo e envolvente para modernizar o país, tal como está a acontecer presentemente em Angola. Hoje em dia, Luanda é uma cidade diferente, porque possui vários arranha-céus, mas continua a existir um número vergonhosamente enorme dos que residem em arranha-chãos.

O resto do território angolano também está bastante diferente.  Graças aos paiLamas do sistema, aumentou o número de picadas alcatroadas e o número de estradas alfaltadas com lamas, para os altos diGerentes circularem com mais facilidade nessas vias rodoviárias, prosperando com os sofismas das suas visões, missões e imposições partidárias.

Um dia, quando o 11 de Novembro chegar, bastante depois do 25 de Abril, Angola irá ser um país independente, civilizado, onde a inteligência criativa se imporá à prepotência furtiva. Não iremos aos mausoléus depositar flores a estes falsos profetas, vulgarizadores de uma lógica doentiamente escatológica, proprietários de pasquins oficiais, o que, megalomanamente, designam por jornais, que, para sermos sinceros, autênticos, não prestam, nem para serem papéis higiénicos.

A sua função, frustrada,  é a de tentarem limpar os excrementos espalhados pelos quadrupedes do Reigime. Esses vulgarizadores da catinguice deverão ser devotados ao desprezo, nem sequer deverão ser recordados como heróis de bordel, para que não percamos as nossas energias e o novo tempo a relembrar gente fútil, parasita, inútil.

Hoje, dia 25 de Abril de 2014, vivemos na esperança de que o dia 11 de Novembro não demore muitos anos a chegar a Angola.