Luanda - O sistema financeiro angolano é o mais volúvel entre os países em via de desenvolvimento. Nos PALOP Angola supera a Guiné Bissau, e situa-se em pê de igualdade com os demais africanos, mas fica quilômetros de distância atrás de Portugal e Brasil. É um verdadeiro paraíso para pessoas fraudadoras de sistemas fiscais e terreno  boníssimo para evasão fiscal. A elite que governa Angola sabe tão bem disso que está “a se fazer bem”. É roubar e roubar, desde que tenha influência, é roubar mesmo, porque o país ainda está desorganizado.


Fonte: Club-k.net

Essa são as palavras dos que governam, todos que ascendem à algum cargo de liderança em Angola não vê nisso a oportunidade de contribuir para um real crescimento da nação, a primeira preocupação é desenvolver o seu bolso, e deve-se fazer isso o quanto antes sob pena de perderem tempo e quando forem removidos não terem aproveitado nada. Todos os gerentes, Directores e Administradores de bancos e empresas públicas influentes têm grandes negócios, e a maioria deles [se não todos] investem os seus dividendos fora de Angola.


PORQUE OS GOVERNANTES INVESTEM FORA?

Primeiro Factor:
Porque sabem perfeitamente que Angola ainda é uma miragem. Todos eles sabem que somos um poço de petróleo bruto, e é fase de explocaração, trazer algumas miçangas para enganar os pobres, mas jamais fazer raízes. O Professor Pontes Pereira já dizia e suas aulas na Faculdade de Economia da Universidade Mandume no Lubango: “Eu enviei todos os meus filhos e esposa para Portugal a fim de se formarem lá, porque a formação em Angola não presta para nada”. É a voz de um governante.


Não temos pessoal qualificado e capacitado para gerir e fazer crescer o dinheiro do povo angolano. Os nossos economistas [base Dr. Gabriel Bento, formados por homens corruptos, e outros formados no tempo em que era partido único e estudavam só um ano, eram considerados doutores] têm pouca, ou nenhuma capacidade de criar políticas reais que tragam melhorias à vida do angolano. O angolano é pobre de mente, mais pobre de consciência do que de dinheiro. Então, a primeira razão porque todos os chefes [começando pelo presidente, ministros de estado, governadores, generais, diretores e até gerentes de bancos] angolanos têm os seus investimentos aplicados fora de Angola é porque eles não confiam no negro que está a dirigir uma agência bancária em Angola. Eles acreditam e admiram o ocidente e sua capacidade profissional.


Um dia um amigo gerente de um grande banco em Angola disse-me claramente que na empresa dele tem que contratar um branco para dirigir, porque, segundo aquele negro gerente, o branco é outra pessoa. Ele admira os brancos, louva gente branca, e declara abertamente que o negro tem menos capacidade que o branco.


Outro fator pelo qual ele contrata Brancos e Brancas para representar a marca da empresa dele é que a pele dos brancos atrai mais luz, atrai mais clientes do que a dos negros. Ele disse ainda que quando um branco ou uma branca chega nalgum sítio as portas abrem-se todas.
Bom, modéstia parte admitamos: ISSO TEM ALGUM FUNDO DE VERDADE. O período de escravidão deixou nos negros um profundo sentimento de comiseração e baixa auto estima. Repara que todo negro poderoso procura uma branca para se casar, ou pelo menos uma mulata, ou uma mais clara que ele. Foi isso que muitos fizeram, até o Virgílio Tyova.


Todos os empresários de renome têm nas suas empresas brasileiros, portugueses, chineses, australianos, americanos, desde que sejam brancos, a gerirem seus negócios. E esses cidadãos, com certeza, conhecem mercado, estudaram Marketing [não decoraram meros fascículos], estudaram mesmo. Esse pessoal qualificado aconselha os chefões a investirem fora de Angola. A mão de obra angolana não pensa, repete. Não cria, copia. Não fabrica, compra. Então é subserviente, e com isso, convêm investir rios de dinheiro fora do país.


Reparem na burrice dos que trabalham actualmente vindo das unidades de reprodução de fascículos: Nfuka Muzemba, ex-secretário nacional da Juventude da UNITA teve os dados da sua conta bancária violados [analisados pelo BIC e entregues à direção do seu partido] sem um simples mandato judicial. Respondam a pergunta: Existe segurança no sistema financeiro-ancário angolano?


Um grupo de pessoas, algumas das quais sem formação média completa, invadiram o sistema financeiro nacional e conseguiram desviar de Angola 100 milhões de dólares, usando como táctica, simples cópias reproduzidas manualmente. Sinceramente, é de cair o queixo. Tenho medo do que está por vir, porque um dia quando o galo desaparecer do galinheiro todos quererão o seu pedaço, principalmente os filhos dos antigos combatententes esquecidos, trabalhando como bagageiros depois de lutarem para a pacificação desse país.

 
Pessoal do BNA, o ministro, assina uma ordem de pagamento no valor de 100 milhões de dólares sem conseguir averiguar a confiabilidade de assinaturas, data de despachos, etc. É triste.


Será que a teoria abaixo é certa? Analise.

Segundo Factor:

Ausência de Tecnologia própria e abrangência nacional para proteger os sistemas bancários. Para terem uma ideia, fiz inscrição num site de apoio ao empresariado internacional e jovens empreendedores para tentar captar investimento dos EUA, mas quando inseri os dados da minha conta num banco angolano, o sistema deles simplesmente disse: Esse país não consta da nossa lista de procedimentos confiáveis. Traduzindo, nenhum banco comercial em Angola representa, com segurança, possibilidades de depósito e levantamento /pagamentos, a partir de agências financeiras internacionais. Se algum banco angolano opera on-line é podemos ter certeza que é um dos maiores riscos. Não existe em Angola tecnologia capaz de rastrear harkers, bloquear crackers, impedir entradas secretas nos sistemas, etc. Se os EUA espiona todos o mundo via internet, o que aconteceria se os bancos angolanos hoje vendessem pela internet? Eu tinha uma conta no BFA mas desisti de usar o BFA net para transações grandes e internacionais. Não tem segurança. O BAI que foi considerado o melhor banco comercial de Angola tem uma página na internet que representa bem a dignidade do país: Pobre.


Irmãos, ter dinheiro não significa ser rico. Saber transformar a riqueza em bem social sim, isso é ser rico. To Know How, como dizem os ingleses. And we do not know how to make it.


Um país que só importa, vive de favores de satélites alheios para informar e ser informado, não é e nem está a quase a ser uma potência tecnológica. Para ter tecnologia as crianças precisam estudar desde a base em boas escolas, alimentarem-se com proteínas e vitaminas suficientes para que seus cérebros desenvolvam convenientemente, e desenvolvendo convenientemente tornem-se em inventores. Um engenheiro agrário disse-me fora do país [américa] que para o cérebro de uma criança crescer e desenvolver todas as capacidades [o máximo que pode] a criança precisa alimentar-se com calorias e proteínas em número razoável e diariamente. www.cerebronosso.bio.br/alimentacao-cerebral/


Aquí as crianças que vão à escola são as mesmas que precisam acarretar água na cabeça, são as que assentam-se por detrás de uma bancada de fubá, peixe, arroz, ou ainda são as que zungam diariamente nas ruas para ajudarem seus pais a sustentarem seus irmãos. Admitamos ou não [normalmente o orgulho tolo do angolano não ajuda a pensar, mas a ignorar a realidade sem sabedoria] temos cérebros e mentes atrofiadas, decoramos e aprendemos, até temos certa capacidade de reprodução de conhecimentos, mas factores de vária ordem, social, económica e emocional, limitam as nossas mentes.

Aprendemos muito pouco e criamos quase nada. A nossa esperança está na nova geração que não foi exposta aos efeitos nefastos da guerra nem à radiação dos materiais usados durante o conflito armado.

Tereceiro Factor:

O Poder está nas mãos de poucos. Reparem na facilidade com que o antigo governador do BNA desviou para destino incerto 1 Bilhão [é isso mesmo, 1000 milhões de dólares] para destino incerto? É dinheiro que não acaba nunca mais, dinheiro para toda sua geração viver mais 100 ou 200 anos rica. São coisas como essas que fazem os americanos e outros ocidentais rirem-se de nós. Riem-se mesmo do que chamamos desenvolvimento. Porque está mais que evidente que esse senhor não é o único que tem mais de 1 Bilhão de dólares fora de Angola. O Dinheiro que os governantes de Angola têm investido e aplicado fora de Angola daria e sobraria para transformar Angola num verdadeiro paraíso para todos os angolanos. Dá e sobra para termos cidades como Dubai, Captawn, Flórida. Angola poderia figurar na lista dos países mais desenvolvidos do mundo sem sobra de dúvidas, e de forma muito rápida, que nem sentiríamos os efeitos da guerra  a esta altura.


Mas, reparem bem, os espertos e poderosos ao mesmo tempo são poucos. Numa terra de cegos os caolhos estão roubando, e essa é a visão da maioria dos jovens que militam nas classes de base dos partidos de Angola: Enquanto vivemos uma desorganização organizada é tempo de ficar rico. Então, eu quero o meu pedaço, e quando começar a governar vou mesmo tirar a minha parcela. Basta para tal, ser do MPLA, QUE REPRESENTA O QUÊ? PODER!


O Poder está em Luanda. Então a corrida de todos os profissionais é para Luanda.


O Poder está no MPLA, então é para o MPLA que vamos todos.


Porque quem não está no MPLA não tem nada.

 
Até essa teoria, essa maneira de pensar, tem sido aproveitada pelos poucos poderosos e espertos. As massas aplaudem os poucos que prometem dar, fazer, e nunca cumprem, enquanto aquelas apodrecem, essas elites tornam-se poderosas.


Reparemos como o presidente JES tornou poderosos os seus filhos?! Quem da JMPLA chegou ao patamar de riqueza dos seus filhos? Ninguém. Abram o olho, vocês nunca serão nada além eleitores. Vosso trabalho é votar na roubalheira, porque se negar, a pensar.


Reparem como a elite angolana é poderosa [financeiramente] e como torna poderosos os seus filhos, sobrinhos, cunhados e próximos? São poucos que detêm o poder, o dinheiro e as riquezas.


Isso é muito mau para a imagem financeira que um país pode passar para o mundo inteiro.

Quarto Factor:

Semelhante ao segundo fator, a ausência de um serviço de proteção ao credor e crediário torna o sistema financeiro o mais volúvel do mundo. É preciso que surja em Angola um sistema interligado entre os órgãos financeiros do estado e sector privado que produza informação em tempo real sobre a vida e situação fiscal de todos os cidadãos e empresas públicas ou privadas. Esse ponto nos remete a um outro.

Quinto Factor:

Profunda peste de Corrupção. A corrupção em Angola é uma epidemia como o ebola. Ela entrou até às profundezas da alma do povo. O povo angolano desconhece a palavra honestidade. Todos procuram tirar vantagem nas situações da vida, mesmo que tenham que fazer uso de métodos fraudulentos. A corrupção é talvez o pior de todos os males que Angola enfrenta hoje, o que mais males causa ao sistema financeiro e económico nacional.


Tudo que se faz é preciso “gasosa”, e sem ela nada se faz. Para entrar no ISCED do Lubango paga-se gasosa. Para ter acesso ao concurso Público paga-se gasosa. Para não ser colocado nos municípios distantes paga-se gasosa. Para passar de classe paga-se gasosa. Para tirar um certificado paga-se gasosa. Para ter acesso à um financiamento paga-se gasosa. Daqui há pouco até para respirar será cobrada gasosa. Mas esse facto não preocupa o governo de Angola, ninguém é julgado e condenado por corrupção, tráfico de influência, abuso de poder, evasão fiscal, nepotismo, tribalismo, roubo ou assalto aos cofres públicos, enriquecimento ilícito, peculato.


Sabem porquê não se faz nada disso, porque nenhum tribunal até 2025 fará isso? Porque no dia em que tal acontecer será um caos idêntico ou pior do que aquele que o Brasil assistiu durante a presidência do ministro Joaquim Barbosa no Tribunal Superior de Justiça: Políticos de Renome Acusados, Julgados, Condenados e Presos por corrupção, roubo, desvio de fundos públicos, enriquecimento ilícito, compra de votos e formação de quadrilha. Será um verdadeiro caos, porque qual é o ministro [desde o presidente] ou governador [até administradores comunais] que não usou de sua influência enquanto governante para enriquecer?


Diante de um tribunal muita gente não teria como explicar como tem o que tem.


É preciso que os jovens estudem mesmo, que sonhem mesmo, mas que estejam conscientes que a geração que irá à cadeia por praticar esses crimes não é essa que governa Angola, muito menos a que governará nos próximos 20 anos.


A transformação de uma nação faz-se com a participação de todas as forças vivas que ela possui. É preciso que paralelamente ao poder político nacional cresça uma igreja [todas as religiões cristãs e evangélicas] que pautem por um ensino forte da moral e dos bons costumes, que defenda a família e seus valores, e que não tenha medo de apresentar até mesmo às autoridades políticas dessa nação uma maneira nova de viver: Com amor ao próximo e temor a Deus, já que tudo que roubam há-de ficar na terra.


Eu acompanho o desenvolvimento de nações que têm 200 anos de história e concluo que onde o cristianismo se tornou forte o desenvolvimento em todos os sentidos foi mais sentido, e os males sociais não são muitos, e quando existem são combatidos com justiça e democracia. Mesmo estando os males presentes por causa da índole do ser humano, o sentimento de serviço à uma força superior que é Deus sempre faz com o homem pense mais no seu semelhante e na possibilidade de ganhar uma vida nova.


Que nasçam homens que transformarão essa nação, e durante a nossa passagem por cá deixemos um legado positivo.
É muito dinheiro que a China emprestou, que outros países estão despejando em Angola. Mas para as mãos de quem está indo? E passa por que sistema?