Luanda - O director da rádio Ecclesia negou que tenha a censura como instrumento de trabalho, na poda dos programas e serviços noticiosos emitidos pela estação que dirige.

Fonte: Club-k.net

O responsável radiofónico que foi entrevistado pela VOA reagia a acusações contra si, por ter negado em duas ocasiões consecutivas, que a mesa redonda sobre a “Liberdade de Imprensa” que teria lugar no passado sábado fosse emitida no espaço “Construindo Cidadania” que vai para o ar todos os Sábados, entre as 8:30 e 9:30 min.

Na verdade chamou-nos atenção. É que nos termos em que o director da rádio argumenta, o Mosaiko, que é o realizador do programa violou regras. “Até prova contraria, o Mosaico é uma instituição da igreja Católica e o que foi feito foi apenas informar a associação Mosaico sobre  o que consta do seu perfil...”

Na entrevista que concedeu a VOA, o Padre, deixa também a entender que houve total compreensão da parte do Frei Mário Rui sublinhando, citamos, “O Frei Mário Rui compreendeu e informou os convidados que estava adiada a sua participação do debate”.

Assim como expôs, o Padre Quintino, quis suavizar o problema da censura, e sobretudo, a sua exposição negativa, causada pela censura que instituiíu desde que tomou  conta da rádio, á ponto de afastar jovens jornalistas de bom potencial.

Se julgá-la inconveniente, o director da rádio Ecclesia, em coordenação com uma veterana técnica de som  dá-se ao papel de sorrateiramente apagar entrevistas ou extractos para noticiários, preparados para emissão sempre que  julgue haver qualquer inconveniente, o que não poucas vezes colhe de surpresa os  editores de serviço.

No caso actual, as evidências de que dispomos mostram bem o quão  difícil foi convencer o Mosaiko e a vergonha por que a organização teve de passar para anunciar aos convidados:

•          Na quarta-feira  dia 8 de Maio, a realização do programa através da senhora Maria Júlia telefonou aos convidados reconfirmando-lhes a  realização. É de recordar que este  programa já tinha sido adiado na semana anterior, por causa do óbito de Dom Damião Franklim;

 

•          Na quinta-feira dia 9, o director da rádio Padre Kandandji, dirigiu uma carta ao instituto Mosaiko. Na carta a de três parágrafos,  o responsável começa por manifestar a sua preocupação dizendo ter sido informado sobre a realização do referido programa, e decide não autorizar;

 

“Pelo interesse que o tema impõe a Emissora Católica de Angola, a Direcção da Rádio Ecclesia avisa que não autoriza a realização da mesa redonda com este tema.” lê-se no extracto dum vago texto de três parágrafos, e nada mais do que três linhas cada um. A  carta é assinada e autenticada com carimbo á oleo;

 

•          Na sexta-feira dia 10,  o Frei Mário Rui que é o coordenador do instituto Mosaiko, insistiu em telefonar aos convidados até ao anoitecer, pedindo-lhes desculpas pela desfeita, a segunda.

Os argumentos vertidos na carta do Padre parecem evidenciar muita contradição  pondo em evidência o ambiente policial e de desconfiança ingurgitado nos dirigentes.

Contradição, porque, como se refere no parágrafo 2)  da aludida carta, a realização da “mesa redonda” não carece de contraditório. Isto é dito pelo Padre,  o que é segundo adianta, compatível com... “o estilo” dos programas da Mosaiko, que são de carácter pedagógico...

Mas o Padre conclui com um aviso extemporâneo, no parágrafo 3) e diz, citamos, “que não autoriza a realização da mesa redonda com este tema” o que nos  parece forçado e arrogante.

A. N.