Luanda – O grupo parlamentar do Partido de Renovação Social (PRS) defendeu esta quarta-feira, 13, na Assembleia Nacional, em Luanda, durante o debate "A Reconciliação e Unidade Nacional", a constituição de uma “Comissão de Harmonização Nacional”, com missão de criar – dentre outros – uma base jurídica para o perdão nacional e apaziguação dos espíritos.

Fonte: Club-k.net
Benedito Daniel.jpg - 49.97 KBSegundo o PRS, a “Comissão de Harmonização Nacional” teria como incumbências “a investigação de todos os crimes praticados durante as guerras que o país enfrentou”; “trazer à luz do dia os erros cometidos de modo a evitarem-se perigosos ressentimentos e recalcamentos”; “indemnizar as vítimas com contrapartidas resultantes das consequências de guerra e dividendos da paz, do ponto de vista material e espiritual” e a “criar uma base jurídica para o perdão nacional dos autores”.

“A arrogância, o complexo de superioridade, a indisponibilidade para o diálogo, o insulto barato, a não aceitação do outro e a intolerância, são obstáculos à reconciliação e, claro está, à paz”, disse o líder do grupo parlamentar do PRS, Benedito Daniel, acrescentando que “é preciso que se entenda, de uma vez por todas, que a Reconciliação Nacional é coisa séria de mais para ser banalizada”.

De acordo com o comunicado do grupo parlamentar do PRS, “o futuro comum dos angolanos depende e dependerá da nossa capacidade de adesão ao diálogo aberto, à aceitação do outro, à tolerância, à sã convivência, à unidade na diversidade e à igualdade, na perspectiva do imperativo constitucional”, realçou.

“É nesta lógica do pensamento que o PRS defende a criação de um pacto político que concilie interesses recíprocos entre a sociedade e o Estado, o governo e o povo”, salientou Benedito Daniel.  

“Por força deste imperativo, vale apelar que os políticos angolanos, que também se prezem, devem abster-se da utilização de instrumentos de repressão que colocam o nome do País nos primeiros lugares da lista dos violadores dos direitos basilares e universais do homem, bem como devem moderar a linguagem, nos pronunciamentos públicos”, apelou.

Reforçando que “a cultura do recurso à força, à violência física, verbal e/ou psicológica com o propósito de criar o medo, a passividade, o pânico, a apatia e o sentimento de submissão sobre o povo, afigura-se como uma herança colonial; logo, não deve ter herdeiros entre nós”.

Salientar que o tema debatido nesta quarta-feira a Assembleia Nacional fora proposto pelo grupo parlamentar da coligação CASA-CE, terceira maior força política angolana.