Lisboa - O Ministério das Finanças de Angola mandatou dois bancos nacionais para montarem uma operação financeira que visa a captação de dois mil milhões de dólares (1.478 milhões de euros) para financiamento do Programa de Reconstrução Nacional.

Fonte: Lusa

A informação, a que a Lusa teve hoje acesso, resulta de uma nota daquele ministério que esclarece que o Banco Angolano de Investimentos (BAI) e Banco de Fomento Angola (BFA) foram mandatados para atuarem como "consultores financeiros" na "estruturação, montagem e intermediação" desta operação financeira.


Visa a captação de "aproximadamente dois mil milhões de dólares" e insere-se, lê-se na mesma informação, "no âmbito da estratégia definida para o financiamento sustentável do Programa de Reconstrução Nacional", definido pelo executivo angolano.

A operação possui uma componente em moeda nacional, no valor de 1,5 mil milhões de dólares (1.100 milhões de euros), e prevê, como instrumento preparatório, "a realização de uma 'bridge loan' neste valor, que na sua maturidade, em junho de 2015, será convertido em Obrigações do Tesouro emitidas especificamente para este fim".

A segunda componente da operação de financiamento constitui-se num contrato no valor de 500 milhões de dólares (369 milhões de euros), a ser captado em dólares norte-americanos.

Para garantir o financiamento em moeda nacional, BAI e BFA vão liderar um sindicato bancário e subscrever dois terços da operação, que envolve ainda - para o montante restante - os bancos BIC (14,4 por cento), BTA (7,17%), BESA (4,8%), BMA (3,83%), BPA (2,4%) e BCA (0,73%).

Com esta operação, sublinha o Ministério das Finanças, "fica patente que a estratégia do executivo para o financiamento sustentável do Programa de Reconstrução Nacional não deixa em segundo plano a potenciação do mercado financeiro nacional".

Ao assumir esta operação, com "taxas de juro mais elevadas" do que as que "poderia encontrar no mercado internacional", recorda o ministério liderado por Armando Manuel, "o Tesouro Nacional contribui para que sejam criados instrumentos financeiros locais" utilizando as poupanças dos angolanos.

"Ao invés de serem repassadas a instituições de crédito no exterior, onde beneficiariam de taxas de juro mais baixas, contribuam para o fortalecimento económico e social do país", remata a mesma informação.